sábado, 30 de junho de 2018

Novo livro sobre Orcas relaciona captura e nosso fascinio por elas

Jason Colby tem mais do que a perspectiva de um historiador sobre a época em que as Orcas foram capturadas e vendidas para fins lucrativos e de entretenimento para todo o mundo: seu pai costumava ser um “ceifador”, como os caçadores desses grandes mamíferos se chamavam.
Hoje, professor de história ambiental e internacional da Universidade de Victoria, na Colúmbia Britânica, no Canadá, Jason Colby, autor do livro “Orca: How We Came to Know and Love the Ocean’s Greatest Predator” (que pode ser traduzido como “Orca: como conhecemos e amamos o maior predador do oceano”), nasceu em Victoria, mas cresceu na região de Seattle, nos EUA, onde ele trabalhou como pescador comercial no Alasca e estado de Washington. Ele é própria história do Noroeste norte americano, nascido e criado, e conta isso com a profundidade e paixão que o assunto merece.
"Minha família viveu com essa história", disse Jason em uma entrevista, explicando que seu pai esteve envolvido em uma captura, mas deixou a atividade depois que três das Orcas morreram em cativeiro.
“O livro tenta nos levar mais para trás na história, para analisarmos como foi que, para começar, passamos a nos preocupar com esses animais. Começa lembrando os habitantes do Noroeste que as capturas não foram a pior coisa que aconteceu com as Orcas, pois até meados da década de 1960, os moradores atiravam nelas e as matavam com frequência. Elas eram vistas como um tipo de espécie “verme”, assim como os lobos em terra. E a única maneira que as estudávamos na época era matando-as para dissecação.”
Orcas de cativeiro, capturadas em águas do Noroeste do Pacífico, especialmente em Puget Sound, foram enviadas de Seattle para o mundo todo nas décadas de 1960/70, antes de as leis estaduais e federais finalmente encerrarem a prática. Mas foi a Orca de cativeiro, argumenta Jason, que promoveu a compreensão da espécie que levou ao imperativo ético de salvar as baleias.
O livro do Jason Colby foi lançado no início deste mês logo após o início de mais uma campanha de soltura da Orca Lolita realizada pela Nação Lummi. Lolita, bem conhecida pelos leitores do blog, é uma Residente do Sul, membro do pod L, e foi levada quando tinha apenas quatro anos, em 1970, de Penn Cove, e está em cativeiro desde então no Miami Seaquarium. O Jason argumenta que, embora seja solidário com a situação dela, ele deve esclarecer não apenas sua trágica história, mas a real ameaça que cada membro dos pods J, K e L enfrenta hoje em dia devido à degradação de suas águas.
As pessoas dessa região, e além dela, têm a obrigação moral de salvar essa espécie que, sozinha, educou o mundo sobre seu verdadeiro caráter e beleza, disse Jason.
“Eu diria que temos uma dívida com as Orcas Residentes. Temos uma obrigação moral para com essa população que ajudou a transformar nossa visão sobre os cetáceos. Nós devemos a elas a proteção, pois nos ajudaram a nos tornarmos pessoas melhores. ”


P.S. 1: Como, infelizmente, todos os demais livros sobre Orcas ainda não estarem disponíveis em Inglês, este também não está, mas pode ser adquirido pela Amazon, na versão original.

P.S. 2: Há no YouTube uma palestra do autor do livro, Jason Colby, abordando o livro. Vale à pena assistir: https://www.youtube.com/watch?v=KbdlAHOOTCQ



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Orcas serão capturadas na Rússia novamente!

Comecei a semana com boas notícias vindo da Rússia,
mas infelizmente não vou terminar...
Apesar de já ter tido conhecimento da notícia abaixo,
preferi privilegiar a bela notícia da Orca Branca,
mas agora não tenho como evitar...


A Rússia divulgou sua cota de capturas para este ano, como infelizmente tem virado costume no verão do hemisfério norte. Dessa vez serão 13 delas!
Houve forte objeção por parte de cientistas russos e de outros países, mas isso foi completamente ignorado.
De 2012 para cá, pelo menos 20 Orcas foram capturadas do Mar de Okhotsk para exibição em aquários pelo mundo e as perspectivas para as populações locais. Mais de uma audiência ocorreu em Vladivostok para discutir a cota, mas mesmo pesquisadores terem apresentado dados importantes e afirmado que não há dados científicos para estabelecer uma cota "segura", não foram relevantes para a decisão. A cota de belugas é ainda mais assustadora, nada menos que 400 animais!!! Como já vimos com o caso das famosas "10 de Taiji", capturas assim podem ser determinantes para dizimar populações.


A única maneira de acabar com isso é conscientizando as pessoas sobre o mal que há em cativeiros para que os parques não prosperem pelo mundo e não representem tanto lucro, por isso, continuemos nosso trabalho, com fé de que tudo isso, um dia, deixará de existir.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Orca fêmea branca é vista na Rússia

E nesta semana em que os olhos do mundo se voltam para a Rússia, vejam quem também resolveu apareceu por lá e virou notícia: uma Orca fêmea Branca!
O encontro ocorreu com a equipe do Far East Russia Orca Project (FEROP), Projeto que estuda e monitora Orcas na Rússia, em seu primeiro dia de trabalho de campo nas Ilhas Comandantes, pequeno arquipélago situado 175 km a leste da península russa de Kamtchatka. A Orca branca se deslocava com um dos vários pods que avistaram ontem. Desta vez, não é o famoso Iceberg, mas a fêmea identificada por CO210 (e mostrada aqui no blog pela primeira vez), também conhecida como “Mama Tanya”, em homenagem à principal pesquisadora do FEROP, Tatiana Ivkovich, que também é bem clara.
Esta Orca foi observada pela primeira vez em 2009 e re-avistada várias vezes em 2010, mas estava desaparecida há muito tempo. Foi uma grande alegria para a equipe observá-la novamente!
Abaixo, o registro efetuado pela equipe e compartilhado pelo Projeto em sua página no Instagram:




P.S.: Há mais sobre outras Orcas brancas aqui no blog! Pesquise no campo ao lado para saber mais!




segunda-feira, 4 de junho de 2018

Orcas em Gorontalo, na Indonésia


Em março do ano passado postei aqui no blog que Orcas tinham sido observadas nas águas da Indonésia e que lá, na língua local, são chamadas de “paupausu”. Este ano, elas estão aparecendo mais uma vez. Já é quarta vez que registram a visita nos últimos dois meses na região de Gorontalo. Turistas que transitam em barcos de pescadores e passeio também tiveram a sorte de observá-las. São sempre pods pequenos de três e quatro membros, mas o suficiente para agradar a todos.



Na postagem do ano passado inclui um vídeo muito interessante de uma Orca sendo salva por pescadores da região. Eles chegam a “montar” na Orca para conseguir soltá-la de uma rede de pesca. O método é, no mínimo "rústico", mas eficiente para libertá-la, que é o que realmente importa. Revisite a postagem e assista ao resgate no link: 




domingo, 3 de junho de 2018

Orca salva por equipe de resgate dá um show de agradecimento

Uma equipe de resgate salvou uma Orca Transeunte que estava enroscada em cordas de pesca na costa da Ilha Salt Spring, na Colúmbia Britânica, no Canadá nesta última quita-feira.
Foi o casal Keith Simpson e Suzanne Ambers que avistou a Orca em apuros. Eles haviam saído de barco para pescar e logo que a viram perceberam que tinha algo errado, pois ela parecia aflita e só nadava em torno de uma boia (utilizada para colocação de armadilhas de pesca comercial na região) ao invés de seguir por qualquer direção. Eles então entraram em contato com serviço de emergência que encaminhou a equipe do Departamento de Pesca e Oceanos. Segundo a Suzanne, como eles levariam um tempo a chegar, ficavam ligando de dez em dez minutos para o casal para verificar como estava as condições de saúde da Orca. Apesar de ter demorado quase duas horas a equipe se apressou e estava muito preocupada já que Orcas possuem pouca resistência física para este tipo de situação como as baleias grandes que conseguem aguentar por muito tempo. Foi pedido ao casal que permanecesse no local observando a Orca e impedindo que mais pessoas se aproximassem.
O resgate em si não foi complexo, pois assim que conseguiram (com equipamentos específicos) exercer certa pressão na boia, a Orca conseguiu girar e se soltar das cordas (que estavam presas à sua cauda). E foi aí o grande momento, pois antes de seguir viagem, a Orca deu um grande salto “de liberdade” visivelmente de agradecimento. "Foi o nosso “momento Free Willy”", disse Suzanne em entrevista a um canal de TV canadense.
A Orca em questão, um macho Transeunte identificado por T0778, é acompanhado há quatro anos e já demonstrou certa tendência a esse tipo de comportamento. “Já recebemos várias ligações de pessoas avisando que ele estava mexendo com flutuadores e embarcações”, contou Paul Cottrell, líder da equipe de salvamento, “era só uma questão de tempo para ele se enroscar dessa forma”.
No vídeo abaixo do canal de televisão local é possível assistir a todo salvamento e ao lindo salto de agradecimento:







sábado, 2 de junho de 2018

Japoneses matam 122 baleias grávidas em 'missão de pesquisa'

Um relatório enviado à IWC, comissão internacional que regula a caça de baleias, revela que os baleeiros mataram um total de 333 animais entre novembro de 2017 e março de 2018, período em que o grupo esteve no Polo Sul.
O Japão alega que seu projeto de captura de baleias tem "objetivos científicos", apesar de a carne dos animais ser vendida para a alimentação.
Uma decisão da Organização das Nações Unidas de 2014 condenou o que chamou de "pesquisa letal".
Em um novo "plano de pesquisa" publicado após a decisão da ONU, o país disse que é uma "necessidade científica" entender mais o ecossistema antártico por meio da coleta e da análise de animais.
Os caçadores atuam no que o país asiático chama de "Programa de Pesquisa de Baleias no Oceano Antático". A morte dos 333 animais foi durante a terceira investida do projeto na região, o que eles chamam de "pesquisa de campo biológica".
O Japão diminuiu a quantidade de captura em dois terços com o programa e assumiu o compromisso de abater cerca de 330 baleias por ano.
Os dados do relatório enviado pelos caçadores apontam que, na caçada de 2017/2018, 122 fêmeas estavam grávidas e que 61 machos e 53 fêmeas ainda eram filhotes.

Por que o Japão caça baleias?
Pelo Artigo 8º da IWC, assinada em 1946, países podem "matar, capturar e processar baleias para pesquisa científica" – e é essa a regra que o Japão diz seguir em suas caçadas.
Além das alegações de pesquisas, o governo japonês afirma que a caça à baleia é uma antiga tradição cultural do país.
Comunidadeiras costerias em Chiba e Ishinomaki praticam a caça na costa há anos, e os distritos de Taiji e Wakayama têm caças a golfinho anuais.
As expedições japonesa de pesca na Antártida só começaram depois da Segunda Guerra Mundial, quando o país devastado dependia das baleias como principal fonte de carne.
Hoje em dia, embora a carne de baleia ainda seja vendida, está se tornando cada vez mais impopular, com um número bem menor de estabelecimentos que vendem esse tipo de alimento.

Quem mais caça baleias?
A IWC declarou uma suspensão da caça comercial de baleias em 1985, mas há muitos países que não seguem a regra.
Números da ONG WDC (Conservação de Baleias e Golfinhos) mostram que diversos países além do Japão ainda caçam baleias para o consumo da carne, entre eles a Noruega e a Islândia.
A Noruega rejeitou o acordo de suspensão da comissão e a Islândia aceitou em partes.
A Groelândia, a Rússia e o Estados Unidos também promovem o que chamam de "caça à baleia de subsistência aborígene" para comunidades costeiras.
Mas o Japão é o único país que envia navios para a Antártida para capturar os animais, com a justificativa de que se trataria de pesquisa científica.

A caça está extinguindo as baleias da Antártida?
O Japão diz que está conduzindo sua pesquisa para mostrar que a população de baleias da Antártida é saudável e pode ser pescada de maneira sustentável.
A União Internacional para a Conservação da Natureza diz que não há informações suficientes para determinar se as baleias-mink austrais estão ameaçadas ou não.
Embora o número de animais da espécie seja claramente de "centenas de milhares", a entidade está investigando uma possível queda nos últimos 50 anos.
Dependendo de quão significativa for a queda, a espécie pode vir a ser classificada como ameaçada.


Fonte: BBC Brasil de 30 de maio de 2018.