Notícia mais que triste que acabou de ser exibida no Jornal Hoje, na Globo. Infelizmente, faz tempo que isso ocorre, mas só agora virou notícia. Pena que tenha ocupado menos de 3 minutos do noticiário.
De qualquer forma, informe-se! Divulgue o assunto!
Especialmente para nossos vizinhos colombianos e os próprios brasileiros que estejam consumindo este peixe apelidado de "douradinha". Já que neste planeta só se preserva o que não tem valor comercial, se as pessoas não consumirem este tipo de peixe, a matança absurda de botos para isca talvez deixe de existir.
Afinal, antes de nos preocuparmos em salvar os golfinhos de Taiji no Japão, temos que alertar a todos sobre o grave perigo de extinção que os botos se encontram bem aqui no Brasil. Eles são os primos de água doce dos golfinhos e só existem aqui... Temos que cuidar deles!
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O Ministério Público Federal no Amazonas investiga a matança de botos. Eles estariam sendo mortos para servir de isca na pesca de um peixe carniceiro vendido na região com o nome de ‘douradinha’. O monitoramento de botos na Reserva de Mamirauá, a 500 quilômetros de Manaus, mostra que próximo desta área de preservação, o número de animais diminuiu 10% ao ano.
“Hoje, o boto está sendo morto para ser utilizado como isca. Em algumas áreas da Amazônia, em alguns rios, ele já desapareceu”, alerta a chefe do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do INPA Vera Silva.
A matança de botos se intensificou nos últimos dez anos por causa do peixe piracatinga, também conhecido como urubu-d’água, porque come carniça. Pescadores da região matam botos e jacarés para usar como isca em armadilhas. Colocam a carne em caixas para atrair os cardumes.
Em junho desse ano, a Polícia Civil do município de Tapauá, no Amazonas, encontrou de uma só vez mais de 20 botos esquartejados. Os donos do barco fugiram e ninguém foi preso. Flagrantes como este são raros e por isso é difícil impedir a matança e punir os culpados.
A população da Amazônia não costuma comer piracatinga. Esse peixe só passou a ter valor comercial por causa da demanda nos países vizinhos, principalmente a Colômbia, que é o maior comprador.
Entretanto, de acordo com biólogos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o peixe carniceiro estaria também sendo vendido no Brasil, com o nome fantasia de “douradinha”. O Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil para apurar a situação.
O procurador da República Rafael Rocha considera o caso gravíssimo. “Considero gravíssimo. Porque além das pesquisas em relação à taxa de mortalidade, tem as notícias recorrentes de que são encontradas carcaças de botos.”
O boto é o único golfinho que vive em água doce e, como seus primos do mar, usa um sistema de ecolocalização, um sonar. É assim que ele consegue caçar nas águas escuras da Amazônia. Um boto vive cerca de 40 anos, mas tem uma taxa reprodutiva baixa. A fêmea engravida poucas vezes, tem apenas um filhote em cada gestação e cuida dele por quase quatro anos. Esse é um dos motivos para a espécie ser tão vulnerável a qualquer ameaça.
"São completamente dóceis e apenas curiosos. Biologicamente, é uma espécie que carrega no seu componente genético 30 milhões de anos de evolução, que só existe nos rios da Amazônia", fala Sannie Brum, bióloga do Instituto Piagaçu.
Fonte: G1 de 22 de outubro de 2013.
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