terça-feira, 31 de maio de 2022

Orca que passou semanas perdida no rio Sena é encontrada morta perto de Rouen

Uma orca que se desorientou e entrou no Sena pelo Canal da Mancha, onde o rio francês deságua, foi encontrada morta nesta segunda-feira (30) entre Le Havre e Rouen, na região noroeste da França. O cetáceo estava perdido na água doce desde o início de abril e não conseguiu retornar ao mar, apesar das tentativas feitas por especialistas para salvar o animal marinho.  Depois de ser alertada por um navio cargueiro norueguês, que avistou a orca, a ONG Sea Shepherd France informou no Twitter ter localizado o cadáver do mamífero às 11h48 no horário de Paris, 6h58 no horário de Brasília. O cetáceo será rebocado para a realização de uma autópsia. A associação Sea Shepherd France confirmou a morte da orca. "Estamos atualmente com ela para evitar que seja atingida por um navio, o que comprometeria a autópsia", indicou a ONG no Twitter. "Estamos esperando que a equipe mobilizada pelo Estado a recupere", acrescenta a mensagem.

"O animal estava deitado de lado, o que não era um bom sinal", disse Gérard Mauger, vice-presidente da GECC, uma associação com sede em Cherbourg e encarregada de estudar e preservar os mamíferos marinhos no Canal da Mancha. Mauger relatou os danos sofridos pela orca: "Parecia mais um fantasma de orca, tanto a sua pele estava machucada", contou. "Ela deve ter agonizado, tinha pedaços de pele que caíam do corpo, não havia mais nada a fazer", descreveu o francês, que havia observado a orca na noite de sábado (28). Há suspeitas de que ela tenha contraído uma micose.

O grupo de trabalho de especialistas encarregados de monitorar o cetáceo havia decidido, no domingo (29), praticar uma eutanásia, após várias tentativas frustradas de guiá-lo até o mar. Os estímulos sonoros usados para alcançar este objetivo não deram resultado. "Tudo estava pronto para a eutanásia" quando ela foi encontrada morta, disse Mauger.

A orca será agora rebocada para as margens do Sena, "onde serão instalados equipamentos capazes de içá-la, para permitir que veterinários e biólogos realizem uma autópsia e recolham amostras, visando analisar o máximo de informações possíveis para tentar estabelecer as causas de sua deriva, e da morte da orca", disse a prefeitura de Rouen. A autópsia deve nos permitir "compreender melhor a patologia, uma micose muito específica e as causas da morte", declarou Mauger.



Fonte: UOL de 30 de maio de 2022.


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Orca sobe o Rio Sena e é observada bem debilitada

Uma Orca, de cerca de 4 metros de comprimento, foi vista sozinha no dia 16 de maio na foz do Rio Sena, entre o porto de Le Havre e a cidade de Honfleur, na Normandia, França. Desde então, ela seguiu subindo o rio por dezenas de quilômetros e ontem foi observada a oeste da cidade de Rouen. No entanto, as imagens captadas da Orca revelam claros problemas de saúde.

"Sua nadadeira dorsal está dobrada, o que é um sinal de debilidade para as orcas. Ela perdeu muito peso e parece estar em más condições", disse Nicolas Ampen, do Escritório Francês de Biodiversidade na Normandia, à televisão TF1. Segundo as autoridades, nenhuma tentativa de resgate está sendo considerada sob risco de estressá-la ainda mais. O ideal, para que tivesse alguma chance, seria que retornasse ao oceano o quanto antes.

Imagem: REUTERS/Pascal Rossignol

Imagem: REUTERS/Pascal Rossignol

Em maio de 2021, uma Baleia Cinzenta se perdeu no Mediterrâneo, a milhares de quilômetros de distância de seu habitat no Oceano Pacífico, e cruzou a costa francesa por dias até desaparecer e não ser mais encontrada pelos Biólogos.

Vamos aguardar por mais notícias, mesmo que a situação não seja muito promissora.



quinta-feira, 31 de março de 2022

Grupo grande Orcas é registrado pela primeira vez em Algoa Bay, na África do Sul

Não é nada comum encontrar Orcas em Algoa Bay, no Cabo Oriental, África do Sul, então imagine a alegria de um grupo de turismo ao observar pelo menos 12 delas.

Os registros e os detalhes foram publicados pela empresa de turismo ecológico Raggy Charters, sediada em Port Elizabeth, no início do mês.

Dizia a publicação: "Inicialmente, vimos dois machos com longas nadadeiras dorsais, quando olhamos ao redor do nosso catamarã “My Bru”, elas começaram a aparecer por toda a baía. Nós as acompanhamos e observamos todo tipo de interação e comportamentos, como demonstram as fotos". O grupo era composto por pelo menos 4 machos, 2 filhotes e 6 fêmeas de Orcas Transeuntes Tipo A, contou a equipe da Raggy Charters, que oferece passeios de observação de baleias, golfinhos e pinguins africanos em Algoa Bay.

As fotos abaixo foram publicadas pela empresa em sua página no Facebook:









Há mais informações sobre Orcas em outras regiões da África do Sul aqui no blog, incluindo detalhes sobre a predação de tubarões-brancos, bem como um pouco da história das famosas "Port e Starboard". Faça uma pesquisa ao lado para saber mais! 


segunda-feira, 28 de março de 2022

Orcas Transeuntes são registradas atacando jubarte em Tofino

A "The Whale Centre", uma operadora de turismo de Tofino, Distrito da Ilha de Vancouver, no Canadá, relatou no início deste mês a observação de um comportamento jamais visto com Orcas na região.

Tudo aconteceu na quarta-feira, 9 de março, quando uma equipe do "The Whale Center" saiu para observar baleias comuns na costa de Tofino nesta época do ano, mas encontrou Orcas Transeuntes, as também chamadas das Orcas de Bigg. À medida que o grupo se aproximava, observaram muita agitação na água, e, em seguida, conseguiram ver que as Orcas estavam atacando uma baleia Jubarte juvenil. “Nós nunca tínhamos documentado isso antes”, diz um comunicado da operadora, que atua na região há mais de 35 anos. “As Transeuntes T036 e T049C e possivelmente mais delas, estavam atacando uma pequena baleia Jubarte.”

Em um post no Facebook, o "The Whale Center" informou que a Jubarte tinha marcas de arranhões em toda a cauda, corpo e nadadeiras e que estava sangrando.

Tentando escapar, a pequena Jubarte nadou em direção à embarcação da operadora, enquanto as Orcas seguiram adiante, por fim, deixando-a. “Por caçarem em grupo, as Orcas podem abater presas muito maiores do que elas mesmas e, normalmente, atacam filhotes de até um ano ao invés de adultos”, comentou a empresa. “Já observamos Orcas Transeuntes atacando Baleias-Cinzentas, mas esta foi a primeira vez que as vimos atacando uma Jubarte.”

A imagem abaixo foi publicada na página do Facebook da operadora:





domingo, 27 de março de 2022

Fóssil demonstra que Orcas não têm longo histórico de predação de baleias

Indícios mostram que um ancestral de 1,4 milhão de anos das Orcas e das Falsas Orcas se alimentava de peixes pequenos, sugerindo que seus descendentes se adaptaram para caçar presas maiores, como outros golfinhos e baleias, há pouco tempo.

“Trata-se de um fóssil extraordinário que vai nos ajudar a compreender a origem desta dieta que é única entre os cetáceos”, disse Giovanni Bianucci, da Universidade de Pisa, na Itália. “É difícil precisar o momento exato em que essa mudança ocorreu, mas esses cetáceos parecem ter evoluído para uma dieta que inclui mamíferos marinhos há menos de um milhão de anos.”

As Orcas (Orcinus orca) e Falsas Orcas (Pseudorca crassidens) são as únicas espécies vivas de cetáceos que se alimentam de outros mamíferos marinhos. O momento em que evoluíram para isso não está claro porque fósseis de cetáceos são extremamente raros, contou Giovanni. A forma como este fóssil chegou nas mãos dos pesquisadores é ainda mais surpreendente porque veio de um colecionador particular que havia encontrado um esqueleto de uma falsa orca da época do Pleistoceno na ilha grega de Rodes, em 2021. O espécime foi doado ao Museu Stamatiadis de Mineralogia e Paleontologia na ilha.

Análises do espécime revelaram que o fóssil era novo para a ciência e foi nomeado de Rododelphis stamatiadisi em homenagem a Rhodes e ao colecionador Polychronis Stamatiadis.

Os cientistas observaram que o fóssil do R. stamatiadisi tinha um corpo de cerca de 5 metros de comprimento, que é semelhante à falsa orca de hoje, mas tinha dentes menores. Além disso, seus dentes não tinham os sulcos profundos encontrados nas Orcas e nas falsas orcas atuais que são adaptações importantes para triturar ossos duros de mamíferos. Isso sugere que a espécie provavelmente caçava presas menores, inclusive, porque foi encontrado em seu interior restos fossilizados do peixe chamado Verdinho (Micromesistius poutassou), espécie ainda existente.

Encaixando o R. stamatiadisi na genealogia dos cetáceos, Giovanni Bianucci e seus parceiros determinaram que o animal compartilhava um ancestral comum com as falsas orcas modernas e que esse ancestral descendia da mesma linhagem que as orcas.

Significativamente, os primeiros membros do grupo das Orcas também parecem ter caçado pequenas presas em vez de golfinhos e baleias. O grupo inclui uma espécie de 4 milhões de anos (Orcinus citoniensis) encontrada fossilizada na Itália no século 19, que também não tinha dentes para mastigar mamíferos. As descobertas indicam que as Orcas e as falsas orcas evoluíram para este tipo de alimentação durante a segunda metade do Pleistoceno, cerca de 1,3 milhão de anos atrás.

A descoberta é importante, alegou Giovanni, porque pode ajudar a derrubar uma teoria popular de que Misticetos, ou seja, baleias de barbatana, como as baleias azuis e jubarte, tornaram-se gigantescas em tamanho para evitar o ataque de Orcas. As baleias de barbatana já eram enormes há cerca de 3 milhões de anos, ou seja, muito antes do pesquisador acreditar que as Orcas e as falsas orcas começaram a caçá-las.

Abaixo, uma representação artística de como seria o Rododelphis stamatiadisi, por Rossella Faleni: