terça-feira, 18 de agosto de 2020

Orca Branca Tl'uk é vista no Alasca

Uma Orca Transeunte, cujo nome foi inspirado na luz da lua, fez uma aparição surpresa no estado americano do Alasca, no último dia 7, para a alegria dos pesquisadores da área e entusiastas da vida selvagem.

Conhecida pelos cientistas como T46-B1B, a rara orca branca Tl'uk (nome na língua Halq'eméylem da costa do noroeste americano) nasceu em 2018 e foi avistada ao sul de Puget Sound se deslocando até o norte do Alasca.

A Bióloga Marinha Stephanie Hayes observou a pequena Orca do navio de pesquisa de baleias Northern Song, onde estava trabalhando. A tripulação estava em busca de baleias jubarte perto de Juneau quando a avistaram à costa da cidade alasca de Kake. A princípio identificaram que era um pod de Transeuntes e, em seguida, observaram a Orca branca reluzindo na água.



Ao checarem as informações, descobriram que era a primeira vez que ela era vista tão ao Norte. E não parou por ali... Poucos dias depois, a Bióloga a observou novamente na costa da cidade de Petersburgo, também no Alasca, e, dessa vez, conseguiu registrar melhor as imagens. “Tivemos a chance de observar a Tl'uk caçando focas”, disse ela. “Muito bom saber que é um membro super ativo e saudável do pod.”

Embora a causa da pele clara da Tl'uk ainda seja desconhecida, a Stephanie acredita que seja um caso de leucismo, uma condição que diminui a pigmentação da pele. A baleia não é totalmente branca, suas manchas características ainda são bem visíveis, mas o pigmento de sua pele está apagado.

Em outubro, a Tl'uk foi avistada nas águas de Nanaimo (Ilha de Vancouver, Canadá) por um grupo de observação de baleias de Port Angeles.

A Bióloga acrescentou ainda que, com o tempo, os cientistas serão capazes de acompanhar e documentar os impactos de sua cor em seu desenvolvimento, pois, por ser clara e tão mais visível às presas, ela pode ter dificuldade de caçar sozinha. Será importante para avaliar também se ela teria alguma dificuldade de se relacionar com outros pods ou se apresentaria algum problema de saúde devido à sua condição.

Há mais sobre Orcas brancas no blog! Não deixe de pesquisar mais informações no campo de busca ao lado*.


* Para acessar o campo de busca, caso esteja acessando o blog pelo celular, clique em “Visualizar versão para a web” logo abaixo. O campo de “Pesquisa” estará à esquerda, abaixo da lista de postagens. Divirta-se!


sábado, 8 de agosto de 2020

50 anos de solidão de Lolita

Em tempos nunca antes imaginados de isolamento social, quando a maioria absoluta de nós sentiu a angústia, o medo, as inseguranças do desconhecido, e pelo fato de termos tido que nos afastar da nossa rotina diária, trabalho, escola, da nossa família e amigos, e de tudo que considerávamos “normal”, mesmo que no conforto do nosso lar, pudemos sentir na pele quão ruim é viver afastado de tudo e de todos. Talvez este seja um momento mais que propício para não só nos colocarmos no lugar do próximo “humano”, mas também dos animais. E dos milhões que em todo o mundo foram retirados de seu habitat, colocados em ambientes artificiais e desprovidos de tudo que lhes era normal e importante, apenas para nós humanos podermos apreciá-los no momento que “quiséssemos” (e para alguns, faturar). Estamos nessa pandemia há pouco mais de quatro meses e já sentimos as consequências... emocionais e físicas do confinamento... Nossa saúde e nosso ânimo deterioraram... Sabemos bem quanto deixamos de viver nesse período mesmo sabendo que o fizemos por um bem maior... pela saúde de todos... E, mais uma vez, lembrando, por apenas pouco mais de quatro meses... Ou seja, como nunca, talvez consigamos sentir no coração, nem que seja por um segundo, o que representam estes CINQUENTA ANOS!




Segue tradução da legenda (caso não esteja visualizando o vídeo, clique no seguinte link - https://youtu.be/KuoA2WvYZ7I ):


"Em 8 de agosto de 1970...

Uma família de Orcas brincava nas águas do estado de Washington, nos Estados Unidos, até que foram perseguidas até uma enseada. Seus captores as encurralaram usando explosivos ensurdecedores. Os filhotes foram separados das mães, capturados por redes e retirados do oceano. Um deles, fêmea, foi levado para o Miami Seaquarium, na Flórida. Eles a chamaram de Lolita. Ela acabou virando colega de tanque da Orca Hugo, que havia sido capturado na mesma região dois anos antes. Ambos se apresentaram juntos por alguns anos neste pequeno tanque. O Hugo se machucava repetidamente batendo a cabeça nas bordas do tanque. No dia 4 de março de 1980, ele morreu de aneurisma cerebral durante uma dessas ocorrências. Seu corpo foi jogado numa aterro. A Lolita nunca mais viu outra Orca. Ela circula seu tanque desde então, privada das conexões sociais tão comuns de sua espécie. Sua vida se resume a desempenhar truques para o público dia após dia. Depois dos “shows”, ela apenas boia impossibilitada de fazer qualquer outra coisa que não seja rodear as paredes do tanque.

A Lolita está completando 50 anos de cativeiro. Os chamados de sua família e as sensações do oceano não passam de uma lembrança remota. Sua existência no Miami Seaquarium é vazia e distante da verdadeira majestade e da beleza que uma Orca possui. É dessa forma que ela e outras Orcas deveriam viver?

A Lolita também é conhecida por Tokitae, que significa “belo dia, lindas cores” na costa noroeste do Pacífico.

É hora de ela viver a visão de seu nome. É hora de ela descansar num santuário.”




P.S.: Há exatos oito anos, quando fiz uma publicação sobre a Lolita, compartilhei um vídeo emocionante que mostra Lolita reagindo aos sons de vocalização de membros de seu pod. Mesmo após 42 anos de cativeiro (à época), ela demonstra se recordar. É arrepiante! Assista no link abaixo:

domingo, 2 de agosto de 2020

Orca encalha em praia na Bahia

Notícia surpreendente e triste para este começo de mês. Surpreendente pelo raríssimo fato tanto de uma Orca (filhote e aparentemente sozinha) estar na região quanto pelo encalhe em si, que também não é comum nessas condições. Com aflição, acompanhei a situação desde a divulgação de ontem e hoje divido os detalhes por aqui, através do comunicado do IMA (Instituto Mamíferos Aquáticos), cuja equipe atuou na tentativa de desencalhe e salvamento, mesmo que sem sucesso, da pequena Orca.
Segue:

“Na tarde de ontem (01/08), um cetáceo da espécie orca (Orcinus orca) encalhou na Praia de Guarajuba, município de Camaçari. Após tentativas de devolução pro mar e re-encalhe ainda mais desgastada, o Instituto Mamiferos Aquáticos e o Projeto Baleia Jubarte foram acionados e realizaram o atendimento em parceria, mobilizando equipes de veterinários e biólogos para o local.

Tratava-se de uma fêmea juvenil, medindo 3,7m, severamente debilitada, pouco responsiva e em estado nutricional ruim, expelindo odor pútrido na expiração e episódios de vômito, indicando um indivíduo com quadro patológico e sem condições de sobrevivência no ambiente natural sem o devido tratamento. Os veterinários decidiram então remover o animal da praia para uma piscina, por conta das condições ruins do mar, para que o mesmo recebesse suporte médico e realização de exames para diagnóstico e posterior soltura.

Com o apoio do Instituto do Meio Ambiente (INEMA-BA) e da Secretaria do Meio Ambiente de Camaçari, todo maquinário foi disponibilizado para o procedimento. Infelizmente a complexa operação de remoção foi impossibilitada pela condição geográfica do local de encalhe e a subida da maré, sendo cancelada. A orca foi medicada no local, recebeu fluidos, e passou a madrugada sendo monitorada, foi arrastada pela maré sem tentativa de reação, rolando diversas vezes sobre o próprio eixo, até o re-encalhe na manhã de hoje (02/08), possibilitando acesso da equipe para re-avaliação.

Os veterinários concluíram que o animal já estava em sofrimento prolongado, além de detectarem luxação de nadadeira peitoral, inviabilizando uma soltura e piorando o prognóstico.

Diante da situação, entendemos que, apesar da equipe não ter medido esforços para a recuperação desse indivíduo, alcançar o sucesso da operação se tornou uma questão de ego e resposta ao público, que colocava de lado o bem-estar animal. Foi tomada a difícil decisão, pelo bem do animal, de abreviar o seu sofrimento, optando pela eutanasia humanitária, que foi realizada de forma ética e indolor, através da administração endovenosa de anestésicos.

A carcaça será removida do local para realização de necropsia investigativa, visando identificar a causa do encalhe e contribuir para a conservação da espécie, que mantém o seu status de conservação em "Dados Insuficientes".

Agradecemos a todos os parceiros que realizaram um excelente e incansável trabalho em equipe durante esses dois dias e nos possibilitaram muito aprendizado e crescimento juntos. Apesar do desfecho, consideramos toda a operação um grande sucesso de integração institucional para um bem maior que deve ser preservado para situações futuras.

Equipe IMA.”




Sobre o possível motivo da Orca estar nesta região, a equipe do Projeto Baleia Jubarte comentou ainda: "No ano passado, no Sul da Bahia, pescadores fizeram outro registro de orcas, em comportamento de ataque a baleias-jubarte. É possível que elas frequentem a região para tentar predar sobre os filhotes recém-nascidos de jubartes."

E, de fato, acredito que seja possível que a população de Orcas visitando nossas águas possa aumentar justamente pela reprodução das Jubartes estarem em plena ascensão no Brasil.

Aguardemos o resultado na necrópsia para sabermos mais sobre esta pequena e seu estado de saúde. Qualquer novidade, compartilho por aqui.



quarta-feira, 29 de julho de 2020

Tahlequah à espera de um novo filhote!

Há exatos dois anos e um dia, noticiava por aqui o início do martírio (que ocorria há apenas quatro dias na data) da Orca J35, hoje muito bem conhecida também pelo nome, Tahlequah. Seu comportamento de carregar o filhote morto por 17 dias impressionou o mundo e deixou claro às pessoas quão sociais são as Orcas.

A boa notícia é que ele está à espera de um novo filhote!

Fotos captadas por pesquisadores do Center for Whale Research mostram a transformação do corpo da Tahlequah entre setembro de 2019 e julho de 2020, o que indicaria a gestação e, mais, que estaria próxima de dar à luz. Eles acreditam que outras Orcas também estejam prenhas, mas divulgaram apenas sobre a J35 por conta da impressionante perda e do luto de dois anos atrás. A informação serve como apelo também para que as embarcações mantenham a distância e evitem ao máximo qualquer tipo de perturbação às fêmeas.




Como já divulgado amplamente por aqui, esta população de Orcas, as famosas Residentes do Sul (compostas pelos pods J, K e L), estão ameaçadas de extinção por conta da escassez de alimentos (uma espécie específica de salmão), poluição física e sonora, dentre outros fatores. Atualmente contam com 73 membros e filhotes são mais que bem vindos. Lembrando que a gestação de uma Orcas dura de 17 a 18 meses.

Vamos acompanhar!



P.S.: Saiba dos detalhes sobre o caso na publicação de 2018:
https://v-pod-orcas.blogspot.com/2018/07/orca-carrega-filhote-morto-ha-4-dias.html




quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Orca encontrada morta na Inglaterra tinha apenas plástico no estômago

Uma Orca morta foi encontrada em um pântano na baía de The Wash, na Inglaterra, há poucos dias. Os ingleses não registravam um encalhe de Orca desde 2001.
Acredita-se a jovem Orca, medindo 4,5 metros de comprimento, tenha morrido há semanas e, uma análise inicial, mostrou que, apesar de não ter sido esta isoladamente a causa de sua morte, havia um grande pedaço de plástico em seu estômago.
A causa da morte e o motivo de ter sido encontrada em meio ao pântano, afastada do mar, ainda são desconhecidos. Especialistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL) estão investigando e tentando entender o encalhe dado ser tão incomum.
Rob Deaville e Matt Perkins, da ZSL, coletaram amostras de gordura, do fígado, de músculos e dos rins para investigarem melhor a vida e a morte do animal. Rob disse em entrevista que “Este tipo de encalhe não costuma acontecer na Inglaterra e no País de Gales. O último que registramos foi em 2001, no estuário de Mersey”.
A carcaça não tinha sido movida e estava praticamente intacta internamente, apesar de seu avançado estado de decomposição. Sabe-se que era uma Orca jovem pelo tamanho, mas a idade exata é desconhecida. Uma análise de sua arcada dentária poderá indicar a idade aproximada.
A análise do estômago mostrou que ela não havia comido recentemente.
A Orca é uma das mais importantes espécies pesquisadas pela ZSL por absorver concentrações significativas de poluentes marinhos. “Por serem grandes predadoras e estarem no topo da cadeia alimentar, elas absorvem uma quantidade enorme de poluentes marinhos, principalmente PCBs”, disse Rob Deaville. “Mesmo estando neste estado de decomposição, ela poderá nos dizer muito sobre a população lá fora, por isso coletamos uma série de amostras para acompanhamento bacteriológico e histopatológico, além de amostras para fazermos as análises de poluentes, bem como estudos sobre sua dieta, histórico de vida, idade e análise genética para identificarmos a qual população pertencia”.
Qualquer novidade publicada sobre as análises nas próximas semanas, compartilharemos por aqui ou em nossas redes sociais.





quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Orcas avós auxiliam na sobrevivência de seus netos

Pesquisas mostram que Orcas avós que já passaram da menopausa melhoram as chances de sobrevivência de seus netos. Acredita-se que isto ocorra, pois, por já serem incapazes de gerarem filhotes, podem concentrar suas energias e recursos no auxílio dos pequenos.
Em tempos de escassez de alimentos, a equipe de pesquisa descobriu que as Orcas-avós tinham um papel importante na alimentação dos filhotes, e que elas, por serem mais experientes, desenvolvem um papel importante de liderança para o pod também na busca de alimentos.
Um dos autores do estudo, o Dr. Dan Franks, do Departamento de Biologia da Universidade de York, disse: “O estudo sugere que as avós reprodutoras não são capazes de fornecer o mesmo nível de apoio que as que não se reproduzem mais. Isso significa que a evolução da menopausa aumentou a capacidade da avó de ajudar seus netos. A morte de uma “avó pós-menopausa” pode ter repercussões importantes para o seu grupo familiar. Esta ocorrência deve ser tratada com a importância devida ao avaliar o futuro dessas populações.” Ele afirmou ainda que, “À medida que a oferta de salmão declinar, é provável que as avós se tornem ainda mais importantes para essas populações”.
A equipe desta pesquisa foi composta por cientistas das Universidades de York e de Exeter, ambas no Reino Unido; do Center for Whales Research, dos EUA, e da Fisheries and Oceans, do Canadá. Foram analisados os dados coletados ao longo de 36 anos nas duas populações de Orcas acompanhadas pelo Center for Whales Research e pelo Fisheries and Oceans que vivem na costa noroeste do Pacífico do Canadá e nos EUA.
O principal autor da pesquisa, Dr. Stuart Nattrass, da Universidade de York, acrescentou: “As descobertas ajudam a explicar fatores que estão impulsionando a sobrevivência e o sucesso reprodutivo das baleias, que são informações essenciais, dado que as Orcas Residentes do Sul, uma das populações em estudo, estão na lista de animais ameaçados e em risco de extinção. Acreditamos que quando as avós reprodutoras estão apoiando seus próprios filhotes, seus padrões de movimento e atividade são restritos e não são capazes de fornecer apoio e liderança da mesma maneira que as fêmeas na pós-menopausa, ou seja, elas teriam menos tempo”. Ele acrescentou ainda que “atualmente, estamos realizando estudos observacionais com drones para estudar diretamente o comportamento de ajuda entre membros do pod”.





quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

50 anos da captura da Corky

"Conte. 50. Cinqüenta. Nos dedos da sua mão. Leva um tempo. Pense nisso. Pense em cada um representando um ano perdido na vida da Corky: 365 dias circulando e girando e girando e girando em torno de seu tanque até ficar tonta, longe de todos os sons que fizeram dela uma Orca, um ser com uma incrível percepção de som e espaço; afastada de uma linhagem familiar que se estende por gerações que vão além da última Era Glacial; inimaginavelmente privada de tudo o que ela e suas semelhantes dependem para existir.
Na semana passada, fui com a Helena à Pender Harbor, em Sunshine Coast, ao norte de Vancouver, para encontrar o Sonny Reid, pescador que capturou Corky no dia 11 de dezembro de 1969. Nós não nos víamos desde aquela época. Temos a mesma idade. Ele lembrava de mim mais alto. Um homem atarracado e resignado, Sonny viveu a vida toda em Pender Harbor. A captura das Orcas foi acidental; ele ganhou dinheiro, mas não muito; ele pescava salmão e arenque antes de ambas as pescas fracassarem. Ele está aposentado agora e como vendeu o barco não pesca mais, mas vagueia até o porto no Madeira Park quase todos os dias e se lembra das capturas como se fossem ontem. Ouvi dizer que ele havia mudado de ideia sobre o tema. Nosso encontro foi calmo e a conversa tranquila. Para mim, o momento mais pungente foi quando perguntei a Sonny quando ele havia mudado de ideia. Ele ficou pensativo por um momento e depois me disse que aconteceu no cais em que estávamos, quando as Orcas estavam sendo transferidas para caminhões para serem levadas. Ele as ouviu chorar. Naquele momento, ele entendeu o que havia feito e desejou poder devolvê-las. Mas não podia, é claro.

Agora, há outra chance para Corky. Um santuário está sendo preparado para ela em Double Bay, na ilha Hanson, não muito longe do OrcaLab e de Dong Chong Bay, onde Springer foi devolvida à família em 2002. Lá, a Corky será tratada por pessoas que conhece bem, funcionários do SeaWorld. Ela vai nadar na água do oceano novamente e, embora ainda esteja confinada, sua família poderá visitá-la. O que acontecerá após o reencontro é desconhecido. É claro que existem desafios à frente, sendo o principal deles a cooperação do SeaWorld, o que é possível e o que acredito que irá acontecer.

Enquanto a Corky entra no seu 51º ano longe da família e do oceano em que nasceu, acenderemos uma vela para ela. Convidamos você a fazer o mesmo."


Paul Spong, Orca Lab

11 de dezembro de 2019



terça-feira, 17 de dezembro de 2019

População de baleia jubarte sobe de 450 para 25 mil

A proibição da caça a baleia em várias partes do mundo deu certo. Uma nova pesquisa mostra que a população de baleias jubarte – que estavam em extinção – saltou de 450 para 25 mil no Atlântico Sul nas últimas décadas. O levantamento internacional foi feito em co-autoria por Grant Adams, John Best e André Punt, da Escola de Ciências Aquáticas e daPesca da Universidade de Washington, nos EUA.
No litoral do Brasil, mais precisamente, elas saltaram de 400 para 17 mil em 60 anos, de acordo com o Senso 2019 do Projeto Baleia Jubarte, uma ONG que existe desde 1988 e sobrevoa o Oceano Atlântico para fazer a contagem dos mamíferos.



Motivo
A quantidade dessas baleias – chamadas cientificamente de Megaptera novaeangliae – aumentou graças a medidas de proteção implementadas na década de 1960, quando os cientistas perceberam que as populações estavam em declínio.
Anos depois, na década de 1980, a Comissão Internacional da Baleia emitiu uma alerta de repressão a caça, oferecendo mais salvaguardas a elas. O resultado é que essa nova estimativa de 25 mil animais está próxima dos números que existiam antes da época em que era permitido caçar baleias no Atlântico. “Fomos agradavelmente surpreendidos pelo retorno. Estudos anteriores não sugeriram que as baleias jubarte nessa região estavam indo bem ”, disse John Best ao portal Good News Network.

O estudo
O estudo, publicado no mês passado na revista Royal Society Open Science , rejeita avaliação anterior realizada pela Comissão Internacional da Baleia, entre 2006 e 2015, que indicava que a população havia recuperado apenas cerca de 30% de seus números anteriores à exploração. Desde que a avaliação foi concluída, novos dados vieram à tona, fornecendo informações mais precisas sobre capturas, genética e histórico de vida. O estudo incorporou registros detalhados da indústria baleeira no início da exploração comercial, enquanto as estimativas atuais da população são feitas a partir de uma combinação de pesquisas aéreas e navais, juntamente com técnicas avançadas de modelagem. Os autores preveem que o modelo construído para este estudo possa ser usado para determinar a recuperação da população em outras espécies em mais detalhes também.

A recuperação
O autor principal Alex Zerbini, do Instituto Conjunto para o Estudo da Atmosfera e do Oceano da Universidade de Washington, diz que essas descobertas são uma notícia boa, um exemplo de como uma espécie em extinção pode voltar da quase extinção. “As populações de animais selvagens podem se recuperar da exploração se o manejo adequado for aplicado”, disse Zerbini , que concluiu o trabalho no laboratório de mamíferos marinhos do NOAA Alaska Fisheries Science Center.
O estudo também analisa como o renascimento das jubarte do Atlântico Sul pode ter impactos no ecossistema. As baleias competem com outros predadores, como pinguins e focas, pelo krill – uma espécie de camarão – sua principal fonte de alimento.



Fonte: Site Só Noticia Boa




terça-feira, 17 de setembro de 2019

Novo filhote de Orca "branca" é identificado nos EUA

Em junho, tive o prazer de compartilhar a notícia de um filhote de Orca "branco" (acinzentado) dentre as Orcas Transeuntes, na região do Noroeste do Pacífico; agora, com volto a comunicar o nascimento de mais um filhote com as mesmas características, mas não dentre as Transeuntes.
Dessa vez, o avistamento ocorreu na Califórnia, EUA. Após alguns dias de observação, divulgaram na tarde de ontem que a pequena Orca é filhote da fêmea identificada pela sigla CA216C, portanto, de agora em diante, identificada como CA216C1.
É comum levar alguns dias de observação até concluírem de qual Orca é o filhote porque, acreditem, Orcas se revezam nos cuidados do filhote nas primeiras semanas, como perfeitas babás.




Há 8 dias elas haviam sido avistadas na Baía de Monterey e ontem foram novamente observadas, mas na cidade de Dana Point, o que significa que nesse pequeno período se deslocaram por quase 650 km (e de pensar que um tanque no SeaWorld não possui mais do que 50 metros). 
Uma empresa de observação de baleias publicou um vídeo no YouTube com imagens da pequena Orca captadas por drone, nele, é possível identificar com mais clareza a coloração diferenciada. Assista abaixo:




segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Sete Orcas encalham na Argentina, seis são salvas

Hoje pela manhã um grande encalhe de Orcas ocorreu na praia de La Caleta, balneário de Mar Chiquita (cerca de 20km ao Norte de Mar del Plata), na Argentina. Eram sete delas e após o intenso trabalho de cerca de seis horas por parte de 150 pessoas, seis puderam ser salvas. Um macho adulto, infelizmente não conseguiu sobreviver.
Jornais locais divulgaram que as Orcas foram encontradas por duas pessoas que costumam caminhar todas as manhãs pela praia. Foram elas que deram o alerta para dar início ao trabalho de salvamento. O vídeo abaixo mostra quão agoniante estava a situação. É possível ouvir as vocalizações de desespero dos animais:



No início, não havia um planejamento sobre o que fazer, as pessoas foram se aproximando e como podiam, ignorando as vestimentas, a baixíssima temperatura da água e o forte movimento das ondas, faziam o que podiam para empurrá-las de volta ao mar.


Uma das primeiras autoridades a chegar ao local foi a secretária de Turismo da região Flávia Laguné, em seguida equipes de bombeiros, funcionários da Prefeitura e ainda pessoal da Universidade Nacional de Mar del Plata e da Fundação Mundo Marino (parque que mantém Kshamenk cativo).
O salvamento foi sendo realizado com os materiais que tinham disponíveis... cordas, pedaços de redes de pesca, pás, rebocadores. Duas das pessoas envolvidas no processo tiveram que ser afastadas por conta da hipotermia. Alguns relataram que nem pensavam no frio ou no esforço, apenas queriam devolvê-las ao mar. Quem não tinha mais forças nos braços empurravam com os pés.



E assim foram seis horas de luta, mas que valeu muito a pena. Seis Orcas foram devolvidas!
A morte do macho provavelmente ocorreu devido à posição que ele se encontrava na praia... Estava com o espiráculo (orifício pelo qual respira) direcionado para as ondas, ou seja, não tinha como impedir que água entrasse. Ele tinha cerca de 5 toneladas e teve amostras de tecidos, sangue e órgãos coletados pelos biólogos e veterinários das fundações do Aquário de Mar del Plata e Mundo Marino. Com isso, será possível confirmar a possível causa da morte, bem como avaliar doenças pré-existentes.


Muchas Gracias, Hermanos!





P.S.: Imagens obtidas no site do La Nacion de 16 de setembro de 2019.