Pesquisadores dos EUA conseguiram com sucesso efetuar a colocação de um rastreador via satélite em uma Orca macho dentre os três pods da Residentes do Sul (89 baleias), mesmo diante de muita polêmica.
O objetivo da pesquisa é conhecer melhor os hábitos dos pods, especialmente durante o inverno, pois as Orcas que compõem esses pods passaram, infelizmente, a serem consideradas dentre as espécie ameaçadas de extinção por conta da poluição química, níveis sonoros, perturbações físicas e escassez de alimento (no caso, o salmão).
A pesquisa tem causado muita controvérsia, mesmo antes da colocação do primeiro rastreador, sobretudo por parte dos canadenses que compartilham a costa e a pesquisa com Orcas na região (Ilha de Vancouver no Canadá e estado de Washington nos EUA). Segundos os canadenses essa decisão foi unilateral: O governo americano deu a permissão sem consultar o Canadá.
A polêmica está no fato de que o rastreador efetuará registros somente de dados de localização e de apenas uma das Orcas (que não necessariamente passa todo o tempo com seu pod), e não efetuará registros sobre alimentação e sobre o que leva as populações de uma região para outra (essas informações seriam reunidas separadamente). Além disso, os rastreadores foram desenvolvidos para se soltarem, caso a Orca apresente alguma rejeição, o que pode ocorrer em poucas semanas. Com o sistema imunológico já debilitado pela exposição à poluição, a ferida deixada pelo rastreador pode facilmente infeccionar, causando graves doenças ou até à morte. Alguns anos atrás, uma infecção bacteriana que o corpo não conseguiu combater devido ao sistema imunológico debilitado por toxinas químicas, causou a morte da Orca identificada como J-38. Sem mencionar que a própria perturbação para a colocação do rastreador só tende a aumentar o estresse entre as populações.
Muito centros de pesquisas já não se utilizam mais de rastreadores e métodos invasivos para estudar as espécies e mesmo assim obtêm muito sucesso. Para alguns, isso tudo não passa de questões financeiras pois é mais barato se utilizar de rastreadores para pesquisas do que métodos não invasivos.
Independentemente de questões financeiras, aqueles que realmente amam estes animais apostariam em métodos não invasivos, pois me parece contraditório querer estudar determinada espécie para "preservá-la", mas não respeitá-la acima de tudo, que é o mais importante... Afinal, se a humanidade já não tivesse feito tantos estragos no ecossistema e dizimado tantas espécies, a "preocupação" atual com preservação não existiria.
P.S.: A foto é do Times Colonist.
Impressionante como esse blog faz enxergar as coisas do lado totalmente em favor da preservação da liberdade e preservação das Orcas. É muito lindo isso!
ResponderExcluirEu pensei que seria uma boa ideia se utilizassem rastreadores, porém a perturbação para que eles sejam alojados nesses animais, e a possibilidade de infecção e morte, são motivos mais do que suficientes para sermos contra esse tipo de acompanhamento. Além de existir outro meio de observação, é a forma mais natural e evasiva de se colher informações para a preservação das Orcas.