segunda-feira, 30 de abril de 2018

Apenas dois machos estão gerando filhotes nas Residentes do Sul

Uma análise genética das Orcas Residentes do Sul descobriu que mais da metade dos filhotes nascidos desde 1990 são de duas Orcas machos, J1, também chamado de Ruffles (já falecido), e L41, chamado de Mega. Com isso, a variedade genética dessa querida população de Orcas é bem menor do que se pensava, resultando em vários casos de endogamia: mãe e filho no pod J, pai e filha também no J, meio-irmãos nos pods K e L, e um tio e uma meia-sobrinha também nos pods K e L, todos gerando filhotes vivos.

"Mega", nesta linda imagem de Gary Sutton

Para dificultar este cenário, apenas 10 das 27 fêmeas em idade reprodutiva estão se reproduzindo, e pior, o intervalo de partos dobrou em alguns casos, aumentando de cinco para dez anos.
Com apenas 76 membros restantes, a endogamia na população é devastadora e apenas aumenta a magnitude das questões já citadas amplamente no blog como a poluição física e sonora, falta de alimentos, tráfego de embarcações (entre outros) que estão lentamente levando esta população cada vez mais perto da extinção.




quinta-feira, 26 de abril de 2018

São Paulo terá escultura de baleia em tamanho real

Uma escultura espelhada em formato de baleia, em tamanho real, passará a habitar a esquina da avenida Faria Lima com a rua Leopoldo Couto de Magalhães a partir de dezembro de 2019. 
O projeto faz parte de uma praça de oito mil metros quadrados assinada pelo paisagista norte-americano Tom Balsey, que será inaugurada como parte de uma torre comercial da FLPP (Faria Lima Prime Properties). 




"Assim como as baleias, São Paulo é gigante e precisa ser preservada e protegida. Como a baleia mítica de Jonas, São Paulo tem em seu ventre de caos a superação e vitória frente ao descaso, incompreensão e incompetência", afirma a empresa em seu site. 
A escultura é inspirada no Cloud Gate, a escultura em formato de feijão criada por Anish Kapoor que virou símbolo de Chicago, nos Estados Unidos.



Em julho desse ano, será enterrada no local uma cápsula do tempo com objetos da atualidade, cartas e mensagens escritas pela população para serem entregues aos seus destinatários a partir de 25 de janeiro de 2050.



Fonte: Jornal Destak de 23 de abril de 2018.


terça-feira, 24 de abril de 2018

Orcas são vistas em rio da Escócia

Um pequeno pod foi visto no Rio Clyde, na Escócia, aparentemente caçando focas ou botos.
Os que presenciaram a visita compartilharam aos montes vídeos e fotos nas redes sociais durante o final de semana. Eram cerca de seis animais transitando entre as cidades de Dunoon e Gourock. Lindsay Moss estava numa balsa no sábado e também conseguiu registrar o momento. Sua foto mostra quatro Orcas, dentre elas, um filhote:


Apesar de Orcas serem vistas com certa frequência em Arran, na enseada, há anos não eram observadas subindo o rio, de acordo com pesquisadores locais. Segundo eles, elas provavelmente estavam em busca de alimento.
No Reino Unido, como já mencionado outras vezes por aqui, há populações de Orcas de transitam nas regiões dos arquipélagos de Shetland e Orkney, também na Escócia.



segunda-feira, 23 de abril de 2018

Estudo explica por que as baleias são tão grandes

A necessidade de reter calor na água é o motivo pelo qual as baleias são tão grandes, mostra estudo publicado no "PNAS". Elas ainda poderiam ser maiores se não fosse a necessidade de conter o metabolismo para evitar uma perda de energia ainda maior.
O tamanho de mamíferos aquáticos é um assunto debatido há muito tempo na ciência e muitas hipóteses foram formuladas -- uma delas é que a possibilidade de flutuar na água exerceria pouca pressão sobre o corpo dos animais; e, com isso, eles se tornariam maiores.
O que a análise de 3859 espécies de mamíferos aquáticos e de 2998 fósseis mostrou, no entanto, é que o crescimento de mamíferos aquáticos têm a ver com a preservação da energia e a manutenção do calor - e não com diferenças na pressão sobre o tamanho.
"Quando você é um mamífero muito pequeno, você perde calor para a água muito rápido. Não há comida que mantenha a temperatura", diz Jonathan Paine, coautor do estudo e professor da Universidade de Stanford.
A análise dos fósseis mostrou ainda que embora alguns mamíferos tenham forma corporal similar, eles não estão intimamente relacionados.
Focas e leões-marinhos estão mais relacionados aos cães, enquanto os peixes-bois têm os elefantes como ancestrais. Já as baleias e os golfinhos, estão mais relacionados aos hipopótamos.
O estudo dos fósseis e das espécies vivas mostrou também que quando esses animais terrestres foram para a água, eles chegaram rapidamente a aproximadamente 500 kg.
Um outro ponto é que aqueles com ancestrais menores, como o cachorro, cresceram mais que aqueles com ancestrais maiores, como o hipopótamo.
De acordo com os autores, esse achado sugere que ser grande é uma vantagem na água, mas só até determinado ponto.
A partir da análise, pesquisadores chegaram a uma teoria termoreguladora que se soma ao conjunto de hipóteses que tenta explicar o tamanho das baleias.
"Sob esse modelo energético, verificamos que o custo da termorregulação aumenta o tamanho, enquanto limitações na eficiência da alimentação o contém", escreveram os autores.




Fonte: G1 de março de 2018.




domingo, 25 de março de 2018

Cientistas relatam infanticídio entre Orcas

Cientistas marinhos da Colúmbia Britânica, no Canadá, assistiram pela primeira vez uma Orca afogar um filhote da mesma espécie.
Os pesquisadores observaram o infanticídio ocorrido na costa nordeste da Ilha de Vancouver em 2 de dezembro de 2016 e publicaram o evento na revista Scientific Reports há poucos dias.
O ecologista Jared Towers se lembra de ter partido para observação com mais dois colegas ao captar sons bem atípicos de Orcas Transeuntes através dos hidrofones.

Imagem do filhote pouco antes do ataque (foto de Jared Towers)

Eles então localizaram as Orcas, identificaram-nas, fotografaram-nas e quando estavam partindo observaram uma movimentação forte na água, como se elas tivessem encontrado uma presa. “Foi aí que percebemos que o filhote, que era ainda bem pequeno, não estava emergindo." "Em seguida, o macho, que não tinha relação familiar com a mãe e o filhote, passou pelo nosso barco com o filhote preso na boca." "Ficamos muito assustados e intrigados", contou Jared.

Macho com o filhote na boca (foto de Gary Sutton)

O infanticídio não é novidade entre os mamíferos. Leões o praticam, assim como primatas e ursos, mas ainda não tinha sido observado entre Orcas.
Jared descreveu a cena angustiante como algo que jamais vai sair de sua mente, mas decidiram continuar observando devido à importância e significado do evento.
Durante os minutos que se seguiram, observaram a mãe do filhote e demais membros do pod perseguirem o macho, enquanto a mãe do macho tentava afastá-los. Houve mais movimentações enquanto o hidrofone captava sons frenético das baleias.
"A agitação acabou quando a mãe do filhote atingiu o macho tão fortemente que dava para ver a gordura balançando no corpo e o sangue espirrando no ar. Aquela foi a última pancada, e mesmo assim ele não soltou o filhote", lembrou Jared.

Fêmea atacando o macho para tentar proteger o filhote (foto de Gary Sutton)
Apesar de Orcas Transeuntes se alimentam de outros mamíferos, incluindo focas, leões-marinhos e jovens cetáceos de outras espécies, o macho adulto e sua mãe não se alimentaram do filhote.
Isso levou os cientistas a suspeitarem de que o macho, que tinha 32 anos, matou o filhote para poder acasalar com sua mãe.
"Sabemos que em muitos casos, mamíferos matam filhotes para forçar a fêmea a entra no período fértil mais rapidamente ", completou Jared.

Nota do Produtor do documentário "Blackfish", Tim Zimmermann, sobre o tema, que é extremamente válida para nossa reflexão: "Isso tem sido observado em golfinhos, especialmente em cativeiro, então não é surpresa que isso aconteça na natureza entre as Orcas. E embora seja horrível em algum sentido (como toda morte infantil é), muito do "horror" provavelmente se deve à imagem benigna que temos das Orcas graças principalmente à Shamu".

Orcas são fortes, predadoras, inteligentes e possuem, assim como os demais animais selvagens, um forte extinto de sobrevivência e de perpetuidade de seus genes, como seria o caso. Devemos respeitá-las e admirá-las por isso também.



quarta-feira, 14 de março de 2018

Foto de Orcas garante prêmio a fotógrafo subaquático

E mais uma vez uma imagem de Orca faz de um fotógrafo um vencedor. Dessa vez foi o Underwater Photographer of the Year Contest (Concurso Anual de Fotógrafos Subaquáticos) que teve seu prêmio anunciado no mês passado.
Mais de 5 mil imagens foram enviadas por fotógrafos do mundo todo para participação no concurso e a premiada na categoria Ângulo Amplo (dentre as diversas categorias incluídas este ano como "Preto e Branco", "Retrato", "Compacta", etc.) foi a foto do fotógrafo alemão Tobias Friedrich em que aparecem Orcas na região de Skjervoya, na Noruega.
A incrível imagem e a própria descrição do Tobias pode ser conferida abaixo:



""De tirar o fôlego" - Encontramos um pod de Orcas que estava continuamente circulando alguns arenques pegos numa rede, dessa forma, pudemos nos aproximar com facilidade e captar imagens bem de perto."

Quer ver as demais imagens vencedoras? Clique no link (não são de Orcas, mas também belíssimas):





segunda-feira, 12 de março de 2018

Cuidado! Orcas!!! #sqn

Um fotógrafo capturou um momento e tanto enquanto um amigo nadava próximo a duas Orcas na Noruega.
O professor e pai de três filhos, Svein Aasjord, de 44 anos, registrou a incrível imagem no fiorde Kaldfjord, no norte do país, onde vive com a família.
Como cada vez mais divulgado aqui no blog e nos demais canais de notícias que utilizamos, as águas próximas à cidade de Tromsø, no Círculo Polar Ártico, são conhecidas como um ponto famoso para observação de baleias, já que elas estão sempre passando próximo à costa a procura de alimento (no caso, o arenque (herring)).
“Todo mundo que vê essa foto fala que ele deve ter morrido em seguida”, contou ele. “Eu gritei para ele ‘olha pra mim’, porque eu queria que ele estivesse olhando na minha direção quando uma das Orcas estava vindo bem atrás”. “A Orca, claro, não estava nem aí para ele, só estava tomando fôlego. O mergulhador é meu amigo. Ele e a namorada são mergulhadores experientes, não são profissionais, mas mergulham o tempo todo.” Svein contou que desligou o motor do barco, pois é muito rígido quanto a não perturbar as baleias. Elas estavam se alimentando e ele não queria atrapalhar, “deixo que se aproximem do barco se quiserem, não vou atrás delas”.
Naquele dia, Svein disse que por conta da corrente os mergulhadores foram levados para o meio do pod que estava se alimentando de um cardume gigantesco de arenque. As Orcas empurram os peixes para superfície para poderem comê-los (numa grande estratégia de caça) e os mergulhadores estavam bem no meio deles. "Parece assustador, mas parecia que as Orcas nem estavam ligando para eles, se quisessem, eles poderiam até tocá-las.”
Confira o super registro abaixo que, para a maioria deve ser considerado assustador, mas para os leitores do blog, certamente não passa de um momento apenas hilário:





domingo, 11 de março de 2018

Filhote de Orca é encontrado morto no Canadá

É sempre uma celebração quando pesquisadores divulgam o nascimento de Orcas na natureza, afinal, cada vez mais tem sido desafiador sobreviver diante de tantas adversidades ambientais, mas é igualmente devastador quando são encontrados mortos. Há sempre aquela sensação de que está cada vez mais difícil para as populações de Orcas se manterem estáveis nos oceanos. Dessa vez foi um filhote na Colúmbia Britânica, Canadá. Ele foi encontrado numa manhã desta última semana por Evan Quaas. De acordo com relatos, o filhote não tinha dentes, apenas elevações na gengiva, de onde provavelmente surgiriam os dentes. As famosas “manchas brancas” também apresentavam uma coloração alaranjada, indicando que se trata de um filhote ainda muito pequeno.
O corpo da pequena Orca foi levado para exames num centro de saúde animal da Colúmbia Britânica, onde poderão estabelecer a causa de sua morte. Exames de DNA também serão realizados para identificarem de qual família de Orcas o pequeno pertencia. Quanto a isso, é mais provável que não se trate uma Residente do Sul, já que esta população de Orcas é extensamente observada e infelizmente não identificaram nenhuma das fêmeas prenhes no último ano.
Espera-se que os resultados dos exames saiam em até duas semanas. Qualquer novidade, publico no blog.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

J2, Orca centenária ganha seu próprio documentário

E a Orca que viveu por mais tempo* em todo o mundo merece seu próprio documentário. Sobrevivendo às eras em que baleias eram parte do menu e em que membros de seu pod eram mortos com arpões, depois usados para tiro ao alvo e, em seguida, capturados para exibição em cativeiros, a famosa “Granny” (J2) conseguiu milagrosamente prosperar nas águas do noroeste do Pacífico por mais de um século em que o mundo (e o mundo das baleias) mudou completamente. O filme a ser lançado em breve apresentará a mais velha de todas as Orcas e abordar o passado e o futuro de sua família, o estimado Pod J.
A primeira vez que mencionei a Granny aqui no blog foi quando ela estava completando 100 anos, em 2011, quando uma confraternização estava sendo organizada para comemorar o centenário. Após isso, vieram diversas outras postagens, incluindo a do meu encontro com ela, ocorrido no mesmo ano num passeio de observação de baleias. Em 2017, infelizmente, mas com orgulho por sua vida maravilhosa, postei sobre sua morte.
Aguardemos este que, sem dúvida, será mais um lindo trabalho para nos trazer ainda mais conhecimento sobre a Granny e toda a população das Residentes do Sul: The Hundred Year Old Whale (A Baleia de Cem Anos).
Confira o belíssimo cartaz divulgado pelos produtores abaixo e acompanhem as demais divulgações no blog e na página oficial do documentário no Facebook: 




* De acordo com registros de pesquisadores realizados em diferentes populações de Orcas em todos os oceanos até o momento.


P.S.: Ainda não conhece a Granny? Pesquise no campo de busca ao lado para saber mais sobre ela.




domingo, 25 de fevereiro de 2018

Turistas vandalizam cadáver de baleia e geram revolta nas redes sociais

Mais uma vez humanos provando quão vaidosos, desrespeitosos e ignorantes são quando se trata de redes sociais e de necessidade de "curtidas".
Pela primeira vez em 50 anos, uma baleia azul foi avistada em Punta Delgada, no Estreito de Magalhães, entre o Chile e a Argentina, mas infelizmente veio a falecer.
A presença da carcaça atraiu a atenção de muitas pessoas e uma dupla em especial se destacou pela extrema falta de respeito pela morte do animal: duas turistas subiram na baleia morta para "felizes" tirarem fotos e com uma pedra pontiaguda "escreveram" no corpo.
A atitude das mulheres, contou o "La Nación", gerou revolta nas redes sociais. "Tanta ignorância, a cada dia ficamos piores (...)", escreveu Xieman Hernández. "Fiquei chocada com a situação de descontrole. Senti muita raiva, muita impotência", desabafou Gabriela Garrido, investigadora do Museu de História Natural Río Seco, acrescentando ter visto pessoas dando chutes no cadáver.
Especialistas acreditam que a baleia tenha morrido de inanição.
Confira as fotos revoltantes abaixo: