Há inúmeros registros de reclamações e incidentes de pessoas que se machucaram nadando com golfinhos; o que inclui mordidas, pancadas com a nadadeira caudal e até puxões para debaixo d'água, tudo resultado de animais irritados e sobrecarregados.
Golfinhos são animais selvagens forçados a interagirem com as pessoas o dia todo em troca de alimento... Ou seja, uma situação perfeita para acidentes.
Imagem: The Dodo
#EmptyTheTanks / #EsvaziemOsTanques
Compartilhe essa informação com seus amigos e familiares para instruí-los e estimulá-los a NÃO APOIAREM a indústria de golfinhos em cativeiro!
#DontBuyATicket / #NaoCompreIngressos
Não compre ingressos para assistir a shows de golfinhos ou para nadar com eles seja onde for!
#SayNoToCaptivity / #DigaNaoAosCativeiros
Um dia de férias para você é uma vida inteira de sofrimento para eles!
A maior parte dos locais que oferece a oportunidade de nadar com golfinhos possui piscinas cloradas ou cercados no mar, e ambos os locais expõem os animais a condições prejudiciais, dado que o cloro e outros produtos químicos agridem os olhos e a pele dos golfinhos. Além disso, ex-funcionários desses estabelecimentos afirmam que além da química, os golfinhos sofrem com a exposição excessiva ao sol do qual não conseguem se proteger.
Os cercados no mar podem dar a ilusão de serem mais naturais ou melhores, mas não são, porque expõem os animais à poluição, ao ruído dos barcos e aos contaminantes portuários. Voluntários do The Dolphin Project no México observaram manchas de óleo e gasolina cobrindo a superfície da água nesses locais e os golfinhos não têm outra escolha que não seja se deslocar neste meio e ingerir toda a poluição. Sem contar que há excrementos dos golfinhos na água em que as pessoas também entram (questão também abordada em detalhes nos próximos dias).
Imagem: The Dolphin Project
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Um dia de férias para você é uma vida inteira de sofrimento para eles!
É provável que todos nós já tenhamos nos deparado com propagandas de locais para nadar com golfinhos enquanto planejamos nossas férias ou tenhamos visto amigos e familiares postando nas redes sociais fotos interagindo com golfinhos (mesmo que aqui no Brasil isso não exista). Pode parecer “comum”, mas esse tipo de entretenimento não é só algo ultrapassado, mas, se pensarmos racionalmente, algo antiético na atual sociedade.
Passou da hora desses programas serem encerrados, e o The Dolphin Project (projeto liberado pelo Ric O’Barry (famoso “ex-treinador” da estrela de cinema “Flipper”) que, após reconhecer os danos do cativeiro, luta há décadas pelo fim dessa exploração e das morte de cetáceos com finalidade de entretenimento) nos dá 10 motivos para tal.
Conforme prometido em postagens no Instagram e no Facebook esta semana, e inspirada na insistência das pessoas em ignorarem o problema e continuarem fazendo este tipo de atividade, nos próximos 10 dias, divulgarei em pequenas notas cada um dos motivos que o The Dolphin Project levanta para justificar e exemplificar por que não devemos visitar instalações que promovem o nado e a interação com golfinhos ao redor do mundo.
Leiam atentamente, e mais, ajudem na divulgação, só assim há alguma chance desse absurdo um dia chegar ao fim.
Um estudo publicado a semana passada mostra níveis extremamente altos de contaminantes em Orcas na Noruega. Os pesquisadores identificaram novos tipos de retardadores de chama que se acumulam nos tecidos das Orcas e são transmitidos para os filhotes que estejam amamentando.
— O estudo traz uma nova visão sobre como os predadores de topo são afetados por contaminantes desconhecidos. — escreveram os autores do estudo — Pouco se sabe sobre a presença ou a movimentação de novos contaminantes ainda não regulamentados nesses animais. O objetivo do presente estudo foi conduzir uma primeira triagem tanto de substâncias mais antigas quanto das mais novas em vários tecidos de Orcas na Noruega, além de investigar a partição de tecido e a transferência materna.
A gordura analisada foi coletada de oito Orcas, tecidos musculares de mais cinco delas e, o rim, o fígado, o coração e o baço de uma recém-nascida entre os anos de 2015 e 2017. Além dos retardadores de chama, os especialistas detectaram substâncias chamadas de perfluoroalquil (PFAS) em Orcas adultas. As PFAS têm sido frequentemente associadas a efeitos reprodutivos e endócrinos em animais selvagens.
Também foram encontrados na gordura de sete das oito Orcas avaliadas bifenilos policlorados (PCBs) em níveis que excedem o limite proposto para efeitos toxicológicos em mamíferos marinhos. Lembrando que a fabricação de PCBs foi proibida em 1979.
Foto: Felix Odell
Predadores importantes como as Orcas são considerados espécies sentinela para a saúde do ecossistema marinho, e, infelizmente, muitas populações estão em risco devido aos efeitos nocivos dos poluentes que persistem na natureza, como já citado diversas vezes aqui no blog também sobre as Orcas do Pacífico.
— Os níveis de poluentes nos principais predadores nos dão não só uma indicação da saúde do ecossistema, mas também da persistência de produtos químicos, mobilidade passiva no ambiente e biotransporte ativo com animais em migração. Esses resultados são relevantes para o monitoramento ambiental contínuo de contaminantes no Ártico.
O estudo chamado de High Levels of Legacy and Emerging Contaminants in Killer Whales (Orcinus orca) from Norway, 2015 to 2017 foi publicado pelos pesquisadores Clare Andvik, Eve Jourdain, Jan L. Lyche, Richard Karoliussen e Katrine Borgå na Society of Environmental Toxicology and Chemistry dia 18 de 2021 e pode ser lido no link abaixo:
De acordo com o jornal The Korea Times, o ministério dos oceanos
da Coreia do Sul informou nesta segunda-feira que vai tentar incluir as Orcas em sua lista de espécies marinhas protegidas, já que planeja reforçar as
medidas de preservação de mamíferos marinhos para adequação às regras
ambientais mundiais.
Imagem: The Korea Times (Getty Images)
A medida tenta cumprir os requisitos do Marine Mammal Protection Act (“Lei de Proteção do
Mamífero Marinho”) dos Estados Unidos que reforça a proteção da fauna marinha,
incluindo baleias e golfinhos, de acordo com o Ministério dos Oceanos e Pesca. Em
novembro deste ano, os Estados Unidos devem avaliar se os esforços sul-coreanos atendem aos seus padrões, dado que países que não cumprirem esses
requisitos não poderão exportar produtos pesqueiros para os EUA a partir
de 2023.
A Coreia do Sul também deseja reduzir o número de mamíferos
marinhos capturados acidentalmente promovendo o uso de dispositivos de redução
de by-catch. Além disso, informou que vai passar a se desfazer de baleias capturadas ilegalmente e não
mais apreendê-las e, em seguida, colocá-las a venda, como feito atualmente. Baleias
encontradas em terra também não serão mais vendidas e só poderão ser usadas
para fins educacionais e de pesquisa.
Elas também amam, sofrem, brincam e valorizam a família. “O Segredo das Baleias”, nova série da NatGeo no Disney+, revela o que podemos aprender sobre (e com) esses animais
O compromisso estava marcado para aquela tarde, no Canadá. E, como não poderiam se atrasar, saíram com bastante antecedência para encontrar os outros quase 2 mil participantes da reunião anual. Com sorte, a família chegou a tempo, depois de seis semanas de viagem. O objetivo era reencontrar velhos amigos e conhecer novos, além de se divertirem. O local da confraternização foi escolhido estrategicamente: naquela região, a temperatura é menos fria e o local é seguro.
Não, não estamos falando de algum tipo de reunião anual de pessoas nas férias de verão. O cenário descrito se refere a baleias, e o local é precisamente Cunningham Inlet, região no Ártico canadense que recebe belugas todos os anos e funciona praticamente como um berçário gigante e natural desses animais. Lá, a temperatura da água é mais amena devido à proximidade a um rio, o que torna o lugar mais conveniente para o nascimento de novas integrantes do grupo.
Essa é uma das muitas cenas apresentadas em O Segredo das Baleias, nova série da National Geographic, disponibilizada na plataforma de streaming Disney+ a partir desta quinta-feira (22). Lançada no Dia da Terra, a produção garante o protagonismo de belugas, orcas, jubartes, cachalotes e narvais, além de lembrar que não estamos sozinhos no planeta: há outras espécies, além dos humanos, que sentem amor, empatia e diversas emoções.
A produção da série é de James Cameron, conhecido por nada menos que filmes como Aliens (1986), Titanic (1997) e Avatar (2009). Sigourney Weaver, atriz queridinha de Cameron, é a voz responsável pela narração das cenas, que foram dirigidas por Brian Armstrong. A trilha sonora ficou por conta de Raphaelle Thibaut.
À frente dos registros de tirar o fôlego está o fotógrafo da NatGeo Brian Skerry, por quem somos convidados a mergulhar nas águas que carregam os segredos desses mamíferos. Três anos de observação em 24 localidades ao redor do mundo são apresentados em quatro episódios, aos quais GALILEU teve acesso de antemão. “Eu diria que, no geral, o mais empolgante foi observar a complexidade dessas baleias unidas em sociedade, que realmente têm culturas únicas e tradições ancestrais passadas de uma geração a outra”, relata Skerry, em entrevista virtual à reportagem.
Assista ao trailer da série abaixo:
O projeto da série surgiu justamente após um grupo de cientistas constatar que animais como as baleias têm suas próprias culturas. Segundo Brian Armstrong, a princípio a ideia lhe pareceu ousada, mas quanto mais eles foram se aprofundando na produção, mais o diretor entendeu a dimensão do trabalho, que esteve sempre guiado pela abordagem científica. “Quando você observa uma baleia mãe ‘carregando’ seu filhote junto dela durante uma semana, que tipo de comportamento é esse, no mundo animal, que não é afetivo?”, questiona Armstrong.
A cultura na qual estamos inseridos vai sendo ensinada a nós durante a vida, e assim é com as baleias. Os filhotes aprendem com a mãe tudo de que precisam para sobreviver, mas também são ensinados sobre tradições familiares e culturais. Como explica um dos episódios, orcas jovens aumentam em até cinco vezes as chances de sobrevivência quando seguem os ensinamentos maternos. As belugas, por sua vez, retornam anualmente ao Ártico canadense não por instinto, mas porque escolhem voltar, graças ao aprendizado cultural que receberam.
E nós temos muito a aprender com elas. A seguir, veja alguns dos pontos revelados pela série sobre o surpreendente mundo das baleias:
1. Repasse conhecimento
Ao longo dos episódios de O Segredo das Baleias conhecemos as sofisticadas estratégias de caça desses animais, que são aprendidas e ensinadas ao longo de gerações. Na Antártida, por exemplo, famílias de jubarte oriundas de diversas regiões do planeta têm a mesma técnica: elas formam uma rede de bolhas, que criam uma impressionante imagem vista de cima e que lembram o desenho de um caracol. O método consiste em nadar mais para o fundo e soltar ar enquanto percorrem um trajeto em espiral. Como suas presas são atraídas pelas bolhas e as bolhas sobem até a superfície, as baleias também se elevam para esperar e atacar sua comida. Após a refeição, algumas jubartes dão a si mesmas o direito de cochilar. E não é de se esperar menos de um animal que se alimenta de cerca de 2 toneladas de krill por dia.
Já as cachalotes mergulham fundo para caçar lulas. E bota fundo nisso! Elas precisam segurar a respiração por tempo suficiente para ir e voltar de quase mil metros de profundidade. É como se houvesse dois prédios do principal arranha-céu de Nova York, o Empire State Building, abaixo da superfície — e, mesmo assim, as cachalotes estariam ainda mais no fundo.
Seria humanamente impossível para a equipe de Brian Skerry acompanhar esse momento, devido à alta pressão exercida pela água sobre os pulmões e ouvidos — para ter ideia, descer 300 metros de profundidade já é muito. Em um mergulho para acompanhar orcas caçando e se alimentando de arraias, o fotógrafo conseguiu descer o bastante para registrar uma das cenas de maior destaque durante a produção da série. “Havia essa fêmea que se alimentava de uma arraia. Quando nadei para perto dela, ela soltou [a arraia] como se estivesse dividindo comigo”, contou a GALILEU. “Jamais poderia esperar por isso, foi uma experiência absolutamente incrível.”
No mar aberto, esses animais (que na verdade não são baleias, e sim parentes dos golfinhos) não têm nada de assassinos, como costumam ser chamados. Não há registros de mortes de humanos causadas por orcas na vida selvagem — já o contrário…
2. Família é tudo
As famílias de baleias têm matriarcas. São elas quem retêm a sabedoria que será passada adiante para manter sua cultura viva. “Elas investem muito na próxima geração. Protegem-se e reúnem-se como uma comunidade”, explica Skerry. A série mostra bem isso: em uma cena, a irmã mais velha cuida da orca caçula enquanto ela explora o mar; em outro registro, uma mãe sofre o luto de perder um filhote, mantendo o corpo dele perto do seu e juntando os demais animais do grupo; e é impossível não se emocionar com a beluga encalhada que, mesmo exausta, não desiste de tentar se salvar após ouvir o chamado de seu filhote perdido. E consegue.
“É disso que se trata O Segredo das Baleias. É sobre enxergar esses animais através de lentes de suas próprias culturas. E isso muda a maneira como enxergamos a natureza”, comenta Skerry.
3. Cada uma com seu “baleiês”
Mais do que simplesmente se comunicar, O Segredo das Baleias mostra que esses mamíferos têm linguagens próprias, vocabulários inteiros e que dão nomes umas às outras. As belugas, por exemplo, têm expressões faciais, são capazes de rir. Já cada família de orca fala uma língua específica. “Elas se isolam pela linguagem, isto é, animais geneticamente idênticos não se misturam porque têm diferentes dialetos, assim como os humanos”, explica Brian Skerry.
No caso das cachalotes, algumas famílias compartilham a mesma língua, que é entendida pelos humanos como uma sequência de cliques e estalos — como se usassem um código morse criado pelas baleias. Na produção, o ecologista Shane Gero revela que foram registradas ao menos 24 diferentes sequências de cliques usados por elas. Se somos capazes de escrever livros com 26 letras no alfabeto, imagine o que uma cachalote não consegue dizer em estalos?
Mas o ouvido humano não aguentaria escutar a comunicação das cachalotes de perto, porque elas emitem sons em aproximadamente 230 decibéis (dB), nível suficiente para romper nossos tímpanos. As jubartes, por outro lado, conseguem conversar sussurrando a 40 dB, mais baixo do que conversas entre humanos (que ficam em torno de 60 dB). Silenciosas quando querem, elas também são capazes de emitir cantos que viajam por quilômetros e que duram aproximadamente 20 minutos. “Estar na água e ouvir o canto de uma jubarte é único no mundo. Você pode ouvi-la a uma distância enorme, mas quanto mais perto você chega, mais sente as vibrações simplesmente ressoarem nas suas cavidades corporais”, detalha o fotógrafo.
A musicista Raphaelle Thibaut, que assina a trilha sonora da série, considera que o canto das baleias é uma linguagem semelhante à música para os humanos. “Apesar de não entendermos o que elas estão falando, é familiar, você capta o som e as entonações”, pontua. “Assim como as baleias se comunicam a quilômetros de distância, nós também o fazemos de uma ponta a outra do planeta por meio de uma linguagem única, que é a música. Ainda que você não saiba cantar, todos compreendemos do que se trata.”
4. Um por todos e todos por um
A série da NatGeo como um todo evidencia o espírito de equipe e cuidado que as baleias têm com suas semelhantes. É o caso das cachalotes, que não seguem um líder, mas tomam decisões em conjunto, comunicando-se oralmente e por linguagem corporal ao nadar.
Quando estão juntas, as baleias têm mais chances de se proteger e espantar outros animais. Mas caso se percam do grupo, a sobrevivência entra em risco. O Segredo das Baleias revela que, apesar de haver embates entre espécies, há também um potencial de acolhimento. Um exemplo é quando vemos uma jovem baleia narval perdida cruzar o caminho de um grupo de belugas, que a adotam, extrapolando qualquer limite imposto pelas diferenças culturais de cada espécie.
Mas, afinal, qual é o grande segredo das baleias? É impossível cravar apenas um — o título original em inglês inclusive está no plural, Secrets of the Whales. Estabelecer uma comunicação singular e viver em comunidade, brincar na água e ser treinada a caçar a própria refeição, aprender as tradições da família com ancestrais são apenas alguns dos comportamentos enigmáticos e encantadores desses seres aquáticos.
“Observamos esses animais sendo retratados como monstros, como em Mobydick, mas na verdade o que você vê é o amor e a ternura. Vê que eles são tímidos, que são gentis e que se importam uns com os outros”, aponta Brian Skerry. Para o fotógrafo que viu tudo de perto, o maior aprendizado da experiência envolve coisas que ele já sabia: que família e amor importam, e foram as baleias que o lembraram disso.
Fonte: Revista Galileu, de 22 de abril de 2021 (Texto da Beatriz Gatti)
Um dos principais museus do Canadá, o Royal B.C. Museum, localizado em Victoria, na Colúmbia Britânica, acaba de inaugurar uma exposição especial exclusivamente sobre Orcas. A muitíssimo aguardada inauguração do “Orcas: Nosso Futuro Compartilhado”, que foi adiada por um ano devido ao COVID-19, ocorreu no último final de semana.
A nova atração é um verdadeiro mergulho na vida das Orcas, em especial na vida das queridas moradoras da região, as Orcas Residentes do Sul.
O curador de zoologia de vertebrados do museu, Gavin Hanke, contou que a exposição reúne o trabalho de cientistas, anciões indígenas, poetas, artistas e historiadores. “É impossível andar pela Colúmbia Britânica e não ver algo relacionado às Orcas”, comentou Gavin. “Elas são muito importantes para a cultura de todos nós aqui da costa.”
Foto: Royal B.C. Museum
A exibição apresenta réplicas de Orcas em tamanho real, bem como mais de cem importantes artefatos culturais e científicos, como a máscara de dança articulada do Richard Hunt (tribo Kwaguilth), uma caixa esculpida em ouro intrincado do Bill Reid (tribo Haida) e uma pintura do artista haida de mangá Michael Nicoll Yahgulanaas feita especialmente para o museu.
A exposição destaca ainda os graves desafios ambientais enfrentados por essas Orcas já amplamente divulgados por aqui durante todos esses anos, em especial a escassez do salmão da espécie Chinook que é seu principal alimento. Para ilustrar de maneira explícita essa problemática, entre os artefatos, estão os esqueletos tanto da Orca J32 (Rhapsody) quanto do seu filhote que ainda estava na barriga na ocasião de sua morte. A Rhapsody tinha 18 anos e morreu em 2014. Em julho do mesmo ano, o Blog divulgou que ela estava grávida, e em dezembro, infelizmente, divulgou sua morte e, em seguida, o resultado da necropsia que constatou sua grave desnutrição.
Gavin Hanke contou que a história da Rhapsody foi crucial na vida dele e responsável por grandes mudanças pessoais que inclui o fato de ter adotado a dieta vegana e ter adquirido um automóvel elétrico. “Quando a necropsia foi finalizada, os tecidos tiveram que ser descartados em um aterro como lixo tóxico por conta da bioacumulação que ocorre na cadeia alimentar delas.”
Foto: Royal B.C. Museum
“Uma das funções centrais do museu é atuar como um filtro entre a ciência e o material que só se encontra na biblioteca de uma universidade e disponibilizá-lo ao público. E não apenas para adultos, mas para crianças e todas as idades”.
A exibição está programada para durar até 9 de janeiro de 2022 e todos os protocolos sanitários contra a COVID-19 estão em vigor. Para nós aqui de longe fica a imensa vontade de um passeio como este, mas a gratidão pelo Museu homenageá-las, trazer conscientização sobre os problemas que enfrentam e inspirar todos na luta para sua sobrevivência.
E o presente de Páscoa de muitas pessoas foi muito além das visitas dos coelhinhos e dos ovos de chocolate neste ano. Já não bastasse a presença ilustre da Orca Transeunte "Chainsaw" nas águas do noroeste do Pacífico (divulgada na última postagem), quem também apareceu em meio a um grande pod das Orcas de Bigg (Transeuntes) neste feriado, foi a pequena Orca "branca" chamado de Tl´uk ("lua brilhante" na língua indígena da região).
Foto: Val Shore (Eagle Wing Tours/Shoreline Photography/PWWA)
Foto: Val Shore (Eagle Wing Tours/Shoreline Photography/PWWA)
Além das Transeuntes, uma empresa de observação de baleias também contou que conseguiu observar o Pod J (Residentes do Sul) próximo à San Juan Island, totalizando 56 Orcas avistadas só durante o feriado. "É sempre maravilhoso ver as baleias, mas encontrar diversos grupos incluindo duas "celebridades" como o Chainsaw e o Tl´uk nas proximidades é ainda mais especial", contou Val Shore, Naturalista e Fotógrafa da empresa de Turismo Eagle Wing Tours. "Essa época do ano é ótima para observar as Orcas de Bigg".
A população de Orcas Transeuntes em 2018 era de 349 animais e tem crescido cerca de 4% ao ano desde a década passada. Deste número, cerca de 200 delas são vistas todos os anos no Mar de Salish.
P.S.: O blog tem publicado informações sobre Tl´uk desde seu nascimento em 2018. Veja a notícia do ano passado quando ele foi visto nas águas do Alasca:
Uma orca macho de aproximadamente 43 anos, carinhosamente chamado pelos pesquisadores de "Chainsaw", "Motosserra" em Português, foi vista com seu grupo familiar na costa da Ilha de Vancouver nesta segunda-feira.
A Pacific Whale Watch Association (PWWA), associação das empresas de observação de baleias do pacífico, conta que o nome foi escolhido por conta da nadadeira dorsal lembrar realmente uma motosserra. O avistamento ocorreu no Estreito de Haro entre a Ilha de Vancouver e as Ilhas San Juan. Ele estava acompanhado de mais dez Orcas Transeuntes.
Foto: April Ryan
"O dia estava propício para observação de baleias", contou a Sara McCullagh, capitã do navio Sea Lion.
"É sempre bacana encontrar o Chainsaw. Ele geralmente está no topo da lista das Orcas que as pessoas querem ver nos passeios". Acredita-se que as marcas na nadadeira ocorreram ainda na juventude por conta de uma possível mordida de foca ou leão-marinho.
Chainsaw é integrante do Pod T e, junto dele, estava a Orca que se presume ser sua mãe, T065, também conhecida por Whidbey II. De acordo com os registros de observação, ele nasceu em 1978 e se desloca com mãe entre a costa oeste canadense e o Alasca, onde é apelidado pelos pesquisadores de "Zorro".
As Orcas Transeuntes, também chamadas de as "Orcas de Bigg", em homenagem a Michael Bigg, Biólogo Marinho fundador dos modernos métodos de pesquisas, registros e foto-identificação de Orcas, contam com uma população de cerca de 400 Orcas identificadas e catalogadas.
Diferentemente da população de Orcas Residentes, que está ameaçada de extinção, especialmente por conta da falta de seu principal alimento, o salmão da espécie Chinook (como mais uma vez citado na publicação anterior do Blog), para nossa alegria, ao menos a população das Transeuntes está em crescimento na região. Segundos pesquisadores locais, este crescimento se dá pela abundância de alimento que são focas e leões-marinhos.
Estudo afirma que se houvesse maior quantidade de salmão da espécie chinook nas águas do Pacífico durante o inverno, as chances de sobrevivência das Orcas Residentes do Sul (ameaçadas de extinção) seriam muito maiores.
O fato de elas terem que ampliar o cardápio entre outubro e março anualmente nas águas da Califórnia se estendendo até o Alasca, as deixa com pouca energia, afirma o estudo publicado no início do mês pela revista científica Plos One.
Brad Hanson, Biólogo da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, disse que este é o primeiro estudo que analisa as necessidades alimentares das Orcas pela perspectiva delas próprias. Brad, Robin Baird e outros colegas coletaram e analisaram amostras de presas e fezes tanto de Orcas Residentes do Sul quanto do Norte desde 2004 e descobriram que o salmão chinook constitui quase toda a dieta delas durante a primavera, mas caindo para cerca de 70% no meio do inverno, e para apenas 50% durante o outono. Nesses períodos, identificaram que a alimentação foi complementada com salmão-prateado e salmão-keta, além de com outros peixes, incluindo o bacalhau-búfalo, o halibute e o linguado, que habitam regiões mais profundas do oceano.
Como se sabe, e já mencionado diversas vezes por aqui, elas dão preferência ao chinook por serem maiores, mais ricos em energia e fáceis de serem capturados. “Orcas se tornaram especialistas em chinooks provavelmente ao longo de dezenas de milhares de anos por causa da grande disponibilidade da espécie, mas agora acabam tendo que gastar muito mais energia para capturar peixes que as alimentam menos”, afirmou Robin Baird que também é Biólogo e pesquisador do Cascadia Research Collective de Washington.
Foto: Residentes do Sul por Ian McAllister (Pacific Wild)
O estudo então concluiu que as Orcas não têm energia suficiente para armazenar a gordura que as ajuda na manutenção da temperatura corporal em águas frias. Isso as enfraquece e as tornam não só incapazes de se reproduzirem como, quando conseguem, têm grande dificuldade de amamentar os filhotes. Como amplamente conhecido, as populações de chinook caíram drasticamente nos últimos cem anos devido a ação humana, incluindo a agricultura, a construção de barragens, a atividade industrial e a destruição de estuários. Todas as 14 populações de salmão chinook preferidas pelas Orcas estão ameaçadas. Esses peixes entravam e saíam das águas costeiras em diferentes épocas do ano e garantiam um suprimento constante de alimento. “Supondo que houvesse um rio com 100 milhões de chinooks que voltassem todos na mesma época do ano”, disse Robin, “não seria tão benéfico quanto ter cem rios, cada um com um milhão de chinooks e estes voltassem em diferentes épocas do ano.”
Uma forma de garantir o constante suprimento de chinooks para as Orcas seria que a pesca fosse na foz dos rios depois das áreas onde elas se alimentam. “Infelizmente, não existe uma solução simples.” “A sobrepesca e a degradação em grande escala do habitat de desova e criação são algumas das maiores ameaças ao salmão chinook e, por extensão, às Residentes do Sul”.
As Orcas são predadores de topo, e, por conseguinte, indicadoras importantes do ecossistema. A redução em sua população evidencia um ambiente degradado que afeta a todos. “As Orcas são mensageiras importantes, a grande questão é se estamos as ouvindo ou não.”