Uma orca que se desorientou e entrou no Sena pelo Canal da Mancha, onde o rio francês deságua, foi encontrada morta nesta segunda-feira (30) entre Le Havre e Rouen, na região noroeste da França. O cetáceo estava perdido na água doce desde o início de abril e não conseguiu retornar ao mar, apesar das tentativas feitas por especialistas para salvar o animal marinho. Depois de ser alertada por um navio cargueiro norueguês, que avistou a orca, a ONG Sea Shepherd France informou no Twitter ter localizado o cadáver do mamífero às 11h48 no horário de Paris, 6h58 no horário de Brasília. O cetáceo será rebocado para a realização de uma autópsia. A associação Sea Shepherd France confirmou a morte da orca. "Estamos atualmente com ela para evitar que seja atingida por um navio, o que comprometeria a autópsia", indicou a ONG no Twitter. "Estamos esperando que a equipe mobilizada pelo Estado a recupere", acrescenta a mensagem.
"O animal estava deitado de lado, o que não era um bom sinal", disse Gérard Mauger, vice-presidente da GECC, uma associação com sede em Cherbourg e encarregada de estudar e preservar os mamíferos marinhos no Canal da Mancha. Mauger relatou os danos sofridos pela orca: "Parecia mais um fantasma de orca, tanto a sua pele estava machucada", contou. "Ela deve ter agonizado, tinha pedaços de pele que caíam do corpo, não havia mais nada a fazer", descreveu o francês, que havia observado a orca na noite de sábado (28). Há suspeitas de que ela tenha contraído uma micose.
O grupo de trabalho de especialistas encarregados de monitorar o cetáceo havia decidido, no domingo (29), praticar uma eutanásia, após várias tentativas frustradas de guiá-lo até o mar. Os estímulos sonoros usados para alcançar este objetivo não deram resultado. "Tudo estava pronto para a eutanásia" quando ela foi encontrada morta, disse Mauger.
A orca será agora rebocada para as margens do Sena, "onde serão instalados equipamentos capazes de içá-la, para permitir que veterinários e biólogos realizem uma autópsia e recolham amostras, visando analisar o máximo de informações possíveis para tentar estabelecer as causas de sua deriva, e da morte da orca", disse a prefeitura de Rouen. A autópsia deve nos permitir "compreender melhor a patologia, uma micose muito específica e as causas da morte", declarou Mauger.
Fonte: UOL de 30 de maio de 2022.