quinta-feira, 31 de março de 2022

Grupo grande Orcas é registrado pela primeira vez em Algoa Bay, na África do Sul

Não é nada comum encontrar Orcas em Algoa Bay, no Cabo Oriental, África do Sul, então imagine a alegria de um grupo de turismo ao observar pelo menos 12 delas.

Os registros e os detalhes foram publicados pela empresa de turismo ecológico Raggy Charters, sediada em Port Elizabeth, no início do mês.

Dizia a publicação: "Inicialmente, vimos dois machos com longas nadadeiras dorsais, quando olhamos ao redor do nosso catamarã “My Bru”, elas começaram a aparecer por toda a baía. Nós as acompanhamos e observamos todo tipo de interação e comportamentos, como demonstram as fotos". O grupo era composto por pelo menos 4 machos, 2 filhotes e 6 fêmeas de Orcas Transeuntes Tipo A, contou a equipe da Raggy Charters, que oferece passeios de observação de baleias, golfinhos e pinguins africanos em Algoa Bay.

As fotos abaixo foram publicadas pela empresa em sua página no Facebook:









Há mais informações sobre Orcas em outras regiões da África do Sul aqui no blog, incluindo detalhes sobre a predação de tubarões-brancos, bem como um pouco da história das famosas "Port e Starboard". Faça uma pesquisa ao lado para saber mais! 


segunda-feira, 28 de março de 2022

Orcas Transeuntes são registradas atacando jubarte em Tofino

A "The Whale Centre", uma operadora de turismo de Tofino, Distrito da Ilha de Vancouver, no Canadá, relatou no início deste mês a observação de um comportamento jamais visto com Orcas na região.

Tudo aconteceu na quarta-feira, 9 de março, quando uma equipe do "The Whale Center" saiu para observar baleias comuns na costa de Tofino nesta época do ano, mas encontrou Orcas Transeuntes, as também chamadas das Orcas de Bigg. À medida que o grupo se aproximava, observaram muita agitação na água, e, em seguida, conseguiram ver que as Orcas estavam atacando uma baleia Jubarte juvenil. “Nós nunca tínhamos documentado isso antes”, diz um comunicado da operadora, que atua na região há mais de 35 anos. “As Transeuntes T036 e T049C e possivelmente mais delas, estavam atacando uma pequena baleia Jubarte.”

Em um post no Facebook, o "The Whale Center" informou que a Jubarte tinha marcas de arranhões em toda a cauda, corpo e nadadeiras e que estava sangrando.

Tentando escapar, a pequena Jubarte nadou em direção à embarcação da operadora, enquanto as Orcas seguiram adiante, por fim, deixando-a. “Por caçarem em grupo, as Orcas podem abater presas muito maiores do que elas mesmas e, normalmente, atacam filhotes de até um ano ao invés de adultos”, comentou a empresa. “Já observamos Orcas Transeuntes atacando Baleias-Cinzentas, mas esta foi a primeira vez que as vimos atacando uma Jubarte.”

A imagem abaixo foi publicada na página do Facebook da operadora:





domingo, 27 de março de 2022

Fóssil demonstra que Orcas não têm longo histórico de predação de baleias

Indícios mostram que um ancestral de 1,4 milhão de anos das Orcas e das Falsas Orcas se alimentava de peixes pequenos, sugerindo que seus descendentes se adaptaram para caçar presas maiores, como outros golfinhos e baleias, há pouco tempo.

“Trata-se de um fóssil extraordinário que vai nos ajudar a compreender a origem desta dieta que é única entre os cetáceos”, disse Giovanni Bianucci, da Universidade de Pisa, na Itália. “É difícil precisar o momento exato em que essa mudança ocorreu, mas esses cetáceos parecem ter evoluído para uma dieta que inclui mamíferos marinhos há menos de um milhão de anos.”

As Orcas (Orcinus orca) e Falsas Orcas (Pseudorca crassidens) são as únicas espécies vivas de cetáceos que se alimentam de outros mamíferos marinhos. O momento em que evoluíram para isso não está claro porque fósseis de cetáceos são extremamente raros, contou Giovanni. A forma como este fóssil chegou nas mãos dos pesquisadores é ainda mais surpreendente porque veio de um colecionador particular que havia encontrado um esqueleto de uma falsa orca da época do Pleistoceno na ilha grega de Rodes, em 2021. O espécime foi doado ao Museu Stamatiadis de Mineralogia e Paleontologia na ilha.

Análises do espécime revelaram que o fóssil era novo para a ciência e foi nomeado de Rododelphis stamatiadisi em homenagem a Rhodes e ao colecionador Polychronis Stamatiadis.

Os cientistas observaram que o fóssil do R. stamatiadisi tinha um corpo de cerca de 5 metros de comprimento, que é semelhante à falsa orca de hoje, mas tinha dentes menores. Além disso, seus dentes não tinham os sulcos profundos encontrados nas Orcas e nas falsas orcas atuais que são adaptações importantes para triturar ossos duros de mamíferos. Isso sugere que a espécie provavelmente caçava presas menores, inclusive, porque foi encontrado em seu interior restos fossilizados do peixe chamado Verdinho (Micromesistius poutassou), espécie ainda existente.

Encaixando o R. stamatiadisi na genealogia dos cetáceos, Giovanni Bianucci e seus parceiros determinaram que o animal compartilhava um ancestral comum com as falsas orcas modernas e que esse ancestral descendia da mesma linhagem que as orcas.

Significativamente, os primeiros membros do grupo das Orcas também parecem ter caçado pequenas presas em vez de golfinhos e baleias. O grupo inclui uma espécie de 4 milhões de anos (Orcinus citoniensis) encontrada fossilizada na Itália no século 19, que também não tinha dentes para mastigar mamíferos. As descobertas indicam que as Orcas e as falsas orcas evoluíram para este tipo de alimentação durante a segunda metade do Pleistoceno, cerca de 1,3 milhão de anos atrás.

A descoberta é importante, alegou Giovanni, porque pode ajudar a derrubar uma teoria popular de que Misticetos, ou seja, baleias de barbatana, como as baleias azuis e jubarte, tornaram-se gigantescas em tamanho para evitar o ataque de Orcas. As baleias de barbatana já eram enormes há cerca de 3 milhões de anos, ou seja, muito antes do pesquisador acreditar que as Orcas e as falsas orcas começaram a caçá-las.

Abaixo, uma representação artística de como seria o Rododelphis stamatiadisi, por Rossella Faleni: