Há algum tempo eu estava querendo publicar aqui no blog informações reveladoras sobre a relação entre a matança de golfinhos e baleias na famosa baía de Taiji, no Japão, e a indústria dos cativeiros. Foi então que me encantei com a garota deste vídeo: Apenas 14 anos e já se colocando tão bem perante o público, apoiando uma causa tão nobre.
Apesar de no Brasil não mantermos golfinhos e baleias em cativeiro, muitos viajam pelo mundo para realizar o sonho de nadar com esses animais. Conheça então o que há por trás desta indústria para avaliar qual o tipo de amor que você realmente sente por eles.
Confesso também ter passado, especialmente nestes dois últimos anos, pela mesma jornada de descobrimento e conhecimento e de mudança de valores como ela relata no vídeo.
Não deixe de assistir!
A transcrição do áudio segue logo abaixo. Boa jornada para você também!
Apesar de no Brasil não mantermos golfinhos e baleias em cativeiro, muitos viajam pelo mundo para realizar o sonho de nadar com esses animais. Conheça então o que há por trás desta indústria para avaliar qual o tipo de amor que você realmente sente por eles.
Confesso também ter passado, especialmente nestes dois últimos anos, pela mesma jornada de descobrimento e conhecimento e de mudança de valores como ela relata no vídeo.
Não deixe de assistir!
A transcrição do áudio segue logo abaixo. Boa jornada para você também!
Ativista!
Quando eu era mais nova, eu ouvia a palavra "Ativista" e a imagem de pessoas de opiniões fortes que levavam suas crenças às ruas com cartazes e megafones era o que me vinha à cabeça imediatamente, era impossível não me sentar e pensar: O que essas pessoas estão fazendo? E então, na minha vida, uma coisa levou a outra e antes que eu me desse conta eu estava nas ruas de Vancouver empunhando cartazes!
Boa tarde a todos, meu nome é Elle Van Cleave, tenho 14 anos de idade e eu sou uma jovem ativista!
Mas, deixem-me contar um pouco da minha história:
Comecei tudo isso cerca de 2 anos atrás. Pergunte a qualquer um dos meus amigos e familiares... Eu sou e sempre fui fascinada pelo mar, portanto, quando um amigo me mostrou um documentário sobre a matança de 2 mil golfinhos na costa de Taiji, no Japão, meu mundo virou de ponta cabeça. Apenas com 12 anos de idade, o mar não era nada mais do que meu parquinho de diversões... Mas isso estava para mudar.
Eu não só assisti a um documentário naquele dia. Eu fui apresentada a um mundo em que tubarões são espancados e assassinados por causa de sua barbatana, focas são surradas e escalpeladas vivas por causa de sua pele, baleias, as gigantes gentis dos nossos oceanos, boiam mortas na superfície, totalmente ensanguentadas. Deste mundo que fui apresentada, fui incapaz de fugir. E mesmo com todos aqueles desastres que os oceanos já sofrem, de vazamento de petróleo à acidificação, tudo o que eu conseguia pensar era naqueles 2 mil golfinhos, cujas vidas são duramente arrancadas todos os anos.
Bom, a princípio, Taiji parece ser uma comunidade que adora baleias e golfinhos, porém, ao olharmos mais profundamente para sua cultura, observamos outra coisa. A cada ano, de setembro a março, cerca de 2 mil golfinhos e pequenas baleias são massacrados na Baía Hatajiri, ou “The Cove” (“A Enseada”). Agora, sabendo-se que o Japão é uma nação que possui uma quota de matança de até 23 mil golfinhos e pequenas baleias, frequentemente as pessoas se perguntam: Bom, então o há de tão diferente em Taiji?
Bom, a princípio, Taiji parece ser uma comunidade que adora baleias e golfinhos, porém, ao olharmos mais profundamente para sua cultura, observamos outra coisa. A cada ano, de setembro a março, cerca de 2 mil golfinhos e pequenas baleias são massacrados na Baía Hatajiri, ou “The Cove” (“A Enseada”). Agora, sabendo-se que o Japão é uma nação que possui uma quota de matança de até 23 mil golfinhos e pequenas baleias, frequentemente as pessoas se perguntam: Bom, então o há de tão diferente em Taiji?
Se observarmos por esses aspectos, Taiji é diferente em diversas formas. Um dos motivos que realmente se destacam entre a comunidade de caça de golfinhos é na verdade a forma como matam os golfinhos. Lá eles se utilizam de uma técnica de caça chamada “pesca por direcionamento”, que permite que selecionem uma quantidade de animais a cada temporada para serem enviados a cativeiros para entretenimento.
O nome “pesca por direcionamento” significa literalmente direcionar um grupo de golfinhos até a praia onde então ficam presos. Os pescadores então colocam longas bases de metal na água e ficam batendo com o remo no topo delas, o que provoca um som muito alto e estressante para esses animais. Vocês sabem que baleias, botos e golfinhos são muito sensíveis ao som. O biosonar que se utilizam para caçarem, comunicarem-se, localizarem-se é de fato um instrumento altamente sofisticado e vital para sua sobrevivência e os caçadores de golfinhos perceberam que podem tirar proveito disso. O uso de bases nessa prática é a forma de os caçadores explorarem de forma abusiva um sentido que eles não podem viver sem. E falando em abusos, isso seria só a ponta do iceberg.
O governo tende a esconder essa prática. Parece que eles acham que as pessoas não precisam saber o que ocorre em seu próprio país, mesmo que o que esteja ocorrendo possa provocar danos à saúde. O governo parece, na verdade, apenas proteger esse negócio lucrativo e não as pessoas, nem os animais. A maior parte dos golfinhos que estão “buscando” é marcada e vendida como alimento para o público.
O nome “pesca por direcionamento” significa literalmente direcionar um grupo de golfinhos até a praia onde então ficam presos. Os pescadores então colocam longas bases de metal na água e ficam batendo com o remo no topo delas, o que provoca um som muito alto e estressante para esses animais. Vocês sabem que baleias, botos e golfinhos são muito sensíveis ao som. O biosonar que se utilizam para caçarem, comunicarem-se, localizarem-se é de fato um instrumento altamente sofisticado e vital para sua sobrevivência e os caçadores de golfinhos perceberam que podem tirar proveito disso. O uso de bases nessa prática é a forma de os caçadores explorarem de forma abusiva um sentido que eles não podem viver sem. E falando em abusos, isso seria só a ponta do iceberg.
O governo tende a esconder essa prática. Parece que eles acham que as pessoas não precisam saber o que ocorre em seu próprio país, mesmo que o que esteja ocorrendo possa provocar danos à saúde. O governo parece, na verdade, apenas proteger esse negócio lucrativo e não as pessoas, nem os animais. A maior parte dos golfinhos que estão “buscando” é marcada e vendida como alimento para o público.
Mas a questão é que, devido a seu alto nível na cadeia alimentar, golfinhos possuem taxas altíssimas de mercúrio, o que faz com que sua carne seja tóxica.
A quantidade total recomendada de consumo de mercúrio em alimentos marinhos no Japão é de 0,4 ppm, já a carne de golfinho possui 2.000 ppm. Duas mil partes por milhão! Portanto, não é só uma questão de conservacionismo, mas de humanidade. O mercado para esse tipo de carne no Japão é incrivelmente pequeno, dado que menos de 1% da população a consome. Como resultado, é comum que a carne seja doada para escolas públicas, ou seja, crianças estão sendo contaminadas diariamente com o elemento não radioativo mais tóxico do mundo...
Mas espera aí, menos de 1% da população consome a carne de golfinho, e ainda assim 23 mil animais são mortos todos os anos? Qual a lógica disso? Como é possível ter lucro com uma operação milionária de caça sendo que ninguém come a carne?
Bem, aquilo ali é sua resposta e não tem nada a ver com o consumo de carne...
A existência da operação de caça em Taiji se baseia nisto:
“CATIVEIRO”
Sem todos aqueles gloriosos shows do SeaWorld e programas “nade com golfinhos” em todo o mundo esta caça não existiria!
Todas as manhãs, vários treinadores de golfinhos vão até a baía para selecionar os golfinhos mais bonitos para passarem a vida confinados. Muitas vezes ficando lá para ajudarem na caça propriamente dita. Portanto, aqueles que nos fazem acreditar que são os que mais amam golfinhos no mundo, os treinadores, estão lá na água, dentro dos barcos, juntos com os pescadores que passaram as últimas 30 horas aterrorizando os animais. Bom, me parece que as coisas nem sempre são o que parece!
Geralmente os treinadores recebem de 150 a 300 mil dólares num único golfinho. Para se ter uma noção, um golfinho que é vendido por sua carne vale 600 dólares. Portanto, vemos que o dinheiro vem dos Aquários. Coletivamente, os pescadores de Taiji ganham em torno de 1 milhão de dólares, além do que ganham com a matança. E agora estão pagando 1,5 milhão de dólares para a polícia fazer a segurança da baía. Não preciso dizer que me parece que eles estão protegendo os aproximadamente 3 milhões que ganham ao venderem golfinhos fadados a uma vida de escravidão.
O trabalho que estou tentando fazer sobre conservação começou inicialmente em Taiji, mas mudou progressivamente para essa indústria do entretenimento que mantém cativeiros. Levou um tempo para que eu aceitasse a ideia do que realmente são os lugares nada aparentemente cruéis como o SeaWorld, mas hoje, não consigo me ver apoiando-os. Sua ligação com as matanças não foi suficiente para que eu me retraísse, mas uma análise mais profunda me fez ver que isso é simplesmente mais um esquema gerador de dinheiro que o governo quer proteger. Como eu disse, o governo parece proteger essas grandes empresas, e não as pessoas nem os animais.
Mas o que você não vê sobre cativeiros que os fazem tão inaceitáveis. Há referências sobre extremo estresse em cativeiro. Começando com a captura que é um procedimento muito violento e o transporte também não é bom. E sobre o cativeiro em si, tudo só piora. Eu já citei como baleias, botos e golfinhos são sensíveis ao som, com isso em mente, imagine como seria sua vida tendo que se apresentar várias vezes por dia diante de uma plateia que grita e aplaude enquanto você fica nadando em torno de um tanque, cujas paredes ficam recebendo pancadas de crianças constantemente. Esse estresse geralmente leva à morte... E isso os Aquários não vão te contar!
Pegue o Júnior como exemplo: Júnior era uma Orca macho que em 1990 vivia no Marineland de Ontário, e um vídeo secreto mostra Júnior naquele mesmo ano mantido isolado num tanque minúsculo junto com dois golfinhos da espécie nariz de garrafa. Depois que ele foi enviado para o SeaWorld, Júnior foi mantido num mesmo tipo de tanque, num armazém úmido localizado próximo ao parque. Anos depois, em 1994, mais vídeos secretos mostram Júnior ainda sozinho e isolado naquele mesmo armazém praticamente ignorado, abandonado e letárgico com apenas 12 anos de idade.
Júnior no armazém, e 4 anos depois |
Isso é “deseducar”. O SeaWorld prega a imagem de que tudo bem um golfinho te impulsionar como um motor de barco.. Que tudo bem usar uma baleia assassina como prancha de surf. Na verdade, é crime perturbar ou até se aproximar de um golfinho ou uma Orca para tal na natureza... Que irônico!
Quando eu tinha uns 7 anos de idade, eu participei de um programa para “nadar com os golfinhos”. Eu estava animada porque eu veria golfinhos e, como eu disse, eu sempre fui louca pelo mar... Eu fui, dei uma lula para o golfinho comer, ele me deu um beijo na bochecha e fui embora. Pareceu-me um tanto surreal. Eu não passei a amar menos os golfinhos naquele dia, mas estou certa de que também não passei a amá-los mais depois de ter passado por essa experiência.
Eu de fato caí de amores por esses animais quando encontrei acidentalmente uma Orca no oceano. Cerca de dois anos atrás eu estava de caiaque na praia Willows, aqui mesmo em Victoria com a minha mãe, e vimos que, há 3 metros de distância, uma Orca tinha emergido. O fato desta criatura enorme e poderosa ter perdido seu tempo para dar uma olhada na gente foi uma verdadeira lição de humildade que jamais esquecerei.
Naquele dia eu vi o motivo principal e mais importante pelo qual o cativeiro não funciona: Eu as vi no oceano!
No mundo de Jacques Cousteau, nenhum aquário, nenhum tanque no Marineland, por mais espaçoso que seja, nunca poderá recriar as condições dos oceanos. E um golfinho que vive em um desses lugares nunca pode ser considerado normal.
Mas, não é somente salvar os golfinhos...
Nós temos um problema bem maior nas mãos hoje em dia: Conservar os oceanos!
Portanto, envolva-se!
O mundo está chegando num ponto em que precisamos de medidas drásticas. A conservação não é mais o que era antes como abraçar árvores e as campanhas para salvar os tigres... Os tempos mudaram e não podemos resolver tudo apenas fazendo reciclagem ou apagando as luzes sempre que saímos de um ambiente...
Está acontecendo: Os oceanos estão morrendo de forma muito mais rápida que haviam previsto. Disseram-me que é possível que ao longo da minha vida todos os recifes de corais possam ter se perdido, a menos que tomemos essas medidas drásticas.
Hoje, os porcos são os maiores predadores dos mares, pois estão consumindo mais peixes do que todos os tubarões do mundo juntos. Mais ou menos um terço do peixe retirado dos oceanos vira ração, e, portanto, vemos que os gatos domésticos consomem mais atuns que todas as focas do mundo. As aves marinhas estão morrendo de fome porque os peixes que se alimentavam viraram ração para frango...
Nós estamos destruindo a nossa casa. Os problemas que os oceanos estão enfrentando nos mostram que são eles mesmos a nossa tábua de salvação.
Nós estamos destruindo a nossa casa. Os problemas que os oceanos estão enfrentando nos mostram que são eles mesmos a nossa tábua de salvação.
Existe um delicado equilíbrio na Terra em que as espécies dependem umas das outras e o ser humano, mais do que qualquer outra espécie depende profundamente da vida neste planeta. Mesmo quando olhamos para criaturas pequenas como as abelhas, observamos que elas conseguem viver sem a gente, mas nós não conseguimos viver sem elas.
Jacques Cousteau também disse que as pessoas protegem o que amam e acho que está mais do que na hora de começarmos a proteger o nosso lar.
Jacques Cousteau também disse que as pessoas protegem o que amam e acho que está mais do que na hora de começarmos a proteger o nosso lar.
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Divulgue este vídeo e fale sobre este assunto com seus amigos!
E para mais informações visite: http://afallfromfreedom.org/
P.S.: A foto da Orca com o caiaque é do meu amigo Tup Meesupwatana.
P.S.: A foto da Orca com o caiaque é do meu amigo Tup Meesupwatana.