terça-feira, 31 de julho de 2018

Baleia resgatada há 15 anos reaparece no litoral de SC com filhote albino

Uma baleia-franca que tinha sido resgatada havia 15 anos em Laguna, no Sul catarinense, reapareceu no litoral do estado com um filhote albino. A mãe e o filhote foram vistos no litoral na temporada passada, mas descoberta de que era a mesma fêmea foi feita este ano pelo Projeto Baleia Franca.
Em 2003, a baleia entrou no canal dos molhes e ficou presa em um banco de areia na Lagoa Santa Marta. Ela foi rebocada até o mar 30 horas depois. Segundo os pesquisadores, ela deve ter desmamado e se perdido da mãe.



Calosidades
Os pesquisadores conseguem distinguir as baleias da espécie franca pelas calosidades que elas têm na cabeça. São calos mesmo, uma pele mais grossa, e em cada uma as manchas são diferentes. Por isso, elas são são como impressões digitais desses animais.
Porém, em 2003 não foi possível fazer uma foto aérea da cabeça do animal encalhado. Mas a baleia tinha uma outra particularidade que chamou a atenção dos pesquisadores: uma mancha cinza no corpo, que não é muito comum.
Quando a bióloga do projeto Karina Groch pegou o material da temporada passada para analisar, descobriu que o filhote resgatado em 2003 voltou em 2017 com um filhote albino. O nome escolhido para a nova mamãe foi "Sunset", pôr do sol em inglês, porque o resgate ocorreu em um fim de tarde.
Como a baleia foi resgatada em 31 de julho, o projeto quer que essa data se torno o Dia Nacional da Baleia Franca. "A ideia depois é oficializar, propor que seja feito um projeto de lei e um decreto que institua oficialmente no Brasil esta data", afirmou a bióloga.

Mais filhotes semi-albinos
Esses animais vêm todo ano para o litoral catarinense. As baleias costumam aparecer entre julho e novembro para dar à luz e amamentar os filhotes. Neste ano, muitos exemplares já foram vistos, especialmente na região de Imbituba.
Duas baleias-francas com filhotes semi-albinos já apareceram nesta temporada no litoral catarinense. Uma dupla foi vista nesta terça em Imbituba, no Sul.



FONTE: G1 de 31 de julho de 2018.

domingo, 29 de julho de 2018

Baleias jubarte estão se aproximando do litoral norte de São Paulo

As baleias jubarte estão se aproximando em um número anormal no litoral norte de São Paulo e pesquisadores não sabem exatamente o porquê. Só nos últimos 30 dias, mais de 50 foram vistas ao largo de Ilhabela, criando um misto de euforia e preocupação entre ambientalistas, por causa do alto risco de colisão com barcos e redes de pesca na região.
Os números são de Julio Cardoso, ambientalista e fundador do Projeto Baleia à Vista, que há 15 anos monitora a presença de cetáceos – baleias e golfinhos – nas águas de Ilhabela e São Sebastião. “É um comportamento inédito. As jubartes estão descobrindo a região”, diz. Entre 2004 e 2015, ele passou mais de 2,3 mil horas no mar e topou com apenas seis jubartes. De 2016 até agora, já foram 66, e a temporada está só começando. “O aumento é real e significativo”, garante.
As jubartes do Atlântico Sul têm um comportamento migratório bem conhecido: elas passam o verão se alimentando nas águas geladas da Antártida e depois sobem em direção aos trópicos, para passar o inverno descansando, namorando e cuidando da família nas águas quentes e confortáveis da região dos Abrolhos, entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. Mas elas não sobem pela costa Normalmente, só se aproximam do litoral do Rio de Janeiro para cima, e por isso quase nunca são vistas (ou eram vistas) em São Paulo.
Especialistas acreditam que essa nova presença no litoral paulista esteja associada a dois fatores. O primeiro é o aumento da população de jubartes, que vem crescendo no Brasil a uma taxa de 12% ao ano, segundo dados de monitoramento do Projeto Baleia Jubarte (PBJ).
Em 2015, ano do último censo do projeto, a estimativa era de 17 mil baleias, comparado a pouco mais de 2 mil em 2001; e a expectativa é de que esse número passe dos 20 mil agora, segundo o coordenador de Pesquisa do PBJ, Milton Marcondes.
Como há mais baleias no mar, faz sentido que haja mais avistamentos, argumenta ele. Mas o que estaria as induzindo a se aproximar mais da costa nesses últimos anos? É aí que entra o segundo fator.
Pesquisas indicam que houve uma diminuição da quantidade de krill (o principal alimento da jubartes) nas águas da Antártida entre 2015 e 2016, causada por fatores climáticos. E foi justamente nesses anos que a “anomalia” de baleias começou na costa brasileira.
Em 2015, segundo Marcondes, as jubartes chegaram um pouco mais cedo em Abrolhos e foram embora muito antes do que o normal – em setembro, em vez de outubro ou novembro. Em 2016, uma grande parte das baleias nem chegou à Bahia, e houve um “boom” de encalhes no litoral paulista (26, comparado a uma média de 2 ou 3 em anos anteriores).

Alimentação
A hipótese, portanto, é que as baleias tenham chegado à costa brasileira ainda com fome, por causa da redução da oferta de alimento na Antártida, agravada pelo aumento populacional da espécie. “Quando a população era de 3 mil jubartes, tinha alimento para todo mundo. Agora, se há uma oscilação na disponibilidade de krill, tem baleia que vai passar fome”, avalia Marcondes.
Nesse caso, elas estariam se aproximando da costa atraídas pelas águas mais frias do Sul e Sudeste, onde a oferta de alimentos para elas é bem maior do que nas águas quentes de Abrolhos.
Resta saber se isso é uma anomalia passageira, ou uma nova tendência que veio para ficar. “Acho que a observação de baleias vai ser cada vez mais frequente em São Paulo”, aposta Marcondes.
Cardoso também acha que elas vieram para ficar. O comportamento, segundo ele, é claramente de animais que estão se alimentando. Anteriormente isoladas, elas agora aparecem em grupos. “Não são baleias perdidas. Elas estão vindo para cá com um propósito.”

Riscos
O aumento da presença de baleias no litoral paulista pode ser bom para o turismo e a educação ambiental, mas também oferece riscos, tanto para os cetáceos quanto para as pessoas. O risco de colisão com embarcações é grande, e é comum as baleias se enroscarem em redes de pesca, resultando em risco de vida para elas e em prejuízos econômicos para os pescadores.
“Vamos ter de aprender a conviver com as baleias e minimizar esses conflitos”, diz Julio Cardoso, do Projeto Baleia à Vista. As jubartes não são a única espécie em risco. Nesta semana ele fotografou uma baleia franca com filhote, e a mãe tinha uma rede de pesca enroscada na cabeça. Baleias bryde e orcas também ocorrem na região.



FONTE: Site rapidonoar de 25 de julho de 2018.



sábado, 28 de julho de 2018

Orca carrega filhote morto há 4 dias

Há quatro dias...

Sim, há QUATRO dias uma Orca "carrega" seu filhote morto
pelas águas do Noroeste americano...




Foi com imensa tristeza que o Center for Whale Research (uma das principais entidades de pesquisa sobre Orcas e demais cetáceos na região do estado de Washington, nos EUA) comunicou o nascimento e a morte de um filhote de Orca Residente do Sul perto de Victoria, Colúmbia Britânica, no Canadá, em 24 de julho.
A recém-nascida foi vista viva e nadando com sua mãe, identificada como J35, e demais membros do pod J perto de Clover Point, na costa de Victoria, no meio da manhã. Uma equipe do Center for Whale Research estava na área do Estreito de Haro e registrou o nascimento assim que ocorreu.
No entanto, quando outra equipe foi ao encontro do grupo para efetuar mais registros, o filhote já estava morto... Seu pequeno corpo estava afundando e a mãe ficava repetidamente o impulsionado para a superfície e o empurrado com a testa em meio ao mar agitado. Ela continuou fazendo isso até o por do sol do mesmo dia...
Uma moradora da ilha San Juan, local para onde o pod se deslocou com o filhote, contou o que viu: “Quando o sol estava se pondo, um grupo de cinco ou seis fêmeas se reuniu no centro da enseada formando um pequeno círculo, permanecendo na superfície em um harmonioso movimento circular por quase 2 horas. Quando foi escurecendo, pude observá-las ainda nesse movimento que parecia ser um ritual, uma cerimônia. Elas ficaram centralizadas bem abaixo do círculo formado pela luz da lua, mesmo quando se moviam. Estava muito escuro para ver se o filhote ainda estava sendo mantido na superfície. Foi triste e especial testemunhar esse comportamento. Sinto muito pela J35 e seu lindo bebê.”
Ao final do dia 25, J35 ainda estava empurrando o filhote morto pelas águas canadenses...
É comum ver Orcas e golfinhos carregando seus filhotes mortos por até uma semana, prova incontestável de carinho e de um vínculo materno incrivelmente forte.
A orca recém-nascida não receberá uma designação alfanumérica como membro da população das Residentes do Sul (também chamadas pela sigla em Inglês SRKW – Southern Residents Killer Whales) porque não sobreviveu tempo suficiente para demonstrar sua viabilidade.
Lamentavelmente, aproximadamente 75% dos recém-nascidos nas últimas duas décadas após a designação dessa população como espécie ameaçada não sobreviveram e 100% das gestações nos últimos três anos não produziram descendentes viáveis. Elas já receberam destaque em órgãos governamentais de pesquisa e controle como espécie com ameaça iminente de extinção.
Vários grupos se manifestaram esta semana alegando que a perda deste filhote exalta a urgente necessidade de ações para salvá-las.
O governador de Washington, Jay Inslee, assinou uma ordem executiva em março, ordenando que agências estatais tomassem medidas imediatas para ajudar as Orcas, além de ter formado uma equipe que está se reunindo desde maio para analisar a situação e apresentar recomendações até o final deste ano.
“A morte desse filhote é um lembrete devastador da urgência que enfrentamos ao salvar esses animais tão especiais”, escreveu o porta-voz do governador, Jaime Smith, por e-mail.
Até a noite de ontem, relatos da região dão conta de que a J35 continua carregando o filhote, mesmo demonstrando imenso cansaço. Sua respiração quando vem à tona está mais longa e profunda, e tudo indica que está sendo alimentada pelos outros membros do pod já que ela não parou para pegar nenhum peixe.
Pesquisadores que acompanham sua luta já disseram que não desistirão enquanto ela também não desistir...





sábado, 30 de junho de 2018

Novo livro sobre Orcas relaciona captura e nosso fascinio por elas

Jason Colby tem mais do que a perspectiva de um historiador sobre a época em que as Orcas foram capturadas e vendidas para fins lucrativos e de entretenimento para todo o mundo: seu pai costumava ser um “ceifador”, como os caçadores desses grandes mamíferos se chamavam.
Hoje, professor de história ambiental e internacional da Universidade de Victoria, na Colúmbia Britânica, no Canadá, Jason Colby, autor do livro “Orca: How We Came to Know and Love the Ocean’s Greatest Predator” (que pode ser traduzido como “Orca: como conhecemos e amamos o maior predador do oceano”), nasceu em Victoria, mas cresceu na região de Seattle, nos EUA, onde ele trabalhou como pescador comercial no Alasca e estado de Washington. Ele é própria história do Noroeste norte americano, nascido e criado, e conta isso com a profundidade e paixão que o assunto merece.
"Minha família viveu com essa história", disse Jason em uma entrevista, explicando que seu pai esteve envolvido em uma captura, mas deixou a atividade depois que três das Orcas morreram em cativeiro.
“O livro tenta nos levar mais para trás na história, para analisarmos como foi que, para começar, passamos a nos preocupar com esses animais. Começa lembrando os habitantes do Noroeste que as capturas não foram a pior coisa que aconteceu com as Orcas, pois até meados da década de 1960, os moradores atiravam nelas e as matavam com frequência. Elas eram vistas como um tipo de espécie “verme”, assim como os lobos em terra. E a única maneira que as estudávamos na época era matando-as para dissecação.”
Orcas de cativeiro, capturadas em águas do Noroeste do Pacífico, especialmente em Puget Sound, foram enviadas de Seattle para o mundo todo nas décadas de 1960/70, antes de as leis estaduais e federais finalmente encerrarem a prática. Mas foi a Orca de cativeiro, argumenta Jason, que promoveu a compreensão da espécie que levou ao imperativo ético de salvar as baleias.
O livro do Jason Colby foi lançado no início deste mês logo após o início de mais uma campanha de soltura da Orca Lolita realizada pela Nação Lummi. Lolita, bem conhecida pelos leitores do blog, é uma Residente do Sul, membro do pod L, e foi levada quando tinha apenas quatro anos, em 1970, de Penn Cove, e está em cativeiro desde então no Miami Seaquarium. O Jason argumenta que, embora seja solidário com a situação dela, ele deve esclarecer não apenas sua trágica história, mas a real ameaça que cada membro dos pods J, K e L enfrenta hoje em dia devido à degradação de suas águas.
As pessoas dessa região, e além dela, têm a obrigação moral de salvar essa espécie que, sozinha, educou o mundo sobre seu verdadeiro caráter e beleza, disse Jason.
“Eu diria que temos uma dívida com as Orcas Residentes. Temos uma obrigação moral para com essa população que ajudou a transformar nossa visão sobre os cetáceos. Nós devemos a elas a proteção, pois nos ajudaram a nos tornarmos pessoas melhores. ”


P.S. 1: Como, infelizmente, todos os demais livros sobre Orcas ainda não estarem disponíveis em Inglês, este também não está, mas pode ser adquirido pela Amazon, na versão original.

P.S. 2: Há no YouTube uma palestra do autor do livro, Jason Colby, abordando o livro. Vale à pena assistir: https://www.youtube.com/watch?v=KbdlAHOOTCQ



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Orcas serão capturadas na Rússia novamente!

Comecei a semana com boas notícias vindo da Rússia,
mas infelizmente não vou terminar...
Apesar de já ter tido conhecimento da notícia abaixo,
preferi privilegiar a bela notícia da Orca Branca,
mas agora não tenho como evitar...


A Rússia divulgou sua cota de capturas para este ano, como infelizmente tem virado costume no verão do hemisfério norte. Dessa vez serão 13 delas!
Houve forte objeção por parte de cientistas russos e de outros países, mas isso foi completamente ignorado.
De 2012 para cá, pelo menos 20 Orcas foram capturadas do Mar de Okhotsk para exibição em aquários pelo mundo e as perspectivas para as populações locais. Mais de uma audiência ocorreu em Vladivostok para discutir a cota, mas mesmo pesquisadores terem apresentado dados importantes e afirmado que não há dados científicos para estabelecer uma cota "segura", não foram relevantes para a decisão. A cota de belugas é ainda mais assustadora, nada menos que 400 animais!!! Como já vimos com o caso das famosas "10 de Taiji", capturas assim podem ser determinantes para dizimar populações.


A única maneira de acabar com isso é conscientizando as pessoas sobre o mal que há em cativeiros para que os parques não prosperem pelo mundo e não representem tanto lucro, por isso, continuemos nosso trabalho, com fé de que tudo isso, um dia, deixará de existir.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Orca fêmea branca é vista na Rússia

E nesta semana em que os olhos do mundo se voltam para a Rússia, vejam quem também resolveu apareceu por lá e virou notícia: uma Orca fêmea Branca!
O encontro ocorreu com a equipe do Far East Russia Orca Project (FEROP), Projeto que estuda e monitora Orcas na Rússia, em seu primeiro dia de trabalho de campo nas Ilhas Comandantes, pequeno arquipélago situado 175 km a leste da península russa de Kamtchatka. A Orca branca se deslocava com um dos vários pods que avistaram ontem. Desta vez, não é o famoso Iceberg, mas a fêmea identificada por CO210 (e mostrada aqui no blog pela primeira vez), também conhecida como “Mama Tanya”, em homenagem à principal pesquisadora do FEROP, Tatiana Ivkovich, que também é bem clara.
Esta Orca foi observada pela primeira vez em 2009 e re-avistada várias vezes em 2010, mas estava desaparecida há muito tempo. Foi uma grande alegria para a equipe observá-la novamente!
Abaixo, o registro efetuado pela equipe e compartilhado pelo Projeto em sua página no Instagram:




P.S.: Há mais sobre outras Orcas brancas aqui no blog! Pesquise no campo ao lado para saber mais!




segunda-feira, 4 de junho de 2018

Orcas em Gorontalo, na Indonésia


Em março do ano passado postei aqui no blog que Orcas tinham sido observadas nas águas da Indonésia e que lá, na língua local, são chamadas de “paupausu”. Este ano, elas estão aparecendo mais uma vez. Já é quarta vez que registram a visita nos últimos dois meses na região de Gorontalo. Turistas que transitam em barcos de pescadores e passeio também tiveram a sorte de observá-las. São sempre pods pequenos de três e quatro membros, mas o suficiente para agradar a todos.



Na postagem do ano passado inclui um vídeo muito interessante de uma Orca sendo salva por pescadores da região. Eles chegam a “montar” na Orca para conseguir soltá-la de uma rede de pesca. O método é, no mínimo "rústico", mas eficiente para libertá-la, que é o que realmente importa. Revisite a postagem e assista ao resgate no link: 




domingo, 3 de junho de 2018

Orca salva por equipe de resgate dá um show de agradecimento

Uma equipe de resgate salvou uma Orca Transeunte que estava enroscada em cordas de pesca na costa da Ilha Salt Spring, na Colúmbia Britânica, no Canadá nesta última quita-feira.
Foi o casal Keith Simpson e Suzanne Ambers que avistou a Orca em apuros. Eles haviam saído de barco para pescar e logo que a viram perceberam que tinha algo errado, pois ela parecia aflita e só nadava em torno de uma boia (utilizada para colocação de armadilhas de pesca comercial na região) ao invés de seguir por qualquer direção. Eles então entraram em contato com serviço de emergência que encaminhou a equipe do Departamento de Pesca e Oceanos. Segundo a Suzanne, como eles levariam um tempo a chegar, ficavam ligando de dez em dez minutos para o casal para verificar como estava as condições de saúde da Orca. Apesar de ter demorado quase duas horas a equipe se apressou e estava muito preocupada já que Orcas possuem pouca resistência física para este tipo de situação como as baleias grandes que conseguem aguentar por muito tempo. Foi pedido ao casal que permanecesse no local observando a Orca e impedindo que mais pessoas se aproximassem.
O resgate em si não foi complexo, pois assim que conseguiram (com equipamentos específicos) exercer certa pressão na boia, a Orca conseguiu girar e se soltar das cordas (que estavam presas à sua cauda). E foi aí o grande momento, pois antes de seguir viagem, a Orca deu um grande salto “de liberdade” visivelmente de agradecimento. "Foi o nosso “momento Free Willy”", disse Suzanne em entrevista a um canal de TV canadense.
A Orca em questão, um macho Transeunte identificado por T0778, é acompanhado há quatro anos e já demonstrou certa tendência a esse tipo de comportamento. “Já recebemos várias ligações de pessoas avisando que ele estava mexendo com flutuadores e embarcações”, contou Paul Cottrell, líder da equipe de salvamento, “era só uma questão de tempo para ele se enroscar dessa forma”.
No vídeo abaixo do canal de televisão local é possível assistir a todo salvamento e ao lindo salto de agradecimento:







sábado, 2 de junho de 2018

Japoneses matam 122 baleias grávidas em 'missão de pesquisa'

Um relatório enviado à IWC, comissão internacional que regula a caça de baleias, revela que os baleeiros mataram um total de 333 animais entre novembro de 2017 e março de 2018, período em que o grupo esteve no Polo Sul.
O Japão alega que seu projeto de captura de baleias tem "objetivos científicos", apesar de a carne dos animais ser vendida para a alimentação.
Uma decisão da Organização das Nações Unidas de 2014 condenou o que chamou de "pesquisa letal".
Em um novo "plano de pesquisa" publicado após a decisão da ONU, o país disse que é uma "necessidade científica" entender mais o ecossistema antártico por meio da coleta e da análise de animais.
Os caçadores atuam no que o país asiático chama de "Programa de Pesquisa de Baleias no Oceano Antático". A morte dos 333 animais foi durante a terceira investida do projeto na região, o que eles chamam de "pesquisa de campo biológica".
O Japão diminuiu a quantidade de captura em dois terços com o programa e assumiu o compromisso de abater cerca de 330 baleias por ano.
Os dados do relatório enviado pelos caçadores apontam que, na caçada de 2017/2018, 122 fêmeas estavam grávidas e que 61 machos e 53 fêmeas ainda eram filhotes.

Por que o Japão caça baleias?
Pelo Artigo 8º da IWC, assinada em 1946, países podem "matar, capturar e processar baleias para pesquisa científica" – e é essa a regra que o Japão diz seguir em suas caçadas.
Além das alegações de pesquisas, o governo japonês afirma que a caça à baleia é uma antiga tradição cultural do país.
Comunidadeiras costerias em Chiba e Ishinomaki praticam a caça na costa há anos, e os distritos de Taiji e Wakayama têm caças a golfinho anuais.
As expedições japonesa de pesca na Antártida só começaram depois da Segunda Guerra Mundial, quando o país devastado dependia das baleias como principal fonte de carne.
Hoje em dia, embora a carne de baleia ainda seja vendida, está se tornando cada vez mais impopular, com um número bem menor de estabelecimentos que vendem esse tipo de alimento.

Quem mais caça baleias?
A IWC declarou uma suspensão da caça comercial de baleias em 1985, mas há muitos países que não seguem a regra.
Números da ONG WDC (Conservação de Baleias e Golfinhos) mostram que diversos países além do Japão ainda caçam baleias para o consumo da carne, entre eles a Noruega e a Islândia.
A Noruega rejeitou o acordo de suspensão da comissão e a Islândia aceitou em partes.
A Groelândia, a Rússia e o Estados Unidos também promovem o que chamam de "caça à baleia de subsistência aborígene" para comunidades costeiras.
Mas o Japão é o único país que envia navios para a Antártida para capturar os animais, com a justificativa de que se trataria de pesquisa científica.

A caça está extinguindo as baleias da Antártida?
O Japão diz que está conduzindo sua pesquisa para mostrar que a população de baleias da Antártida é saudável e pode ser pescada de maneira sustentável.
A União Internacional para a Conservação da Natureza diz que não há informações suficientes para determinar se as baleias-mink austrais estão ameaçadas ou não.
Embora o número de animais da espécie seja claramente de "centenas de milhares", a entidade está investigando uma possível queda nos últimos 50 anos.
Dependendo de quão significativa for a queda, a espécie pode vir a ser classificada como ameaçada.


Fonte: BBC Brasil de 30 de maio de 2018.



terça-feira, 29 de maio de 2018

Estudo controverso alega que golfinhos são "felizes" em cativeiro

Li com certa surpresa a seguinte reportagem no site de notícias britânico Daily OnLine hoje pela manhã, "A “felicidade” dos golfinhos é medida pela primeira vez: Estudo revela que os mamíferos marinhos ficam ainda mais satisfeitos quando interagem com humanos", e nem preciso registrar que de imediato questionei o método de avaliação utilizado, bem como os parâmetros adotados e obviamente os resultados. Tentei entrar em contato com a Neurocientista e Especialista em comportamento e inteligência animal Lori Marino (já citada no blog algumas vezes), mas nem foi necessário, pois sua opinião já estava em sua página no Facebook. Portanto, dado seu conhecimento e experiência, prefiro aqui deixar os comentários dela com sua conclusão sobre os equívocos deste estudo, já que mais que conferem o posicionamento do blog.

Abaixo, segue a notícia traduzida e a opinião da Especialista:

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A “felicidade” dos golfinhos é medida pela primeira vez: Estudo revela que os mamíferos marinhos ficam ainda mais satisfeitos quando interagem com humanos

Pesquisadores franceses queriam descobrir como a vida em cativeiro era "do ponto de vista dos animais" e os resultados de seus estudos sugerem que os golfinhos nascidos em cativeiro são "muito mais felizes" quando estão em um tanque, particularmente quando estão interagindo com humanos. O estudo, no entanto, revelou-se controverso entre aqueles que acreditam golfinhos devem viver somente na natureza.
O estudo, publicado na revista Applied Animal Behavior Science, foi liderado pela Dra. Clegg, da Universidade de Paris. Ela observou o comportamento de golfinhos por três anos no Parc Astérix, parque temático com um dos maiores delfinários da França, e tentou entender melhor seus sentimentos observando a postura dos animais. "Queríamos descobrir que atividades em cativeiro eles mais gostavam", disse ela à BBC.
A Dra. Clegg testou três atividades: um treinador vindo e brincando com golfinhos, ele colocando brinquedos no tanque e ele apenas deixando brinquedos para eles brincarem sozinhos. "Descobrimos algo realmente interessante: todos os golfinhos ficam ansiosos para interagir com pessoas conhecidas", disse Clegg. Os animais mostraram isso por meio de um movimento conhecido como 'spyhopping', que é quando eles olham acima da superfície na direção da qual os treinadores geralmente chegam. Os golfinhos também ficavam mais agitados e nadavam mais próximo à da borda do tanque.


"Acho que os golfinhos selvagens são mais felizes na natureza, e os nascidos em cativeiro são muito mais felizes em cativeiro", disse Birgitta Mercera, Diretora do Parc Astérix.
Susanne Schultz, da Universidade de Manchester, que estudou o comportamento social de mamíferos marinhos selvagens, disse à BBC que o estudo não pode revelar "se um golfinho em cativeiro é mais feliz do que seria se estivesse na natureza".
A RSPCA defende essa visão: "Estudos mostraram que os golfinhos em cativeiro podem sofrer estresse, resultando em perda de apetite, úlceras e aumento da suscetibilidade a doenças devido a mudanças em seu agrupamento social, competição por recursos e estruturas sociais instáveis".
“O agrupamento social tem sido reconhecido como uma das questões mais importantes que afetam a saúde e o bem-estar dos cetáceos de cativeiro.
Embora em muitos casos se esforcem para imitar no cativeiro a natureza dos agrupamentos sociais, é impossível prever as diferentes e complexas interações que ocorrem no oceano devido ao número de indivíduos mantidos em tanques e às restrições do ambiente físico."



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Opinião Lori Marino:

Este artigo não trata da "felicidade" dos golfinhos, pois descreve simplesmente mudanças no comportamento antecipatório sob algumas circunstâncias diferentes encontradas em cativeiro.
Os autores descobriram que os golfinhos ficam ansiosos antes de receberem brinquedos ou antes de sessões interativas com um treinador e concluem que “interações humanas mesmo quando não são alimentados têm um papel importante na vida desses animais”. Mas o que eles realmente mostraram é que dentro dos limites muito restritos de um cativeiro, os golfinhos podem achar gratificante brincar com brinquedos e treinadores. Os resultados não dizem nada sobre se os golfinhos prefeririam essas condições se tivessem uma escolha entre o cativeiro e viver uma vida natural na natureza.