Um documentário exibido pela cadeia de televisão pública norueguesa NKR revela que quase todas as baleias minke capturadas são fêmeas prenhas. Representante da Greenpeace Noruega, Truls Gulowsen, defende que "a caça às baleias é agora ainda mais inaceitável".
O documentário Slaget om kvalen (Batalha de Agonia) divulga imagens terríveis da indústria baleeira da Noruega, incluindo uma sangrenta cena durante a qual um pescador corta uma baleia e remove o seu feto, em avançado estado de gestação.
A transmissão do documentário alimentou uma larga onda de indignação, face à objeção da Noruega no que respeita ao cumprimento do tratado internacional de 1986, que impôs uma moratória para a captura de baleias.
A Noruega e a Islândia são os únicos países que permitem a caça comercial de baleias. O Japão também autoriza a caça às baleias, ainda que, oficialmente, “por motivos científicos”.
Truls Gulowsen, diretor da Greenpeace na Noruega, defende que “a caça de baleias é agora mais inaceitável que nunca”.
"Por um lado, porque é uma violação de um tratado internacional e, por outro, porque é indefensável que se capturem baleias num estágio tão avançado da gestação”, assinala, alertando que “estas práticas não só afetam as baleias atuais, como também as futuras gerações”.
De acordo com um relatório conjunto do Animal Welfare Institute, OceanCare e Pro Wildlife, datado de 2016, em 2014 e 2015, a Noruega matou mais baleias do que o Japão e a Islândia juntos.
A Noruega é a maior nação baleeira do mundo. O governo norueguês aprovou, para 2017, uma quota para a captura de 999 baleias minke, face à quota de 880 baleias definida para 2016.
As baleias são caçadas pela sua carne, que constitui uma atração turística, e pela sua utilização na produção de alimentos para animais de estimação.
"A caça depende de subsídios do Estado e o novo governo está constantemente a procurar novos mercados para explorar, com jovens e turistas a surgirem como principais mercados", refere a Whale and Dolphin Conservation no seu site. "A Noruega tem procurado agressivamente manter o seu direito de caçar baleias, apesar de ser desnecessário, antieconômico e inquestionavelmente cruel", frisa a organização.
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