A organização The Dodo, um site de notícias sobre proteção da vida animal, rebateu os novos comerciais do Sea World, grupo americano de parques aquáticos famosos pelos seus shows com orcas e outras criaturas marinhas.
O Sea World sempre foi alvo de críticas, leves ou pesadas. As denúncias se tornaram mais frequentes e barulhentas desde o lançamento do documentário "Blackfish", de 2013, que falava sobre treinadores que morreram assassinados nos parques do grupo e o tratamento inadequado das orcas.
Grupos de proteção ambiental e especialistas sempre apontaram fatos como a baixa expectativa de vida dos cetáceos, a deformidade das nadadeiras dorsais, o estresse da vida em cativeiro e a destruição dos laços afetivos e familiares.
O parque, claro, sempre negou tudo. Nessa semana, foram lançados alguns vídeos como parte de uma campanha para melhorar a sua imagem perante a população e rebater essas denúncias.
No site da empresa, eles explicam o motivo dos novos vídeos.
O slogan é "The Truth Is In Our Parks and People" ("A verdade está em nossos parques e pessoas"), ou seja, a verdade está "aqui" e não "lá" (os críticos, o documentário).
No vídeo "How Long Do Killer Whales Live?", um veterinário do parque fala sobre o tempo de vida das "baleias assassinas". Ele diz que, em cativeiro no Sea World, elas vivem tanto quanto aquelas que estão livres.
The Dodo rebateu o comercial, citando que todas as orcas fêmeas, com exceção de uma, morreram antes dos 40. E apenas dois machos passaram dos 35. Na vida selvagem, machos vivem até os 60 anos e fêmeas vivem de 50 a 100 anos.
The Dodo continua a criticar o comercial, quando citam a orca fêmea Corky:
"Apesar de viver em um tanque com orcas que não são de sua família, Corky é chamada por eles de 'matriarca'. Mas, se ela tivesse permanecido na natureza, ela estaria de fato nadando com membros de sua família. Ela poderia até viver mais algumas décadas, possivelmente mais de 103 anos, como é o caso de uma orca apelidada de 'Granny' que foi encontrada na costa de Washington em 2014".
E dizem, de maneira irônica, o que o Sea World deveria ter dito no comercial: "Nossas orcas têm amplas chances de se reproduzir e trazer mais lucro. Por exemplo, Corky deu a luz sete vezes em cativeiro. Kiva, sua cria que durou mais, viveu apenas 46 dias".
Ainda há outros dois comerciais. Um sobre a nadadeira dorsal das orcas e outros sobre as marcas de feridas de dente que muitas orcas apresentam.
O Sea World diz que as nadadeiras dorsais colapsadas - vistas na maioria das orcas do parque - são perfeitamente normais, já que são "como nossas orelhas, flexíveis e de diferentes formatos". Mas cientistas entrevistados para o documentário garantem que apenas 1% das orcas na natureza apresentam essa deformidade.
Sobre as marcas de dentes, o veterinário diz que elas mordem o roçam umas às outras como forma de interação. Já os outros cientistas dizem que as feridas dos animais dos parques são mais frequentes e danosas, causadas por brigas e comportamentos agressivos - segundo eles, por conta do espaço pequeno, do estresse do cativeiro e da convivência de animais que não fazem parte das mesmas famílias.
Não é a primeira vez que o parque bate de frente com o documentário e seus críticos, como mostra o artigo "The Truth About Blackfish", que chama "Blackfish" de "propaganda, não documentário".
Parque e produtores do filme também já rebateram críticas um dos outros, em um debate que certamente está longe de acabar.
Veja o trailer do documentário "Blackfish":
Fonte: Exame.com de 25 de março de 2015.
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Notas da autora do blog sobre os três vídeos do SeaWorld:
- Vídeo 1 - sobre o tempo que Orcas vivem: Inacreditável a falta de decência deste Veterinário. Eu aposto e ganho que ele nunca viu uma Orca na natureza, nem foi estudá-las por lá. Porque se tivesse feito isso, teria aprendido com pesquisadores bem mais velhos que ele, que dedicaram a vida toda ao estudo de Orcas na natureza, que essas informações não estão corretas. Sim, a taxa de mortalidade em cativeiro é imensamente maior que no oceano... Só os SETE filhotes mortos de Corky já elevam a estatística e contrariam o que ele disse.
Sim, tenho certeza que os cuidados médicos das Orcas no SeaWorld são intensos, afinal, ao menor sinal de qualquer doença, elas são obviamente entupidas de antibióticos (eu já desconfiava que as coisas fossem assim, mas agora tive certeza com ele mostrando os exames de sangue preventivos no vídeo). Mas para que tenham saúde? Não! Para que fiquem vivas, pois são imensamente valiosas! Esses veterinários devem receber fortunas para mantê-las vivas e ativas.
Que as pessoas que trabalham no parque as amam? Claro! Quem não as amam? Quem não gostaria de estar perto delas todos os dias? Isso eleva o ego de qualquer um... Mas não as respeita pelo que realmente são. Qualquer um, após ver Orcas na natureza fica com o coração partido de visitar o SeaWorld.
- Vídeo 2 - sobre a nadadeira dorsal tombada: Mais uma vez, inacreditável afirmação... Realmente ele nunca viu Orcas na natureza. Sim, ele está certo sobre a estrutura interna da nadadeira dorsal, é isso mesmo. Mas está comprovado (e isso ele omitiu no vídeo) que a flacidez é resultado da falta de exercícios. No oceano, uma Orca navegaria por centenas de quilômetros diariamente, teria que vencer as marés, caçar, interagir com outros animais, etc. E num tanque? Fazer truques durante os shows e boiar na superfície? Sem dúvidas!
Não vou nem entrar no mérito que o tédio que enfrentam também pode causar a queda da nadadeira dorsal, porque seria apenas mais uma hipótese.
Antigamente, eu observava isso apenas em Orcas macho porque são bem maiores e possuem um formato específico (como as famosas nadadeiras de Keiko (Willy) e Tilikum) , mas agora tenho visto isso nas fêmeas também.
Bom, se ele acha que este é um fenômeno natural e você leitor ainda está em dúvida, veja esta foto que bati no oceano Pacífico. São várias Orcas fêmeas e machos... Consegui contar pelo menos dez... Como estão as nadadeiras dorsais?
- Vídeo 3 - sobre as marcas de mordidas: É óbvio que Orcas na natureza têm marcas de mordidas... Não só de Orcas como de outros animais, isso é resultado natural no mundo selvagem que busca a sobrevivência. Porém, não podemos atribuir esta mesma naturalidade a uma piscina de concreto onde membros de diferentes famílias são obrigados a conviver, sem que seja respeitado qualquer hierarquia ou dominação. Afinal, eles não sempre defendem que no SeaWorld elas estão "protegidas"? Na natureza, quando necessário, Orcas se defendem e fogem do agressor, e como isso é possível no tanque? Simplesmente não é! E óbvio que quanto mais estressadas (e naturalmente elas são estressadas ou você já conheceu algum animal de circo que não seja?), mais agressivas ficarão entre si. Não negue isso, prezado Veterinário!
Desculpe-me mas essas propagandas são patéticas... Engraçado que quando a Gabriela Cowperthwaite estava gravando o documentário "Blackfish" e quando o David Kirby estava escrevendo "Death at SeaWorld", ambos informaram o SeaWorld e pediram que dessem entrevistas ou que se posicionassem com relação as acusações que estavam recebendo, e qual foi a resposta do parque? Nenhuma! Simplesmente consideraram que ambas as obras seriam besteiras sensacionalistas que jamais afetariam a imagem do parque. Mas agora, depois de toda repercussão e óbvia queda de faturamento estão fazendo qualquer negócio para se defender. E os desavisados ou cegos pelo suposto amor que sentem por animais continuam acreditando. Lamentável!
odeio esses viados.... da vontade de chutar
ResponderExcluirO triste é que não tem como liberta-las, apenas parar a reprodução. Mas isso também seria algo anti natural visto que orcas são muito sexuais e acabariam grávidas.
ResponderExcluirNão confio em Blackfish pois eu sinto que ele persegue só o SW com um mal propósito... E também pois usou a imagem da Dawn no filme. Mesmo sabendo que em vida ela amava baleias e seu trabalho, fizeram isso com ela. Tremenda falta de respeito.
Só me sinto mal em odiar o SW geral pois ele realmente já resgatou e reabilitou muitos animais, então é algo controverso.
Espero que algum dia alguém as coloque em uma Reserva marinha ou crie um bioma artificial gigante, e que os shows se tornem uma apresentação super educativa sobre as baleias. (Elas ainda teriam de se exercitar, e poderiam usar isso em público para ganhar fundos e manter a reserva)