Neste final de semana tive o prazer de assistir ao filme “O Farol das Orcas” e fiquei surpresa e maravilhada com o que vi. Achei o filme encantador... Sensível, delicado, visualmente deslumbrante, apesar de a crítica não tê-lo avaliado muito bem. Obviamente não assisti esperando uma superprodução hollywoodiana, pois sabemos que este não é o caso, mas acredito que o filme tenha feito um excelente papel dentro da sua proposta.
Imagino que nem todas as passagens sejam verídicas, tendo alguns trechos sido incluídos para atrair mais o telespectador aumentando o suspense e o drama, como é comum observarmos no Cinema, mas de modo geral, acredito que ele tenha contado bem a história do Roberto Bubbas, do seu relacionamento com o trabalho (e consequentemente as críticas que sucederam disso) e com as Orcas, e da problemática com o garoto autista. Junto à trama, conseguiram dar diversas informações sobre os animais, seu comportamento de caça, que é tão único e característico do local, sobre como são realizados os trabalhos de pesquisas e acompanhamento, além de informações gerais de maneira clara. Pontos sobre a personalidade das Orcas que os leigos se equivocam tanto também são citados, como por exemplo, o fato de elas jamais terem atacado pessoas na natureza. As grandes ou as maiores predadoras dos oceanos? Possivelmente, mas extremamente inteligentes e sociais. E essa é uma das grandes mensagens do filme.
Li algumas pessoas questionando sobre o final em vários sites e milhares de pessoas buscaram o blog atrás dessas informações nesses últimos dias. Mas fiquei assustada com o fato de muitos questionarem sobre se a Orca teria matado o garoto no final. Várias razões me levam a crer que este definitivamente não foi o fechamento do enredo, dentre elas, o fato de o filme ser uma história verídica e sabemos bem que jamais houve qualquer registro sobre ataques de Orcas a humanos na natureza, e mais ainda, o fato de esse suposto final ir completamente contra a todos os ensinamentos sobre a espécie faladas e provadas no filme. Orcas são dóceis, curiosas com os humanos e lá na região estabeleceram um contato bem próximo ao Roberto Bubas, portanto, definitivamente, não! O menino não morre no final! Acho apenas que foi um final simbólico para mostrar que o contato com elas deu resultado no tratamento do autismo e que ele finalmente conseguiu estabelecer um laço real com algo (tanto que é o único momento do filme que ele se expressa verbalmente), fazendo valer todo amor e esforço da mãe e do famoso guarda-fauna. E o Roberto confia tanto nos animais que tranquiliza a mãe de que o menino se sairá bem, só deviam lhe prover um pouco de espaço para se expressar.
Sei que a crítica não o dará muito crédito, mas sei que os amantes de Orcas vão adorar o filme. Pelo menos pra mim, ele provocou emoções do início ao fim, trazendo lágrimas inúmeras vezes, não só pelo enredo, mas por me aproximar de como é realmente a vida naquela região. Por sorte, regiões da Península Valdes em que as Orcas se alimentam são protegidas por lei, não podendo ser visitadas por turistas. Há apenas um mirante em uma das praias que fica aberto para as pessoas tentarem observá-las, mas elas passam poucos dias por ano lá e é necessário realmente muita sorte para avistá-las no local. Portanto, o filme mata um pouco a nossa curiosidade e nos aproxima emocionalmente da realidade deste local tão inóspito e icônico. É como se pudéssemos estar presentes e presenciarmos algo tão surreal quanto o comportamento de caça das Orcas da Patagônia.
Por isso, quem ama Orcas e sonha vê-las por lá, tenho certeza que vai se deslumbrar com o filme, e mesmo quem não as conheça tão bem ou jamais tenha sonhado em vê-las pessoalmente, o filme só trará conhecimento e talvez desperte mais interesse e carinho por elas.
"O Farol das Orcas"
"El Faro de Las Orcas"
"Lighthouse of the Whales"
Vale assistir e curtir sua beleza!
P.S.: Sei que muitos estão com dúvidas também sobre a biografia do Roberto Bubas, mas infelizmente não tenho nada concreto para dividir com vocês. Apenas de que sim, parece que ele teve um filho e ele faleceu (seu nome é exibido ao final), mas não tenho mais detalhes, nem se a história que conta no filme sobre o avião é verdadeira. Tentei contato com ele, mas não obtive resposta por enquanto, Imagino que milhares de pessoas estão tentando acessá-lo no momento, portanto, é compreensível que não me responda tão cedo.
Caso alguém encontre mais detalhes, compartilhe conosco.