A Dra. Ingrid Visser, juntamente à equipe de especialistas,
reunidos pela equipe do Whale Sanctuary Project e lideradas pelo oceanógrafo
Jean-Michel Cousteau, estão a caminho da Rússia. Eles receberam um convite
formal do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais russos para visitar a
Baía de Srednyaya, na costa do Extremo Oriente do país. Sua missão incluirá
avaliar a condição das dez Orcas restantes e das 87 belugas que estão sendo
mantidas em cercados, comumente chamadas de "prisão de baleias". Esta
experiente equipe foi chamada para aconselhar o governo sobre a saúde das
baleias e como podem ser devolvidas ao oceano.
Apesar de toda comoção mundial, com envolvimento de diversas
celebridades, incluindo ator Leonardo DiCaprio, que pediu em suas páginas
pessoais que o público assinasse uma petição e se manifestasse contra a terrível
prisão, bem como o pedido do governo russo que libertassem esses animais, até o
momento, nada foi efetivamente realizado para tal fim. Os “proprietários” das baleias
(que com, permissões obscuras, as roubaram do oceano) devem estar fazendo de
tudo para impedir a exigência de soltura, já que têm como objetivo lucrar com a
venda das mesmas para parques marinhos, em especial para China.
Há algumas
semanas divulgaram imagens assustadoras dos animais com visíveis problemas de
saúde, sem contar fotos obtidas antes que mostravam os animais congelando, literalmente, dentro dos cercados. Aguardemos mais notícias desses tão renomados especialistas.
O Whale Sanctuary Project (Projeto Santuário de Baleia) que
reuniu a equipe está pedindo auxílio financeiro para que possa cobrir os custos
dessa visita inicial. Doações são muito importantes e podem ser realizadas
através deste site:
-- Pela primeira vez, cientistas conseguem filmar e estudar as raríssimas Orcas ecotipo D --
E em regiões austrais, em meio a mares extremamente agitados, vivem Orcas misteriosas que parecem bem diferentes das demais, e pela primeira vez, cientistas as localizaram e as estudaram em seu habitat. “É muito provável que elas sejam de uma nova espécie”, diz Robert Pitman, pesquisador da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA americana).
Esta reflexão é resultado de um encontro de uma equipe de cientistas com Orcas tipo D ocorrida em janeiro a cerca de 100 km da costa do Cabo Horn, no Chile, região conhecida pelo "pior clima do mundo", acrescenta Robert.
Essas Orcas eram conhecidas anteriormente somente por fotografias amadoras, descrições de pescadores e por um encalhe em massa, porém nunca haviam sido observadas na natureza por especialistas em cetáceos. Ao contrário dos outros tipos conhecidos de Orcas, elas possuem a cabeça mais arredondada, a nadadeira dorsal mais pontiaguda e estreita e a mancha branca característica acima dos olhos bem menor, além de serem menores em comprimento. Já se sabe de diferentes tipos de Orcas, “mas certamente esta é mais diferente de todas”, disse Robert.
O encontro com as Orcas se deu numa área onde pescadores haviam relatado avistamentos. A equipe de cientistas passou uma semana no local e não demorou até que um grupo de vinte e cinco delas aparecesse próximo ao navio. Durante esse período, foi possível filma-las acima e abaixo da água e até coletar uma pequena amostra de gordura (técnica de pesquisa comum e inofensiva) para estudo do DNA. Dessa forma, será possível de fato determinar se realmente se trata de uma nova espécie (a equipe ainda aguarda uma licença de exportação para retirar a amostra do Chile). Curiosas, as Orcas passaram um bom tempo em torno do navio e, embora tenham inspecionado atentamente o hidrofone colocado na água pelos pesquisadores, não fizeram nenhuma vocalização.
Orcas do tipo D foram registradas pela primeira vez somente em 1955 quando um grupo delas encalhou na Nova Zelândia. Mais de meio século depois, em 2005, Robert Pitman teve acesso a imagens colecionadas por Paul Tixier, um cientista francês que realizava pesquisas em um remoto arquipélago ao sul do Oceano Índico, conhecido como Ilhas Crozet. “Fiquei de queixo caído quando identifiquei pelas fotos que se tratava do mesmo tipo de Orca 50 anos depois”, contou ele. Essas orcas são conhecidas por roubar peixes das linhas de pescadores de mariscos perto das Ilhas Crozet e Chile, às vezes chegam a levar um terço da pesca. Esses dois pesquisadores, unindo conhecimentos, imagens e relatos, publicaram em 2010 um primeiro estudo sobre essas Orcas na revista Polar Biology. Mas Robert Pitman ainda tinha o objetivo de observá-las na natureza.
Encalhe de Orcas Tipo D na Nova Zelândia (1955)
“Coletando as primeiras amostras genéticas desse tipo de Orca na história, a expedição do Robert promete aumentar nosso conhecimento sobre genética, evolução, preferências alimentares e divisão de recursos nas Orcas “D” e sobre Orcas de modo geral”, disse Paul Tixier numa entrevista por e-mail. Paul agora é pesquisador da Deakin University, em Melbourne, Austrália.
Antes da equipe do Robert, quem teve a sorte de cruzar com um grupo D de Orcas foi uma equipe do Sea Shepherd em dezembro de 2014, próximo à Antártica (notícia compartilhada aqui no blog naquela ocasião).
Orcas ainda são oficialmente consideradas uma espécie única: Orcinus orca. Porém, os cientistas já estão considerando definir um nome científico para alguns tipos já que são muito diferentes. John Ford, pesquisador da Fisheries and Oceans Canada e da Universidade da Colúmbia Britânica defende isso. Mas isso requer um processo científico formal, que inclua extensas medições, análise de DNA entre outros. “Há boas razões para considerar outras Orcas como espécies diferentes também, mas é muito difícil definir onde traçar as linhas que separariam as espécies”, disse ele.
Robert Pitman sugere que um bom nome para as Orcas estudadas em janeiro seria “baleia Orca subantártica”. Isso descreve apropriadamente seu habitat, nas águas próximas à Antártica, mas não inclui as águas mais frias. A região onde se encontram, entre as latitudes 40 e 60, tem um dos climas mais inóspitos do planeta, com ventos fortes e tempestades frequentes.
O local em que habitam combinado ao fato de viverem em mar aberto, explica por que essas Orcas são tão pouco conhecidas. “Se se é um animal de grande porte tentando se esconder da ciência, ali seria o lugar perfeito”, completou Robert.