quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Mãe de treinador morto por Orca hoje luta contra cativeiros

Em 24 de fevereiro de 2010, a notícia de que a treinadora Dawn Brancheau havia sido morta pela Orca Tilikum no SeaWorld de Orlando se espalhou rapidamente... Em minutos estava em todos os sites de notícia chegando a ser informado no "Jornal Nacional", bem como nos demais grandes veículos de comunicação do Brasil e do mundo (mesmo que equivocadamente alegando que a morte havia ocorrido durante um show e diante de uma enorme plateia – o que não foi o caso, como meus leitores bem sabem). O caso teve imensa repercussão estendendo-se por semanas e é lembrado até hoje. Por esse motivo, foi com extrema surpresa que, cerca de um ano depois, vim a saber (pesquisando sobre notícias de Orcas), que exatos dois meses antes da morte da Dawn, um outro treinador já havia sido morto por uma Orca também do SeaWorld em um parque marinho nas Ilhas Canárias. Por que esta informação não foi relevante antes? Por que essa morte foi tão ignorada? Passei semanas buscando qualquer fonte aqui no Brasil que informasse sobre a morte, mas nada encontrei...
Este caso também foi um dos motivadores na minha criação deste canal de comunicação que é o blog (além de que raramente é publicado algo sobre Orcas por aqui e menos ainda sobre a realidade por trás dos cativeiros). Agora, oito anos depois, tão surpreendente quanto a informação de sua ignorada morte venho a saber que a mãe deste treinador (que teria todas as razões do mundo para detestar esse animal) hoje luta por sua liberdade.
Mercedes Hernandez, mãe do Alexis Martinez, tem dado uma lição maravilhosa de mais profundo amor... De perdão, entendimento, humildade, compaixão e respeito. Keto tirou a vida do seu maior amor, mas ainda assim ela consegue respeitá-lo pelo animal que é e acredita que isso só tenha ocorrido devido a situação de estresse que lhe é imposta diariamente.
Há poucas semanas tomei conhecimento deste pequeno documentário que mostra Mercedes hoje, mostra como ela luta diariamente contra a dor da perda, bem como contra os cativeiros. É muito tocante! Como mãe confesso ter me emocionado muito. Com carinho, que compartilho com vocês abaixo junto à descrição dado que não há legenda:



“Meu filho está morto! Jamais irá voltar! Mas o que aprendemos com isso? Eu vou continuar minha luta. As Orcas merecem minha ajuda!”, introduz Mercedes.
O Loro Parque, em Tenerife, nas Ilhas Canárias, é visitado por milhares de turistas, mas poucos sabem que ali um treinador foi morto por uma das Orcas, por isso, sua mãe agora acredita que elas deveriam ser libertadas. Atualmente, Mercedes busca na meditação, na yoga e outras atividades alternativas um alento para sua dor e a aceitação do fato de que o filho jamais irá abraça-la novamente. A morte de seu filho foi devastadora e todos esses sentimentos são muito difíceis de lidar.
Alexis foi morto no dia 24 de dezembro de 2009 durante o ensaio de um show de Natal e sua mãe até hoje tenta compreender exatamente o que ocorreu naquele dia. À época, ela desconhecia os riscos que envolviam o trabalho com Orcas. Ela se sentia orgulhosa do filho que amava o que fazia. Ela conta que apenas uma vez durante uma apresentação pensou: “Meu Deus, que perigo! Uma baleia pesa toneladas, um ser humano ao lado fica tão pequeno! Mas nunca pensei que algo ruim fosse acontecer porque eu ignorava os riscos. No entanto, agora quero que as pessoas entendam que esses shows não são legais... não são corretos.” Mercedes agora tenta conscientizar as pessoas, mesmo que muitos não compartilhem de suas preocupações. Logo após a morte do Alexis, o parque já começou a mascarar as causas de sua morte. Até hoje muitos acreditam que ele morreu afogado. No entanto, a necropsia é bem clara ao concluir que ele sofreu um ataque brutal da Orca que causou lesões fatais.
O Loro Parque segue sendo uma grande atração turística local e os shows continuaram mesmo após sua morte. Quem assiste às apresentações têm a sensação de que as Orcas e os treinadores vivem em perfeita harmonia e que o tanque é grande o suficiente. Mas o que não sabem é que, na natureza, Orcas percorrem mais de 100km em um único dia. “Keto, a Orca que matou o Alexis, fez isso por frustração, porque é estressado com tanta pressão. Eu acredito que ele o atacou porque de alguma forma queria dar um sinal”, conta Mercedes.
O Loro Parque recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano, ou seja, é um negócio lucrativo. Há cartazes e publicidade para todo lado, até mais placas do que do hospital local. Há até uma linha com um trenzinho que leva as pessoas até o parque. Com frequência há ativistas na porta tentando mostrar para os visitantes a realidade sobre a crueldade de se manter animais em cativeiro. A Mercedes não se considera uma ativista, mas se opõem aos cativeiros. Já o Loro Parque afirma que as Orcas estão melhores em seu tanque do que na natureza devido à poluição e à escassez de alimentos. Wolfgang Kiessling, dono do Loro Parque, gosta de exaltar o quanto ama os animais e a importância da preservação da fauna, mas fica uma pergunta: Como uma Orca matou um de seus treinadores?
“Como foi possível? Bem, foi um acidente. E acidentes acontecem. É tudo o que tenho a declarar.”, responde Wolfgang quando questionado pelo repórter sobre a morte do Alexis. “Mas como você continua chamando isso de acidente e não de um ataque?”, pergunta novamente o repórter. “Porque não foi um ataque... Ataque seria se o animal... Tenho certeza que não foi um ataque porque o treinador tinha uma boa relação com o animal. Eles trabalhavam juntos e de repente o animal ficou nervoso.”, conclui o dono do parque. 
Desde a morte do Alexis, os treinadores não podem mais entrar na água com as Orcas. 
Mercedes gosta de visitar a pequena baía em que lançou as cinzas do filho. Lá ela se sente mais próxima dele. O sonho dela era ver Orcas livres na natureza. “Poder vê-las na natureza seria um grande presente... Ver esse fantásticos animais em liberdade... Eu sinto uma conexão com elas em liberdade. Seria incrível, espetacular!”.
E foi na Ilha de Vancouver, no Canadá, que esse sonho se tornou realidade. A família e os amigos ajudaram Mercedes a pagar pela viagem. E o Alexis segue com ela, não só na tatuagem.
A Mercedes sente uma conexão especial com as Orcas. “Eu aprendi muito sobre elas depois que passei a ler sobre como vivem. Há uma ligação muito forte entre as mães e seus filhotes... e por muito tempo. E isso me fascina. É por isso que amo tanto esses animais.”, diz ela.
E num passeio por Johnstone Strait, o momento finalmente chegou. Logo, um pod grande de Orcas passa pelos caiaques. (não há como conter as emoções ao ver a emoção dessa mãe).
“O sentimento é muito intenso. Mas estou muito feliz de vê-las. É emocionante vê-las na natureza... Eu sinto como se eu pudesse me conectar com elas em sua liberdade. Logo todas as Orcas estarão livres, como deveria ser.”





segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Orcas e belugas continuam presas em condições pavorosas na Rússia

Enquanto o governo russo não se decide sobre como atuar com relação à "prisão de baleias", como foi chamada desde novembro quando imagens de drones denunciaram o problema ao mundo, Orcas e belugas seguem presas em condições pavorosas, conforme detalhado por veterinários de organizações não governamentais. Os cetáceos, a maioria filhotes, estão praticamente morrendo congelados e não há perspectiva real de soltura até o momento.



A convite das autoridades russas, em visita ao local, veterinários revelaram que os funcionários da "prisão" precisam ficar constantemente quebrando o gelo que se forma na superfície dos cercados para possibilitar que os animais venham a superfície para respirar. As belugas estão "acostumadas a viver no gelo", diz à National Geographic Dmitry Lisitsyn, chefe da Sakhalin Environment Watch, "mas não estão acostumadas a ficar aglomeradas em um espaço de 12 por 10 metros com pessoas acima delas usando ferramentas a todo momento". Quinze das belugas são filhotes.



"É ainda pior para as Orcas", completou ele, pois embora elas estejam condicionadas a viver em águas frias, normalmente migram para o sul durante o inverno. Várias Orcas apresentam lesões de pele e em torno de suas barbatanas dorsais que podem ter sido causadas pelo congelamento devido à exposição ao frio prolongado, infecções bacterianas ou fúngicas decorrente da água estagnada, ou mesmo por conta de um conjunto desses fatores.




Há dez dias, três ONGs, incluindo a Sakhalin Watch, entraram com uma ação contra três agências do governo, alegando que, sob a lei russa, elas são obrigadas a confiscar animais silvestres de origem ilegal e devolvê-los ao seu habitat. "O estado é o dono legítimo dos animais e deve devolvê-los à natureza". Pedidos de soltura e ofertas de apoio para esse processo também foram realizados pelo ambientalista francês Jean-Michel Cousteau e três outros líderes do Keiko/Free Willy Project, que, com sucesso devolveram Keiko às águas islandesas.
De acordo com uma reportagem da National Geographic, uma das quatro empresas que reivindica a propriedade dos animais, Bely Kit, diz que capturou as Orcas e as belugas de forma legal e pretende vender os animais a aquários na Rússia e no exterior ainda este ano. A empresa não os libertaria na natureza a menos que fosse ordenado pela justiça.
Duas das outras empresas, a Afalina e a Oceanarium DV, disseram à imprensa local que também estão de acordo com a legislação. A quarta empresa, Sochi Dolphinarium, não respondeu ao contato da imprensa.
Somente na última quinta-feira, 7 de fevereiro, a repercussão do caso na mídia internacional fez com que as autoridades russas tomassem medidas para por fim ao sofrimento das baleias. “Os investigadores tomarão de imediato medidas abrangentes para devolver todos os mamíferos marinhos ao seu habitat”, anunciaram em comunicado, garantindo que as empresas respondam por crime de maus tratos aos animais. No entanto, essas medidas ainda não estão claras. 

Seja como for, é preciso que algo seja feito e logo... Antes que seja tarde demais. Alguns sites de notícias informaram que na última visita dos veterinários, três das Orcas não foram vistas e não sabem dizer se morreram. Vejam quão terríveis são as imagens abaixo. É possível observar o comportamento agitado das belugas, as fortes vocalizações entre todos os animais, bem como a dificuldade de locomoção das pequenas Orcas:




domingo, 13 de janeiro de 2019

Baleia pré-histórica também comia outras baleias como as Orcas de hoje

Um estudo liderado pela Manja Voss, investigadora do Museu de História Natural de Berlim, descreveu a extinta baleia da espécie Basilosaurus Isis que habitava nos oceanos da Terra há cerca de 35 milhões de anos e devorava outras baleias menores.

Segundo comunicou o jornal Live Science, a criatura pré-histórica viveu na época do Eoceno, entre 34 e 38 milhões de anos atrás. Este cetáceo podia atingir 18 metros, o que é duas vezes mais em comparação com as orcas modernas, tinha um focinho longo e dentes afiados, o que fazia deste animal um dos maiores predadores da sua época.



Em 2010, no Egito, foram encontrados fósseis de um representante dessa espécie assustadora, que conservava no seu estômago ossos de uma baleia menor. Os cientistas afirmaram que a Basilosaurus isis caçava e consumia peixe e filhotes de outro cetáceo extinto, o Dorudon atrox, com cerca de cinco metros de comprimento.
Os investigadores supõem que a gigantesca baleia pré-histórica não só consumia outras baleias mortas, como também as caçava. O estudo publicado na revista PLOS ONE assinalou que as marcas de mordida no crânio da vítima indicam um ataque mortal.
De acordo com os cientistas, a equivalente moderno da Basilosaurus Isis seria a orca, que caça outros animais marinhos, inclusive baleias. Segundo Manja Voss, os fósseis encontrados no Egito sugerem que a caça de baleias por outras baleias teria começado muito cedo na evolução dessas espécies.




Fonte: Sputnik News de 11 de janeiro de 2019.



sábado, 12 de janeiro de 2019

Orcas Residentes do Sul ganham nova integrante

Compartilhei a feliz notícia ontem pelo Instagram, Twitter e Facebook, mas não queria deixar de registrar aqui no blog.
A boa notícia foi divulgada pelo Center for Whale Research e se trata de um filhote de poucas semanas de vida no Pod L. A mãe é identificada como L77 e apelidada de Matia. O filhote ainda não receberá identificação pois os pesquisadores aguardarão mais algumas semanas acompanhando seu desenvolvimento.

Imagem de Sara Shimazu

Muito se fala sobre a escassez de alimento na região, do registro de mortes por inanição e o forte risco de mais duas Orcas virem a óbito até o próximo verão do hemisfério norte já que demonstram magreza excessiva.Trata-se da fêmea J17, de 42 anos, e do jovem macho de 27 anos, K25. K25 perdeu a mãe em 2017 e isso pode estar dificultando a captura de alimentos.
Dentre os vários motivos para a diminuição de alimento, que é o salmão da espécie Chinook, pode-se dizer que a principal deles é a presença de novas barragens em rios que impedem sua reprodução. Sem citar, claro, a pesca excessiva (apesar de ser proibida na região), a poluição e até fazendas de salmão que espalham doenças, parasitas e trazem muito desequilíbrio para os ecossistemas locais.
Sobre o novo filhote, ainda não se sabe se é macho ou fêmea, mas numa população extremamente ameaçada que tem sofrido um declínio drástico nos últimos anos, tendo inclusive nenhum filhote prosperado nos últimos três,  qualquer opção é "lucro" e especula-se que ele deva ser chamado de "Lucky", ou seja "Sortudo". Mas antes disso, temos que torcer muito para se sua mãe tenha alimento farto e tranquilidade para que seja capaz de nutrí-lo.
As imagens abaixo mostram os pods K e L que foram observados juntos ontem de manhã no Estreito Juan de Fuca, no noroeste do Pacífico, dando um verdadeiro show. O pequeno filhote pode ser visto ao lado da mãe em meio a eles. A opinião no momento sobre os especialistas é que nessas imagens ele aparenta estar muito saudável.






domingo, 6 de janeiro de 2019

Grupo grande de Orcas está nas praias do Rio de Janeiro

Para me ajudar a driblar as más notícias sobre o risco de morte iminente de mais duas Orcas da população das Residentes do Sul (do noroeste do Pacífico) e me deixar começar o ano de maneira um pouco mais alegre, Orcas visitam mais uma vez as águas brasileiras.
Como já podemos afirmar que "de costume" em janeiro, elas apareceram na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Quem registrou a visita e publicou as imagens em redes sociais foi o grupo de pesquisas do Laboratório de Mamíferos Aquáticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Segundo eles, esse grupo já é bem conhecido e é o mesmo que transita por nossas águas desde a década de 1990.
Dessa vez, eram aproximadamente doze animais. Todos muito saudáveis.




Abaixo o link para assistir às imagens:
http://recordtv.r7.com/jornal-da-record/videos/orcas-sao-flagradas-em-praia-do-rio-de-janeiro-05012019

Há outro vídeo com mais imagens na página do Facebook da UERJ, não deixe de prestigiar:







segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Reveja as fotos mais curtidas no Instagram em 2018

É chegado último dia do ano e é comum fazermos um balanço dos acontecimentos e de nossas ações durante todo ano. Não foram tantas publicações por aqui mas foram dezenas no Instagram, Twitter e Facebook. Utilizando-se de todas essas plataformas, consigo mantê-los informados sobre as mais importantes notícias sobre Orcas, demais cetáceos e outros assuntos relevantes sobre animais e meio ambiente. Abaixo seguem as 12 imagens mais curtidas e com mais interações durante o ano no Instagram:



Aproveito para desejar a todos um ano novo repleto de luz, saúde e muita prosperidade. Que daqui a um ano possamos estar revendo as ações de 2019 e possamos nos sentir satisfeitos e agradecidos por tudo conquistado. Seja bom ou ruim, tudo nos leva ao amadurecimento e novos aprendizados. Com gratidão e Deus no coração sempre sentiremos que tudo vale a pena! Bem-vindo 2019!



quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Japão deixa comissão que protege baleias e anuncia volta da caça comercial

O Japão anunciou nesta quarta-feira (26) sua retirada da Comissão Internacional da Baleia (IWC, na sigla em inglês) no próximo ano e a retomada da caça comercial nas águas territoriais e na zona econômica exclusiva do país a partir de julho. A decisão foi lida pelo porta-voz do governo, Yoshihide Suga, que também anunciou o fim da prática polêmica na Antártida.
"A partir de julho de 2019, depois que a saída entrar em vigor em 30 de julho, o Japão realizará a caça comercial de baleias dentro do mar territorial do Japão e de sua zona econômica exclusiva, e cessará o abate de baleais no Oceano Antártico/Hemisfério Sul", disse o secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, em um comunicado ao anunciar a decisão.
O Japão era membro da IWC desde 21 de abril de 1951. A organização foi criada há sete décadas para garantir a preservação desses cetáceos e impedir sua caça indiscriminada nos oceanos. Em 1986, impôs a proibição da caça comercial, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória.
Desde 1987, o Japão permite que se matem baleias apenas com fins científicos, mas essa é uma questão controversa. Críticos e organizações de proteção dos animais afirmam que o programa é usado para encobertar a caça comercial, já que a carne é vendida no mercado.
Os japoneses alegam que comer carne de baleia faz parte da cultura do país.
Em setembro desse ano, o Japão tentou derrubar a proibição à caça comercial durante a reunião da organização em Santa Catarina, mas foi derrotado em votação.
Em 2014 o Tribunal Penal Internacional determinou que o Japão deveria suspender a caça na Antártida – o que Tóquio fez durante uma temporada, reduzindo o número de animais e espécies visados, mas reiniciou na temporada 2015-2016.
O porta-voz do governo japonês disse que, após a sua retirada da organização, o país atuará como observador dentro da IWC e assegurou que o governo de Tóquio continua comprometido com a gestão dos recursos marinhos de acordo com dados científicos.



Repercussão
Austrália e Nova Zelândia saudaram a decisão de abandonar a caça às baleias na Antártida, mas expressaram decepção pela decisão do Japão se envolver no abate dos mamíferos oceânicos.
O Greenpeace condenou a decisão e contestou a afirmação de que os estoque de baleias se recuperaram, observando que a vida marinha está ameaçada pela poluição e pela pesca excessiva.
"A declaração de hoje está em desacordo com a comunidade internacional, sem falar na proteção necessária para salvaguardar o futuro dos nossos oceanos e criaturas majestosas", diz a nota da ONG.
"O governo do Japão deve agir urgentemente para conservar os ecossistemas marinhos, em vez de retomar a caça comercial de baleias", afirma o comunicado.



Fonte: G1 de 26 de dezembro de 2018.



quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Vídeo mostra nadadora cercada por Orcas na Nova Zelândia

Há poucos dias, um vídeo divulgado deixou a maioria de nós, amantes de Orcas, no mínimo, com muita inveja. Pois é, o vídeo mostra uma mulher nadando numa praia da Nova Zelândia cercada por Orcas. Eram uma Orca adulta, uma jovem e um filhote, todas muito brincalhonas. Elas acompanharam a nadadora bem de perto por um longo período.
As imagens foram captadas pelo drone do turista Dylan Brayshaw na praia Hahei, em Coromandel. Dylan, que estava observando a cena, disse que, à princípio, a nadadora chegou a sair da água, mas calmamente retornou, permitindo que elas se aproximassem. A nadadora, chamada Judie Johnson e moradora da região, disse que foi uma experiência totalmente diferente de tudo que já viveu, algo que "mudou sua vida para sempre".
Segundo Judie, ela costuma se encontrar com colegas para se exercitar no mar, mas naquela manhã não apareceu ninguém e ela resolveu seguir sozinha. Durante o percurso, viu a sombra dos animais, e pensou empolgada: “Oba, golfinhos!”. No entanto, ao observar um pouco melhor percebeu que eram Orcas. O medo inicial, tornou-se encantamento, e ela resolveu continuar. As Orcas, super curiosas seguiram ao lado dela por um bom tempo. É notável pelo vídeo que a empolgação é observada de ambas as partes. Um dos momentos mais incríveis relatados por ela, foi quando uma das Orcas estava tão pertinho que puderam se olhar olho no olho.
Como bem lembrado por Dylan na entrevista dada à TV neozelandesa (disponível no vídeo abaixo), sabemos bem da hostilidade de Orcas de cativeiro para com seus treinadores, mas na natureza, ele não sabia como elas reagiriam. E seu vídeo só veio comprovar o que leitores do blog sabem bem, Orcas são "golfinhos gigantes", inteligentíssimas, habilidosas, grandes predadoras, mas sempre gentis com humanos em seu habitat. A especialista entrevistada na matéria, Regina Eisert, também afirma o mesmo sobre o comportamento desses animais tão magníficos.
Já assistiu ao vídeo do encontro? Confira abaixo alguns trechos, bem como as entrevistas:







sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Grupo entra com ação para exigir a divulgação de relatórios de necrópsias das Orcas do SeaWorld

No ano passado, três Orcas, Tilikum, Kasatka e Kyara, morreram em três parques do SeaWorld, nos Estados Unidos. Agora, uma coalizão de grupos de direitos dos animais está processando o Serviço Nacional de Pesca Marinha (NMFS) americano por não ter exigido que o parque divulgasse os relatórios das necropsias dessas Orcas, informações que afirmam apoiar o argumento de que o cativeiro é prejudicial à saúde não só de Orcas mas dos demais mamíferos marinhos.


Tilikum, do SeaWorld Orlando, a mais famosa das três Orcas, morreu em janeiro de 2017 devido a uma infecção causada por pneumonia bacteriana. Adquirida pelo SeaWorld em 1992, Tilikum ajudou a empresa a expandir sua população de Orcas de cativeiro ao gerar 21 filhotes, dos quais, cerca de 10 ainda estão vivos. A Orca de 36 anos de idade, que matou sua treinadora Dawn Brancheau em 2010 e pelo menos duas outras pessoas antes disso, tornou-se um nome familiar após o lançamento do documentário Blackfish em 2013.
Kyara, a neta de três meses de Tilikum, que nasceu no SeaWorld San Antonio em abril de 2017, morreu de pneumonia em julho do mesmo ano. E Kasatka, uma Orca matriarca que foi mantida no parque de San Diego por 40 anos, foi sacrificada em agosto também de 2017 , aparentemente depois de anos lutando contra infecções pulmonares. No entanto, durante semanas que antecederam sua morte imagens de lesões terríveis em sua pele circularam o mundo. Não está clara a relação entre essas lesões e a doença pulmonar (como já mencionado na ocasião de sua morte aqui no blog).
A ação, movida na terça-feira pelo Earth Island’s International Marine Mammal Project (IMMP), pelo Animal Welfare Institute (AWI), pela especialista e pesquisadora Lori Marino, dentre outros, desafia a afirmação do NMFS de que eles não têm autoridade legal para exigir que o SeaWorld entregue os relatórios das necropsias e registros veterinários dessas Orcas.
"Segundo as disposições do Marine Mammal Protection Act (Lei de Proteção de Mamíferos Marinhos), essas Orcas pertencem ao povo dos Estados Unidos, não ao SeaWorld, e temos todo o direito de acesso às informações sobre sua saúde e bem-estar", disse David Phillips, do Earth Island Institute. 
O SeaWorld tem argumentado que não precisa divulgar esses relatórios porque pela lei é somente exigido que revelem a causa da morte do animal. Até o momento, o NMFS concordou com o SeaWorld, dizendo que as emendas feitas à Lei de Proteção aos Mamíferos Marinhos em 1994 eliminaram a exigência de que zoológicos, aquários e parques temáticos enviassem relatórios veterinários e de necropsia de mamíferos marinhos à agência federal (alteração que obviamente foi impulsionada pela indústria de animais em cativeiro).
Mas no processo, os defensores dos direitos dos animais alegam que as autorizações originais dadas ao SeaWorld para importar Tilikum e Kasatka em 1992 e 1978, que claramente especificavam que a empresa deveria entregar esses registros ao NMFS, são anteriores às emendas de 1994 e, portanto, ainda são aplicáveis legalmente. Eles argumentam ainda que a definição original no caso do Tilikum também se aplica à sua progênie, inclusive a Kyara.
O IMMP e os outros demandantes afirmam que a informação contida nos registros é vital não apenas porque ajudaria ativistas e pesquisadores a entender o impacto do cativeiro no bem-estar das Orcas, mas também porque ajudaria no resgate e na reabilitação de mamíferos marinhos feridos ou doentes em seu habitat.
"A indústria de exibição em cativeiro é a primeira a afirmar que os mamíferos marinhos que possui são valiosos para a pesquisa científica e conservação", diz Dr. Rose, pesquisadora de mamíferos marinhos da AWI. “Impedir o acesso do público aos relatórios das necropsias e aos registros veterinários, bem como de cientistas externos, sugere o contrário.”
Tanto o PETA quanto o AWI, mesmo antes da morte do Tilikum, já tentaram de forma privada e pública persuadir o SeaWorld a liberar voluntariamente esses documentos, mas não obtiveram sucesso. Esta ação judicial seria um último recurso.

Vamos aguardar!

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Rússia diz que vai proibir captura de Orcas em 2019

A Rússia anunciou planos para proibir as polêmicas “prisões de baleias” depois que as imagens de mais de 100 espécies raras amontoadas em recintos minúsculos se tornaram públicas no início deste mês.
A agência ambiental do governo russo, Rosprirodnadzor, disse em um relatório publicado na semana passada que a captura de Orcas e belugas será suspensa a partir de 2019.
As imagens divulgadas também mostraram um guindaste levantando um dos mamíferos de um tanque em uma instalação cercada perto da cidade de Nakhodka, na costa do Pacífico não muito longe da fronteira com a China.
Os promotores estão investigando se 11 Orcas, que poderiam ser vendidas por 4,6 milhões de libras ou mais, e 90 belugas estão sendo mantidas ilegalmente nesses recintos temporários. Ativistas locais afirmam o que já sabemos bem: que estão sendo vendidas para aquários chineses. A China já conta com cerca de 60 parques temáticos marinhos e possui outros 12 em construção.



De acordo com o jornal independente Novaya Gazeta, alguns dos animais estão no complexo desde julho, e a mídia local afirma que a gravação sugere que preparativos estão sendo feitos para enviá-los para outro destino. O jornal disse ainda que quatro empresas que alugam “cercados” no local exportaram até 13 Orcas para a China entre 2013 e 2016.
“A escala do que está acontecendo aqui é chocante”, disse a jornalista Masha Netrebenko. “Do ar vimos que há montes de baleias brancas (Belugas) em cercados construídos na água. O helicóptero não podia descer muito porque quando atingia menos de 100 metros do solo, começava a perder controle”. Aparentemente, esses empresários estão tão preparados que até instalaram jammers. “Mas a imagem que vi me abalou profundamente”, disse ela.
Muitas das baleias são filhotes muito jovens e esse tipo de captura é de fato proibido.
Masha afirmou que nas proximidades também há uma instalação comercial de focas e que este é o maior número de criaturas marinhas já mantidas em pequenos recintos temporários na história.
A polícia russa disse que pediu uma investigação de fraude na captura e venda para a China de sete baleias orcas entre 2012 e 2015, já que buscam brechas na lei para fazerem a comercialização.
O Greenpeace russo descreveu as condições mostradas como "tortura". Sabe-se que com essas ações, a Rússia corre um grande risco de extinguir sua população de Orcas. Ele ressaltou que “a cota de captura pode ser de 13 animais por ano, mas ninguém está levando em conta que pelo menos uma Orca é morta para cada uma que é capturada”.
A segurança em torno da prisão é tão grande que uma fotógrafa, Nina Zyryanova, disse que teve sua câmera tirada e seu cartão de memória roubado enquanto investigava o local.
A jornalista Masha ainda acrescentou: “Eu vi orcas, belugas e outras baleias no oceano... muitas vezes ... e posso ter certeza de que apenas o oceano pode ser o seu lar, não esses pequenos recintos onde criaturas inteligentes são empilhadas como peixes em lata”.
“Eu não sei que tipo de gente é necessário ser para colocá-las aqui e para permitir negociá-las como pedaços de carne sem alma.” Ela alega que o comércio envolve “muito dinheiro”, “é um negócio rentável ligado a pessoas especialmente próximas ao Kremlin”.
“Orcas são as únicas criaturas fora os humanos com fortes instintos familiares. Elas se sentem muito unidas umas às outras e podem até morrer de tristeza se algo acontecer com um membro de sua família. Mantê-las em oceanários é cruel!”


P.S.: Confesso não ter muita confiança na atitude do governo russo com relação à esta monstruosidade de prisão. Como sabem, há tempos isso vem ocorrendo e todos ignoram. Até um show com Orcas russas na China já estreou há poucos dias e nada foi feito para que isso fosse impedido. Belugas também estão sendo distribuídas aos montes pelo mundo... Está claro que o país está lucrando e não se interessa com a conservação de sua tão preciosa fauna. E mesmo que se decidam mesmo por proibir, o que será desses filhotes? Será que haverá um esforço para que retornem à liberdade ou será que criarão milhares de imposições que inviabilizem isso como fizeram com Morgan? Por que ninguém mencionou o destino desses animais que estão lá caso haja esforço do governo em punir os envolvidos?
Sinceramente, não sei o que esperar, mas não vejo atitudes positivas realmente sendo tomadas para solucionar de fato todo esse absurdo!