sábado, 29 de julho de 2017

Morte da Orca bebê Kyara chama atenção para cativeiros

A grande repercussão causada pela morte da baleia orca Kyara, na última segunda-feira (24), em San Antonio, Texas, fala por si só. O mundo está mudando. Ou melhor, o ser humano está mudando, enquanto navega neste mar turbulento de incerteza, um oceano dos tempos modernos. É bem como dizia o poeta Fernando Pessoa (1888 - 1935): navegar é preciso, viver não é preciso.
E na imprecisão que é a vida, tão justa para alguns tão injusta para outros, revezando-se permanentemente na distribuição desta justiça, em forma de realidade, pode-se dizer que as injustiças vividas pelos animais já não soam com tanta indiferença aos humanos como em tempos atrás. Segundo a opinião de especialistas, Kyara não morreu apenas no cativeiro. Ela morreu de cativeiro.
Kyara, filha de Takara, era a última orca do parque aquático a ser criada em cativeiro, já que a SeaWorld, empresa americana que era "dona" dela, havia encerrado tal método de reprodução há alguns meses. A pressão da opinião pública estava grande, dentro de um novo conceito: entretenimento com baleias tem causado sofrimento a elas e, inclusive, encurtado suas vidas, conforme ressalta Caroline Zerbato, ativista de direitos dos animais e diretora da agência Baleia Comunica.
— A retirada de orcas da natureza nas décadas de 70 interferiu no ecossistema naquele momento. Hoje isso não mais é permitido. No cativeiro elas desenvolvem comportamentos psicóticos. Quando as pessoas vão ao show, elas pensam que o comportamento é genuíno, mas não é. São truques por trocas de comida, após muito sofrimento. Depois que termina o show os animais ficam letárgicos em um canto. 
A maior conscientização, segundo Caroline, decorre de dois fatores. Um deles é o maior acesso à informação nesta era de internet e afins, que permite algumas mudanças de paradigmas antes despercebidos. Os adolescentes dos anos 70, afinal, não percebiam, assim como a maioria das pessoas, o quão sacrificante era para os animais fazerem as apresentações.
Pensava-se no cuidado que eles recebiam do tratador, na alegria que eles demonstravam em cena e em outras percepções que apenas encobriam o óbvio. Mas o óbvio, ao longo da história, assim como uma baleia triste, demora anos para emergir.
O outro fator, segundo ela, foi o histórico documentário Blackfish, produzido em 2013. A autora, Gabriela Cowperthwaite, inicialmente, se propôs a fazer um filme típico dos que acreditavam na felicidade dos animais. Mas em pouco tempo, conforme conta Caroline, ela mudou de opinião e reformulou o contexto da obra.
A história tem como protagonista a orca (que tecnicamente não é baleia) Tilikum, macho reprodutor no SeaWorld, cujos genes estão presentes em pelo menos 50% das baleias do parque aquático, segundo Caroline.
Ele matou a treinadora durante uma apresentação, em 2010, e despertou a atenção mundial para o tema. Caroline afirma que não se sabe se foram reações de raiva ou simplesmente algo decorrente das dimensões incríveis do animal que, tentando brincar teria causado a fatalidade. O que se sabe é que a situação foi representativa. No documentário, a autora procurou destacar a beleza da natureza de Tilikum, morto em 2017, contrastando com a crueldade com que ele era tratado, na visão dos ambientalistas.
— O Tilikum era colocado em um conteiner para dormir à noite e, se não entrasse no conteiner, não tinha comida.

Modelo de zoológicos
O SeaWorld já apresentou projetos alternativos para reformular suas atrações. Mas até agora não abriu mão de manter os animais em cativeiro, de acordo com Caroline, apesar da pressão dos ativistas. Já propôs deixar mais parecido com um santuário marinho sem, no entanto, dar claras demonstrações de suas intenções, conforme ela ressalta.
No caso de zoológicos, para a especialista, também é necessário repensar o modelo. A ambientalista defende a transformação destes em santuários, com a preservação e reprodução dos animais, preparando-os para retornar ao ecossistema. Uma espécie de zoológico rotativo, cujos animais são observados por grupos específicos, com visitas monitoradas, sem o conceito de exposição para entretenimento.
— O ideal é que os animais não fossem expostos como objeto e como produto, porque, inclusive, o comportamento deles em zoológico não é aquele original. Na natureza eles não fazem o que fazem nos zoológicos. Não quero julgar, é um tema complexo, a relação humana com o animal é uma catarse, muitos acham que estão protegendo os bichos. No sentido de preservação de espécie esses locais têm importância, mas é preciso fazer uma reestruturação.
Caroline afirma que um novo conceito só vai ser implementado quando houver a certeza de que este modelo de negócio, adotado pelo SeaWorld, por exemplo, está superado.
Público, muitos destes estabelecimentos já perderam. Nos tempos mecanicistas da tecnologia, que dissemina informações, a "humanização" dos animais está fazendo as pessoas se colocarem mais no lugar dos bichos, adquirindo empatia em relação a eles - mesmo os de mares mais longínquos.
Questionam mais o seu sofrimento, as separações pelas quais são obrigados a passar, as alterações de rotina, as reproduções em ritmo diferente das naturais, o aprisionamento. Tal debate também é uma maneira de se humanizar. Até houve real preocupação com o que Takara sentiu após a perda da filha. Ela foi monitorada por um tempo no parque, porque sentiu. Empatia é sentimento que vale para tudo. E para todos. Se bicho não é gente, o ser humano também é um animal. E mãe é mãe, inclusive entre as baleias.



Fonte: R7 de 29 de julho de 2017.



Notas do Blog:
O conteiner que citam na matéria sobre onde Tilikum tinha que passar a noite, não era no SeaWorld, mas no Marineland of the Pacific, em Victoria, no Canadá, no início da década de 90.
E apenas um velho alerta/lembrete já feito diversas vezes aqui no blog: Tilikum não matou a treinadora "durante uma apresentação", mas após o encerramento do programa "Dine with Shamu" (que era uma apresentação exclusiva, em frente ao tanque em que ele era mantido, para um número seleto de convidados que faziam uma refeição no local (e que obviamente pagavam para estarem ali)) quando a maioria absoluta das pessoas já tinha saído.  Foram pouquíssimos visitantes que presenciaram o ataque.



sexta-feira, 21 de julho de 2017

Orca resgatada 15 anos atrás dá à luz seu segundo filhote

A Orca Springer que foi resgatada em Puget Sound e devolvida ao lar, no Estreito de Johnstone, 15 anos atrás, deu à luz seu segundo filhote.
O Departamento de Pesca e Oceanos canadense divulgou que ela foi vista no mês passado com seu novo filhote na costa da Colúmbia Britânica. Seu primeiro filhote, chamado de Spirit, nasceu em 2013.
Conforme já contado em publicações passadas aqui do blog, a Springer foi encontrada órfã e doente na costa da cidade americana de Seattle, em 2002. Ela foi então resgatada, reabilitada e levada de catamarã até o extremo norte da Ilha de Vancouver, no Canadá, onde pode se reunir com sua família. Como descrita por Paul Spong, do OrcaLab, “a história da Springer é uma inspiração em diversos níveis, pois prova que uma Orca órfã, separada da família, pode ser reabilitada e devolvida a uma vida normal e produtiva ao lado de familiares e de sua comunidade”.

Foto: Lisa Spaven, Department of Fisheries and Oceans

De acordo com oficiais, ela é normalmente vista em áreas da costa da Colúmbia Britânica e ocasionalmente, durante o verão, no Estreito de Johnstone.
A notícia do nascimento de seu segundo filhote chegou poucos dias antes do aniversário de 15 anos de seu resgate (ocorrido em 12 de junho de 2002) que será celebrado em Telegraph Cove entre hoje e domingo (de 21 a 23 de julho).

Em 2012 contei a história da Springer e ela pode ser lida na seguinte postagem:
https://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2012/06/10-anos-da-reabilitacao-de-springer.html





quinta-feira, 20 de julho de 2017

Orca de parque russo fica presa durante show

Mais uma cena deprimente que somos obrigados a testemunhar sobre o sofrimento de uma vida em cativeiro. Num vídeo publicado no Instagram pela página “keiko_conservation”, Juliet, uma Orca mantida em cativeiro na Rússia, após subir na plataforma para mais um dos truques que precisa realizar para a plateia, é, por motivo desconhecido, impulsionada para longe da beirada por outra Orca e tenta desesperadamente retornar. Os treinadores nitidamente não sabem o que fazer. As imagens são de partir o coração, especialmente por considerarmos que o próprio peso da Orca fora da água deve ser extremamente doloroso. Em determinado momento ela gira por cima da própria nadadeira... Sem dúvida um esforço que jamais seria necessário para uma Orca na natureza. Lamentável e degradante, dois adjetivos que definem bem, infelizmente.



Não consegui carregar o vídeo aqui no blog, mas ele pode ser visto no seguinte link:
http://www.onegreenplanet.org/news/orca-struggling-after-being-beached-during-performance/




quarta-feira, 19 de julho de 2017

Mergulhador fotografa Orcas para provar como são dóceis

Orcas são famosas por serem caçadoras destemidas, mas um homem tem a missão de mostrar que essas gigantes predadoras possuem um lado gentil.
Jacques de Vos, um fotógrafo subaquático que atua na Noruega, efetua mergulhos com Orcas frequentemente para observar e registrá-las em ação. As incríveis imagens que capta mostram-nas deslizando com suavidade pelas águas congeladas enquanto caçam peixes ou se deslocam com o pod.
Jacques declarou a um jornal que jamais teve qualquer incidente com elas e as considera "inteligentes, fortes e conscientes". Ele disse ainda que "elas têm muita fama por serem eficientes e às vezes até de serem caçadoras cruéis, o que torna ainda mais incrível observar quão cuidadosas e gentis são quando estamos na água com elas".
Jacques diz que seu local favorito para mergulhar com Orcas é no Norte da Noruega, onde as águas são cristalinas e habitadas por uma população saudável de Orcas.
Confira alguns de seus lindos registros:





No vídeo abaixo, o fotógrafo conta um pouco da sua história, do fascínio exercido pelas Orcas desde a infância quando ganhou um livro sobre animais marinhos e mostra como é a preparação para os mergulhos:



Caso queira ver mais imagens e acompanhar o trabalho do fotógrafo, siga sua página no Instagram Jacques de Vos - @jdvos_com.




sexta-feira, 14 de julho de 2017

Britânicos poderão "libertar" Orcas com o celular no Dia Mundial da Orca

Para comemorar o "Dia Mundial da Orca", que é celebrado hoje, dia 14 de julho, a Born Free Foundation e a premiada agência WCRS estão lançando uma campanha para chamar a atenção e trazer conscientização sobre a situação das Orcas que vivem em cativeiros.
Usando telas fornecidas pela Ocean Outdoor e CGI fornecido pela The Mill London, a campanha #TankFree está ocorrendo hoje em cinco locais diferentes no Reino Unido, onde telões digitais exibirão imagens full-motion de Orcas confinadas em tanques virtuais. As pessoas que passarem por esses locais podem libertar as baleias (que nadarão para fora dos tanques a caminho da liberdade) efetuando doações para a Born Free Foundation no valor de 5 libras. Assim que uma delas é libertada, outra toma seu lugar aguardando uma nova doação.



O Diretor de Criação da WCRS, Steve Hawthorne, disse: “Às vezes, a maneira mais eficaz de fazer com que as pessoas enxerguem um problema é simplesmente mostrá-lo de uma forma que fique difícil de ser ignorado; e usando telas digitais com as mesmas dimensões que muitos dos tanques que orcas são mantidas, conseguimos exatamente isso.”
“Atualmente existem 62 Orcas no mundo todo obrigadas a viverem em espaços apertados, efetuando truques que não são naturais em parques marinhos e aquários”, disse a cofundadora do Born Free, Virginia McKenna. “Este apelo altamente visual e dinâmico (...) vai nos ajudar na missão de por um fim à prática de se manter cetáceos em cativeiros.”
Os telões podem ser vistos hoje em Westfield Stratford (Londres), no Birmingham Media Eyes, Liverpool Media Wall e The Screen @Arndale (Manchester) e em St. Enoch (Glasgow).


E aí, o que achou da iniciativa?
Você estaria disposto(a) a doar 5 libras pela causa?




quinta-feira, 13 de julho de 2017

V Pod Orcas no Facebook

Com o objetivo de ser mais uma fonte de divulgação e compartilhamento de informações, bem como de tentar abranger ainda mais notícias sobre Orcas, o blog agora também pode ser acompanhado pelo Facebook.
Amante de Orcas desde a infância e sentindo uma extrema carência de informações sobre elas no Brasil (tanto de conhecimentos técnicos quanto de notícias sobre Orcas selvagens e de cativeiro – incluindo a abordagem da realidade por trás desses mesmos cativeiros (ainda desconhecida pela maioria dos brasileiros)), associando aos meus estudos sobre elas e minha formação em tradução de Inglês, iniciei em 2011 (ainda bem antes do “efeito Blackfish”), este que pode ser considerado um trabalho pioneiro neste campo: O “V-Pod”Orcas Blog.
Iniciando o compartilhamento de postagens e demais notícias através do Twitter em maio do mesmo ano, e de imagens através do Instagram em junho de 2016. Portanto, sentindo que há muito a ser explorado sobre o que é compartilhado por entidades e entusiastas do tema através do Facebook, além de poder contribuir com discussões e dados sobre elas, inicio neste momento minha página oficial e convido todos a curti-la, acompanhá-la e compartilhá-la a fim de que mais pessoas possam conhecer este trabalho que é feito com tanta dedicação e carinho.

Aguardo a visita de todos: https://www.facebook.com/vpodorcas/



quarta-feira, 12 de julho de 2017

Baleia é vista em Fernando de Noronha

Nós últimos dias muita gente que tem realizado passeio de barco em Fernando de Noronha ganhou um presente extra da natureza. Os passageiros de algumas embarcações estão avistando uma baleia, o que não é comum no dia a dia na região. Os mamíferos costumam passar pela ilha uma vez por ano, na rota de migração, geralmente no mês de agosto, mas este ano os primeiros animais já foram registrados neste início de julho.

Imagem: Edson Silva Bacana/Nave

A tripulação do barco com fundo transparente Nave registrou o encontro. “Nós identificamos um grande cardume de peixes pequenos, a baleia pode ter seguido os peixes. Essa é uma baleia da espécie jubarte ”, informou o engenheiro de pesca Léo Veras, dono da embarcação.



Fonte: G1 de 10 de julho de 2017.



domingo, 2 de julho de 2017

Pescadores estão sendo “perseguidos” por Orcas no Alasca

Relatos estão surgindo de que pods de Orcas têm perseguido pescadores e os expulsado de áreas de pesca ao mesmo tempo em que estão roubando o que foi pescado.
O Capitao de um dos navios, Paul Clampitt, disse: “Estamos sendo expulsos do Mar de Bering” e contou que instalou dispositivos sonoros em sua embarcação na tentativa de espantar os pods, mas alega que as Orcas se acostumaram com o som de tal forma que agora o consideram como “um alarme chamando para a refeição”.
Outro Capitão, John McHenry, comparou as Orcas a “gangues de motocicletas”: “Quando você vê umas duas delas significa o fim da viagem, porque de repente aparecem 40 em volta do barco.”
De acordo com o Alaska Dispatch News, a tática das Orcas já está causando “prejuízo significativo”. Os pescadores alegam que num dia normal conseguem pescar de 9 a 14 toneladas de halibute, mas se as Orcas aparecem, elas arrancam as linhas de pesca deixando somente a boca dos peixes presa aos anzóis.
Acrescentaram ainda que elas andaram ficando cada vez mais agressivas com o passar dos anos e que agora a situação está “completamente fora de controle”.
Outro capitão de barco contou que elas o perturbaram sem parar numa viagem em abril e que o fizeram perder 5,5 toneladas de pescado de halibute e 15 mil litros de combustível ao tentar avançar deixando-as para trás. 
Robert Hanson disse que em outra viagem próxima à fronteira russa, um pod de 50 Orcas o acompanhou por 50 quilômetros em uma direção e 55 quilômetros em outra e ainda permaneceram com a embarcação por 18 horas enquanto à deriva. Depois de dois dias tentando pescar, ele desistiu.

Tenho acompanhado outros relatos de extrema agressividade de Orcas nesses últimos tempos, claro que sempre envolvendo barcos de pesca e outros animais (não com relação a humanos), mas que merecem atenção. Talvez seja a escassez de alimentos, talvez outras alterações no ecossistema... Ainda cedo para dizer quais seriam as causas já que envolvem diferentes populações, culturas e locais, mas aos poucos vou tentando publicar no blog.




sexta-feira, 30 de junho de 2017

"The Whale Bowl"

Junho foi um mês muito especial na luta contra cativeiros de Orcas. Além de considerado o mês de conscientização das Orcas Residentes do Sul, para os moradores do Noroeste do Oceano Pacífico, e do lançamento do documentário Inside the Tanks (já divulgado por aqui), estudantes de cinema da Universidade de Greenwich, de Londres, no Reino Unido, lançaram um documentário curto muito especial. Desta vez, o foco é a história da Orca Lolita, cuja triste trajetória, longo período de cativeiro e seu minúsculo tanque no Miami Seaquarium impressionam até os mais insensíveis.
Mencionada diversas vezes aqui no blog, Lolita tem uma história de solidão que merece ser contada e é isso que faz “The Whale Bowl” (que podemos traduzir como “A Tigela da Baleia”, uma alusão ao tanque de dimensões extremamente pequenas em que ela vive).
Dirigido por Emily George, narrado pela atriz e autora Heidi Mumford-Yeo e com a trilha sonora composta por Stafano Fasce, aluno da National Film and Television School, de Londres; o documentário relata o histórico da Lolita, a de seu parceiro de tanque, Hugo, sua situação atual e os esforços contínuos para transferi-la para um ambiente mais natural, nas mesmas águas de que foi retirada.
Em entrevista para o Marine Connection (organização britânica de proteção, conservação e bem estar dos cetáceos), a Diretora falou mais sobre o filme:

- Qual foi a principal motivação para abordar a questão dos cetáceos em cativeiro em seu documentário?
Emily: Em setembro do ano passado, pediram que déssemos ideias para nosso projeto de conclusão de curso, e imediatamente expressei meu desejo de criar um filme sobre a Lolita.
A questão sobre o cativeiro de cetáceos sempre foi muito impactante para mim e acompanhei a história da Lolita por muitos anos. Eu queria aproveitar essa oportunidade para elaborar um filme que fosse mais do que entretenimento, eu queria criar algo que fizesse uma diferença de fato. O “efeito Blackfish” foi uma grande parte da minha pesquisa para este projeto, juntamente com meus estudos sobre a força que filmes e a publicidade viral podem ter, além de como a edição pode causar um impacto emocional. Combinando esta pesquisa e a minha paixão pelos cetáceos, espero que tenhamos criado um filme que sensibilize o público, de forma criativa e educativa.

- O que há de especial na história da Lolita que te fez querer contá-la?
Emily: Conversei com muitas pessoas sobre a Lolita, e a grande maioria não tinha ideia da sua história ou suas condições de vida atuais, ao mesmo tempo ficava chocada ao saber. Estar sozinha há 47 anos num tanque de concreto com a profundidade de seu comprimento, é incompreensível. Eu realmente acredito que se mais pessoas soubessem a verdade, não visitariam o parque. Ao produzir o documentário, tive a honra de conhecer diversas pessoas inspiradoras que estão lutando por ela, e são as vozes dessas pessoas que estão chamando a atenção para que ela possa ser salva. O que me vem sempre à cabeça é: “Se não podemos tirar a Lolita de lá, que esperança temos para os outros animais?". É por isso que queria que o documentário se concentrasse na história dela.

- Em sua opinião, qual a melhor forma de abordar a questão, não só da Lolita, mas dos cetáceos em cativeiro, com a juventude de hoje?
Emily: Eu acredito que há uma mudança de geração ocorrendo nas atitudes com relação a isso. Tenho 21 anos e cresci com acesso a um mundo de informações através da Internet, que não existia anteriormente. Há pessoas da minha família que conheceram o Winston, uma orca mantida no Windsor Safari Park (onde atualmente é o Legoland) na década de 1970, e não faziam a menor ideia da realidade. E hoje dizem: “se eu já soubesse, não teria ido”. Eu acredito que seja o poder crescente das mídias sociais que esteja dirigindo essa mudança de opiniões, especialmente com pessoas mais jovens. Não temos mais acesso a apenas um lado da história, podemos constantemente buscar e compartilhar informações para formar nossas próprias opiniões. Essas informações estão se espalhando rapidamente e só consigo ver essa força crescer.
* * * * *

Com visual criativo e inovador, narrativa emocionada e belas imagens, o documentário merece ser prestigiado e pode ser assistido aqui:



Vamos apoiar mais esta tentativa de salvar a pobre Lolita. Assista ao filme, comente-o nas redes sociais, divulgue-o, curta a página oficial no Facebook: 
https://www.facebook.com/TheWhaleBowl/




P.S. 1: Os diversos desenhos exibidos durante o filme foram todos desenhados por crianças de escolas locais no Reino Unido e dão um toque especial à imagens. Não deixe de reparar neles.

P.S. 2: Há mais sobre a história de Lolita e do Hugo aqui no blog. Faça uma busca ao lado para encontrar os links. Em especial, a publicação que mostra o emocionante vídeo da Lolita reconhecendo uma gravação com os sons emitidos por membros de seu pod: http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2012/08/triste-comemoracao-captura-de-lolita.html. É de arrepiar!




quinta-feira, 29 de junho de 2017

Baleias-Francas chegam ao nosso litoral

E para não nos esquecermos das lindas gigantes gentis que nos dão a honra da visita anualmente, venho aqui comunicar que a temporada de Baleias-Francas no litoral brasileiro foi iniciada.
As primeiras delas chegaram ao litoral de Santa Catarina no início desta semana. Pescadores afirmaram tê-las visto no domingo, dia 25, em Garopabada, e duas delas foram vistas e registradas, na segunda-feira, em Imbituba, no Sul do estado. De acordo com Karina Groch, Diretora de Pesquisa do Projeto Baleia Franca, que completa 35 anos em 2017, as duas baleias adultas foram vistas por cerca de 20 minutos na praia do Rosa, o registro foi realizado pelo Instituto Baleia Franca, mas não foi possível identificar se eram fêmeas ou machos.
Nessa época, muitas baleias podem ser vistas em todo litoral catarinense, mas especialmente na área da Apa da Baleia Branca, que vai de Florianópolis a Balneário Rincão.
A temporada começa na segunda quinzena de julho e vai até novembro. Isso pelo monitoramento dos outros anos, cada ano pode ter sua particularidade. O pico da temporada é em setembro. A maioria das baleias que aparece é fêmea. “Elas ficam de dois a três meses para terem os filhotes, eventualmente para o acasalamento, no caso das baleias que já tiveram filhotes na temporada anterior e voltam para o desmame”, explica Karina.
O monitoramento dos pesquisadores do projeto Baleia Franca começou oficialmente ontem.


Em fevereiro deste ano, falei um pouco mais sobre o Instituto Baleia Franca, divulguei um pouco do trabalho que realizam e da venda da pelúcia, que auxilia a arrecadar fundos para o projeto, além de gerar oportunidades para a região local. Leia mais no link abaixo e apoie este que é um projeto de monitoramento e proteção tão importante: 
http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2017/02/ibf-cria-baleia-de-pelucia-para.html