quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Plástico e a Poluição nos Oceanos

O post de hoje não trata especificamente sobre Orcas, mas de um assunto que afeta a nós e a elas diretamente (a diferença é que nós o causamos e elas sofrem com o resultado...).
Todos sabemos que os sacos plásticos que utilizamos no dia-a-dia são fonte de grande preocupação por parte dos ambientalistas e daqueles que se importam com a saúde do Planeta. O plástico demora milhares de anos para se decompor e além da terra, está, principalmente, poluindo os mares e oceanos de todo o mundo.
A foto ao lado é de um tipo de baleia chamada Baleia-de-bico de Cuvier (Ziphius cavirostris) encontrada morta numa praia britânica...
Motivo da morte?
Sacos plásticos!!!

As baleias de bico Cuvier são muito discretas e dificilmente avistadas por viverem longe da costa e em águas mais profundas. Elas podem alcançar 9 metros de comprimento, costumam mergulhar até quase 2 quilômetros de profundidade, segurando a respiração por até impressionantes 85 minutos. Possuem sonares para localizar moluscos, que são seu principal alimento. Tudo indica que elas têm confundido sacos plásticos com alimento...
Na necropsia realizada na baleia, descobriram diferentes tipos de sacos plásticos obstruindo seu estômago, incluindo os utilizados para transporte de lixo e os mais comuns como as sacolas distribuídas por supermercados e outros estabelecimentos.
De acordo com o cientista Peter Stevick, da HWDT (Hebridean Whale and Dolphin Trust), “Esse animal se alimenta a uma distância entre 160 e 210 quilômetros da costa, senão mais, e ainda assim seu estômago estava cheio de plástico. É um indicador do alcance desse tipo de poluição”.
O lixo plástico nos oceanos mata cerca de 100 mil baleias, golfinhos, focas, tartarugas e outros animais todos os anos. Estima-se que um milhão de aves marinhas também morrem por estrangulamento, asfixia ou inanição após a ingestão de plásticos que flutuam no mar.
É uma vergonha permitir que tais tragédias ocorram apenas pela conveniência de carregar as compras em sacolas quando saímos de qualquer estabelecimento. Especialmente quando já existem alternativas não só econômicas, mas mais confortáveis e resistentes como as sacolas reutilizáveis!
Pense nisso a próxima vez que for ao supermercado, farmácia, padaria...
E se pegá-las for inevitável, atenção para como irá descarta-las!
Se não fosse por isso, era assim que nossa amiguinha de bico Cuvier deveria se parecer:
(imagem rara de uma Bico Cuvier saltando da água... a foto é de Natacha Aguilar de Soto, Universidade de La Laguna (Espanha))

terça-feira, 24 de maio de 2011

Vista do Parque

Imagine estar passeando num parque com vista para o mar e ter a bela surpresa de avistar lindas Orcas nadando próximas à costa. Pois essa foi a agradável surpresa que aqueles que caminhavam pelo Stanley Park na cidade de Vancouver, no Canadá, tiveram na manhã do último dia 11 de maio. Era uma manhã fria e chuvosa, mas com certeza tornou-se inesquecível para quem teve o privilégio de observá-las. Elas estavam saltando e se exibido na superfície.


Não era um pod de Orcas residentes, mas de transients (que são grupos que estão de passagem pela região), passando pelo porto de Burrard. De acordo com Lance Barrett-Lennard, cientista do Aquário de Vancouver, saltos e "splashs" na água fazem parte do comportamento típico após uma bela refeição (existem muitas focas por ali).


Apesar de habitarem e transitarem nessa região, não é comum encontrar Orcas nessa área em particular, por isso a surpresa de todos.
Depois que o jornal local publicou o fato, as sortudas testemunhas postaram na internet comentários como "Uma ótima surpresa para uma caminhada chuvosa".




P.S. 1: No dia anterior, um grupo de golfinhos do Pacífico também foram vistos saltando próximo ao Ambleside Park em West Vancouver.

P.S. 2: As fotos são de David Price para o ctvbc.ca.




domingo, 22 de maio de 2011

As Dez Orcas de Taiji

Conheça a triste história da captura de dez Orcas em Taiji no Japão e saiba o que aconteceu com elas depois desse episódio.
Assista ao vídeo abaixo e leia, se necessário, a transcrição do áudio da narração em português também a seguir:


Fevereiro de 2007
10o Aniversário da Captura de Dez Orcas pelos Pescadores de Taiji

As Orcas são um dos animais marinhos mais magníficos, habitam diversas áreas nos oceanos e causam grande encantamento naqueles que possuem o privilégio de encontra-las. Esses animais possuem o segundo maior cérebro que jamais existiu na Terra. Vivem em unidades familiares e demonstram habilidades comunicativas altamente sofisticadas. Seu comportamento amigável e curioso com relação aos humanos contraria o nome Baleia Assassina e cada vez mais tem sido chamada de Orca. Nos países ocidentais, as Orcas são protegidas por leis que proíbem que sejam agredidas e até perturbadas. Mas no Japão, elas têm sido objeto de uma caça impiedosa. Informações divulgadas pela Agência Japonesa de Pesca revelam que entre 1954 e 1997, quase 1200 foram mortas em águas japonesas e mais 63 foram capturadas para parques marinhos. Esses atos literalmente exterminaram as Orcas das águas ao redor do Japão.
No dia 7 de fevereiro de 1997 um pod constituído por dez Orcas foi avistado na costa e forçado para a Baía Hatajiri, próxima à cidade de Taiji, em Wakayama Prefecture. Todas elas foram mantidas ali por três dias até que fecharam negócio para a venda de cinco delas.
Quando a notícia se espalhou pelo mundo sobre a captura das dez Orcas, que logo foram chamadas de “As dez de Taiji”, houve clamor internacional e faxes e e-mails inundaram o Japão vindo de diversas partes do mundo.
No entanto, a retirada de todas as fêmeas e os filhotes do pod prosseguiu.
Os gritos de desespero da pequena Orca podiam ser ouvidos durante toda aquela provação.
As cinco Orcas foram compradas por 120.000.000 ienes ou, aproximadamente, 1 milhão de dólares americanos. O parque Nanki Shirahama Adventure World comprou uma fêmea e dois machos. O Museu de Baleias do Taiji comprou uma fêmea e Izu Mito Sea Paradise, uma fêmea. As outras cinco foram empurradas para fora da baía e libertadas, porém, como todas as fêmeas foram levadas para cativeiros, acabaram com as perspectivas de vida longa do pod.
Apesar do contínuo clamor internacional para que as Orcas fossem devolvidas ao mar, elas foram mantidas em cativeiro. As duas Orcas levadas para o Nanki Shirahama Adventure World morreram rapidamente. Primeiro o jovem macho e depois a fêmea, que depois descobriram que estava grávida. O que sobreviveu, passa os dias num cercado construído no mar no Museu de Baleias do Taiji separado por uma rede e de onde tem a triste visão de uma outra Orca, que tem sido mantida sozinha por dez anos.

Das Cinco Orcas Retiradas de Taiji em fevereiro de 1997, Somente Uma Sobreviveu.

Para ajudar a salvar as Orcas e os Golfinhos do Japão visite http://www.BlueVoice.org

Produzido por Hardy Jones

Vídeo Cortesia da Fundação Marine Mammal Fund




terça-feira, 17 de maio de 2011

A Morte de uma Orca em Cativeiro


Essa mensagem foi escrita por Jean Michel Cousteau em seu blog e publicada no dia 7 de outubro de 2010 depois de três orcas terem morrido no Sea World de Orlando em menos de 4 meses)



Na década de 1950, as Orcas eram consideradas perigosas e mortais e, por serem tão temidas, eram usadas em práticas de alvo por pessoas nas encostas ou em barcos.
Nos anos de 1960, capturamos a primeira Orca e a aprisionamos num tanque devido ao nosso desejo egoísta de estar perto de uma delas. Por quase dez anos exploramos famílias inteiras de Orcas no noroeste do Pacífico para o entretenimento sem levar em consideração as valiosas sociedades que faziam parte.
Hoje, sabemos que essas baleias vivem em sociedades complexas, demonstram características únicas de uma espécie rica culturalmente, vivem mais de 50 anos e geralmente ficam com suas mães e avós por toda a vida.
Tendo o conhecimento que temos hoje sobre a complexa existência das Orcas, como podemos justificar o confinamento desses animais tão inteligentes em piscinas de concreto? Sempre fico muito triste quando leio notícias como: “Orca morre inadvertidamente no Sea World de Orlando”. Eu me pergunto: mais quantas Orcas terão que suportar o nosso comportamento egoísta de colocá-las em cenários artificiais antes que percebam que basta?
A morte mais recente ocorreu na última segunda-feira quando Kalina, uma fêmea de 25 anos de idade, morreu inesperadamente. Foi a terceira Orca a morrer em cativeiro nos últimos quatro meses.
Kalina (26 de setembro de 1985 a 4 de outubro de 2010) foi a primeira Orca a nascer em cativeiro e sobreviver por mais de alguns dias. A mãe de Kalina, é uma fêmea islandesa chamada Katina e seu pai, Winston (também conhecido como Ramu III), era um Residente do sul do Pacífico, o que fez de Kalina um filhote híbrido Atlântico/Pacífico – uma combinação que não teria ocorrido naturalmente na natureza. Com quatro anos, Kalina foi tirada de sua mãe e passou os próximos cinco anos sendo transferida de um parque do Sea World para outro, passando por todos eles (4 ao todo). Trouxeram-na de volta para sua mãe em Orlando em 1994, um ano depois de dar à luz seu primeiro filhote no Sea World do Texas. Podemos apenas imaginar o stress físico e psicológico que Kalina sofreu quando teve seus laços de família rompidos e durante todas essas transferências.
Eu sempre serei contra a permanência desses animais em cativeiro. Já não temos mais a necessidade de manter aprisionados animais selvagens, imensos, complexos, inteligentes e que possuem a liberdade de se deslocarem em seu habitat.
Vamos sair e apreciar nossos semelhantes no mar e curti-los da forma que são e não da forma que desejamos que sejam.







P.S.: Jean Michel Cousteau é filho de Jacques Cousteau e fundador da “Ocean Futures Society”. Jean continua honrando o legado do pai, dando continuidade ao trabalho pioneiro realizado por ele.





sexta-feira, 13 de maio de 2011

Orcas e a Hostilidade em Cativeiro I

Já não bastasse todas as adversidades que as Orcas vivenciam quando são criadas em cativeiro, nem sempre são amigáveis umas com as outras. O ambiente artificial, que une animais originários de diferentes regiões, hábitos, linguagem (mesmo quando nascidas em cativeiro, são transferidas com frequência, dificultando o estabelecimento de vínculos) faz com que sejam obrigadas a conviver, interagir, comunicar-se, de forma não natural. É comum que agressões ocorram entre elas. O que NÃO É NORMAL NA NATUREZA!
Os parques se defendem alegando que “Ferimentos por expressarem sua dominância social são raros e quase nunca graves” (Fred Jacobs, VP de Comunicação do Sea World). Porém, ele não nega que isso já ocorreu.
Minha intenção é mostrar uma realidade que não é publicada na mídia nacional. Vou começar com a história de Kandu:
De acordo com uma das descrições de um dos casos mais graves, Kandu era uma grande artista, porém temperamental. Não realizavam trabalhos na água com ela porque ela já havia se mostrado agressiva mais de uma vez com os treinadores. Em 1986 ela deu à luz um filhote morto.
Um ano depois trouxeram duas Orcas para viver com ela, um macho chamado Orky II e uma fêmea chamada Corky.
Ela se deu bem com Orky II e em 1988 teve um filhote dele, chamado Orkid. Ela era uma boa mãe, mas era muito protetora, e quando Corky demonstrou interesse por seu bebê, ela não gostou.
Em 21 de agosto de 1989, Kandu estava nadando na piscina de trás enquanto Orkid e Corky se apresentavam num show. De repente, Kandu invadiu com velocidade a piscina de apresentação e bateu com força em Corky com a boca meio aberta.
Corky ficou bem, mas Kandu quebrou a mandíbula e teve uma terrível hemorragia... Ela imediatamente nadou de volta para a piscina de trás onde morreu por perda de sangue. Orkid, seu bebê, estava ao seu lado.
A foto abaixo, muito impressionante, foi tirada quando Kandu nadou para a piscina de trás...


A imagem é forte e deixa claro que os parques não são transparentes com o que realmente ocorre. E, provavelmente, o caso só se tornou público, pois havia uma plateia assistindo.

Nem posso imaginar, a dor que estava sentindo nesse momento...




segunda-feira, 9 de maio de 2011

V Pod Orcas no Twitter

Queridos seguidores do blog V Pod Orcas,
Agora estamos no Twitter!

Lá, os posts são quase que diários, com informações e notícias curtinhas sobre as Orcas. Sempre que tiver novos posts do Blog, avisarei por lá também.

Para quem quiser seguir o Blog via Twitter, a página é http://twitter.com/#!/VPodOrcas

A linda imagem de identificação é a mesma!


P.S.: Falando na "LINDA imagem" que uso para identificação do Blog... É a foto de um quadro de autoria da minha irmã Verinha! Um lindo presente que ganhei há dez anos! Lindo, não?