sexta-feira, 30 de junho de 2017

"The Whale Bowl"

Junho foi um mês muito especial na luta contra cativeiros de Orcas. Além de considerado o mês de conscientização das Orcas Residentes do Sul, para os moradores do Noroeste do Oceano Pacífico, e do lançamento do documentário Inside the Tanks (já divulgado por aqui), estudantes de cinema da Universidade de Greenwich, de Londres, no Reino Unido, lançaram um documentário curto muito especial. Desta vez, o foco é a história da Orca Lolita, cuja triste trajetória, longo período de cativeiro e seu minúsculo tanque no Miami Seaquarium impressionam até os mais insensíveis.
Mencionada diversas vezes aqui no blog, Lolita tem uma história de solidão que merece ser contada e é isso que faz “The Whale Bowl” (que podemos traduzir como “A Tigela da Baleia”, uma alusão ao tanque de dimensões extremamente pequenas em que ela vive).
Dirigido por Emily George, narrado pela atriz e autora Heidi Mumford-Yeo e com a trilha sonora composta por Stafano Fasce, aluno da National Film and Television School, de Londres; o documentário relata o histórico da Lolita, a de seu parceiro de tanque, Hugo, sua situação atual e os esforços contínuos para transferi-la para um ambiente mais natural, nas mesmas águas de que foi retirada.
Em entrevista para o Marine Connection (organização britânica de proteção, conservação e bem estar dos cetáceos), a Diretora falou mais sobre o filme:

- Qual foi a principal motivação para abordar a questão dos cetáceos em cativeiro em seu documentário?
Emily: Em setembro do ano passado, pediram que déssemos ideias para nosso projeto de conclusão de curso, e imediatamente expressei meu desejo de criar um filme sobre a Lolita.
A questão sobre o cativeiro de cetáceos sempre foi muito impactante para mim e acompanhei a história da Lolita por muitos anos. Eu queria aproveitar essa oportunidade para elaborar um filme que fosse mais do que entretenimento, eu queria criar algo que fizesse uma diferença de fato. O “efeito Blackfish” foi uma grande parte da minha pesquisa para este projeto, juntamente com meus estudos sobre a força que filmes e a publicidade viral podem ter, além de como a edição pode causar um impacto emocional. Combinando esta pesquisa e a minha paixão pelos cetáceos, espero que tenhamos criado um filme que sensibilize o público, de forma criativa e educativa.

- O que há de especial na história da Lolita que te fez querer contá-la?
Emily: Conversei com muitas pessoas sobre a Lolita, e a grande maioria não tinha ideia da sua história ou suas condições de vida atuais, ao mesmo tempo ficava chocada ao saber. Estar sozinha há 47 anos num tanque de concreto com a profundidade de seu comprimento, é incompreensível. Eu realmente acredito que se mais pessoas soubessem a verdade, não visitariam o parque. Ao produzir o documentário, tive a honra de conhecer diversas pessoas inspiradoras que estão lutando por ela, e são as vozes dessas pessoas que estão chamando a atenção para que ela possa ser salva. O que me vem sempre à cabeça é: “Se não podemos tirar a Lolita de lá, que esperança temos para os outros animais?". É por isso que queria que o documentário se concentrasse na história dela.

- Em sua opinião, qual a melhor forma de abordar a questão, não só da Lolita, mas dos cetáceos em cativeiro, com a juventude de hoje?
Emily: Eu acredito que há uma mudança de geração ocorrendo nas atitudes com relação a isso. Tenho 21 anos e cresci com acesso a um mundo de informações através da Internet, que não existia anteriormente. Há pessoas da minha família que conheceram o Winston, uma orca mantida no Windsor Safari Park (onde atualmente é o Legoland) na década de 1970, e não faziam a menor ideia da realidade. E hoje dizem: “se eu já soubesse, não teria ido”. Eu acredito que seja o poder crescente das mídias sociais que esteja dirigindo essa mudança de opiniões, especialmente com pessoas mais jovens. Não temos mais acesso a apenas um lado da história, podemos constantemente buscar e compartilhar informações para formar nossas próprias opiniões. Essas informações estão se espalhando rapidamente e só consigo ver essa força crescer.
* * * * *

Com visual criativo e inovador, narrativa emocionada e belas imagens, o documentário merece ser prestigiado e pode ser assistido aqui:



Vamos apoiar mais esta tentativa de salvar a pobre Lolita. Assista ao filme, comente-o nas redes sociais, divulgue-o, curta a página oficial no Facebook: 
https://www.facebook.com/TheWhaleBowl/




P.S. 1: Os diversos desenhos exibidos durante o filme foram todos desenhados por crianças de escolas locais no Reino Unido e dão um toque especial à imagens. Não deixe de reparar neles.

P.S. 2: Há mais sobre a história de Lolita e do Hugo aqui no blog. Faça uma busca ao lado para encontrar os links. Em especial, a publicação que mostra o emocionante vídeo da Lolita reconhecendo uma gravação com os sons emitidos por membros de seu pod: http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2012/08/triste-comemoracao-captura-de-lolita.html. É de arrepiar!




quinta-feira, 29 de junho de 2017

Baleias-Francas chegam ao nosso litoral

E para não nos esquecermos das lindas gigantes gentis que nos dão a honra da visita anualmente, venho aqui comunicar que a temporada de Baleias-Francas no litoral brasileiro foi iniciada.
As primeiras delas chegaram ao litoral de Santa Catarina no início desta semana. Pescadores afirmaram tê-las visto no domingo, dia 25, em Garopabada, e duas delas foram vistas e registradas, na segunda-feira, em Imbituba, no Sul do estado. De acordo com Karina Groch, Diretora de Pesquisa do Projeto Baleia Franca, que completa 35 anos em 2017, as duas baleias adultas foram vistas por cerca de 20 minutos na praia do Rosa, o registro foi realizado pelo Instituto Baleia Franca, mas não foi possível identificar se eram fêmeas ou machos.
Nessa época, muitas baleias podem ser vistas em todo litoral catarinense, mas especialmente na área da Apa da Baleia Branca, que vai de Florianópolis a Balneário Rincão.
A temporada começa na segunda quinzena de julho e vai até novembro. Isso pelo monitoramento dos outros anos, cada ano pode ter sua particularidade. O pico da temporada é em setembro. A maioria das baleias que aparece é fêmea. “Elas ficam de dois a três meses para terem os filhotes, eventualmente para o acasalamento, no caso das baleias que já tiveram filhotes na temporada anterior e voltam para o desmame”, explica Karina.
O monitoramento dos pesquisadores do projeto Baleia Franca começou oficialmente ontem.


Em fevereiro deste ano, falei um pouco mais sobre o Instituto Baleia Franca, divulguei um pouco do trabalho que realizam e da venda da pelúcia, que auxilia a arrecadar fundos para o projeto, além de gerar oportunidades para a região local. Leia mais no link abaixo e apoie este que é um projeto de monitoramento e proteção tão importante: 
http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2017/02/ibf-cria-baleia-de-pelucia-para.html




sábado, 17 de junho de 2017

"Inside the Tanks" estreia no YouTube

O novo documentário sobre cativeiros de mamíferos marinhos que promete mostrar os dois lados da indústria, "Inside the Tanks", já está disponível para ser assistido no Canal Oficial do filme no YouTube:
Consegui assistir ontem a noite (tem cerca de 40 minutos de duração apenas) com certeza recomendo a todos. Muitas informações novas? Na verdade, não. Mas a abordagem amigável junto ao Diretor do Marineland é bem interessante para podermos refletir sobre o ponto de vista do parque sobre o comportamento dos animais.
Assistam! Vale a pena!
Se tiverem dificuldade por conta da língua, me escrevem sobre qualquer dúvida e tento auxiliar.
E já declararam que só vão fazer legenda em Português se houver interesse do público. Portanto, demonstrem esse interesse usando hashtags e comentando nas redes sociais, quem sabe assim planejam a tradução.
Aguardo comentários aqui ou pelo Instagram para saber a opinião de vocês.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Japão dá início a uma campanha de caça a baleias no Pacífico

Japão deu início, nesta quarta-feira, a uma campanha de caça a baleias no Pacífico que certamente vai atiçar a ira de defensores dos direitos dos animais e outros ativistas que pedem o fim dessas caças. Três navios estão deixando o porto para uma missão que vai durar três meses com o objetivo de capturar 43 baleias minke e 134 baleias sei, de acordo com o governo.
A nova missão acontece depois que o país começou, no domingo, uma caça baleeira anual nas margens ao Norte do Pacífico, que pretendem capturar 47 baleias minke até o fim de julho. O Japão é signatário da moratória da Comissão Baleeira Internacional sobre a caça às baleias, mas a nação se aproveita de uma lacuna na proibição, que permite a pesquisa científica letal.
O governo japonês vem tentando provar que a população de baleias é grande o bastante para sustentar um retorno à caça comercial. A pressão externa sobre o país para que dê fim à caça tem se tornado um problema espinhoso para a diplomacia do Japão.
Além disso, a demanda dos consumidores japoneses por carne de baleia diminuiu significativamente ao longo dos anos. Isso levanta um questionamento interno sobre o sentido econômico das missões baleeiras.
Em 2014, o Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas ordenou que Tóquio encerrasse sua caçada nas águas antárticas, afirmando que o projeto não atendia aos padrões científicos convencionais. O Japão cancelou sua caçada 2014-15, mas retomou o projeto no ano seguinte sob um novo programa, afirmando que seu novo plano é genuinamente científico.
A caça da Antártida tem enfrentado conflitos no alto mar entre baleeiros japoneses e ativistas de animais.



Fonte: O Globo de 14 de junho de 2017.



terça-feira, 6 de junho de 2017

Novo documentário aborda diferentes lados sobre cativeiros

Com estreia programada para 15 de junho, o documentário Inside the Tanks ("Dentro dos Tanques", se traduzido para Português, porém sem nome oficial ainda no Brasil), promete ter uma abordagem exclusiva sobre a manutenção de mamíferos marinhos em cativeiro. Nele, o Apresentador e Produtor Jonny Meah abre completamente o debate sobre o tema, dando a chance de todos os lados apresentarem seus argumentos, incluindo entrevistas aprofundadas com a Fundação The Born Free Foundation, a Dra. Ingrid Visser, o ex-treinador John Hargrove, e, em exclusividade, com o Diretor do parque francês Marineland, Jon Kershaw.

Assista ao trailer abaixo:


A estreia ocorrerá mundialmente no próximo dia 15 através do Canal Oficial Inside The Tanks no YouTube: 

O Produtor ainda está trabalhando na disponibilização de versões legendadas, mas somente em Francês, Alemão e Espanhol, à princípio.

Para saber mais, visite e curta a página do documentário no Facebook e https://www.facebook.com/InsideTheTanks/ e acompanhe as novidades também pelo Twitter @InsideTheTanks.



segunda-feira, 5 de junho de 2017

Roberto Bubas luta para libertar Kshamenk

Já citamos aqui no blog a história da Orca Kshamenk, mas o que muitos não sabem é que o guarda-fauna Roberto Bubas, agora também famoso pelo filme "O Farol das Orcas", também está envolvido em projetos de soltura da Orca.
Ele que se define como um ativista não-fundamentalista e também tem sua luta focada em libertar Kshamenk, a única Orca em cativeiro na América do Sul, que vive no Parque Mundo Marino, em San Clemente del Tuyú, na Argentina. Por esse motivo, ele se reuniu (junto ao ator que fez seu papel no filme “O Farol das Orcas”) com a governadora María Eugenia Vidal em 2016 para mais uma tentativa de apresentar o projeto e buscar apoio para a reabilitação. Segundo ele, “a orca foi capturada em 1992, e é da família das Orcas da Península Valdes”, e esclarece ainda que não pretende acabar com o parque (impactando-o de forma negativa financeiramente falando), mas transformá-lo em um centro de conhecimentos, sem animais em cativeiro.

Quer saber mais sobre Kshamenk?
Visite o link de agosto de 2012, quando pedi o apoio dos leitores do blog para que assinassem uma petição pedindo por sua libertação:
http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2012/08/conheca-kshamenk-orca-da-argentina-e.html




quinta-feira, 1 de junho de 2017

"Pequena Sereia" manchada de vermelho em nome das baleias

A estátua da Pequena Sereia, uma das marcas emblemáticas de Copenhaga e da Dinamarca, foi vandalizada esta terça-feira por manifestantes contra a caça às baleias.
Os manifestantes pintaram a estátua com tinta encarnada e escreveram na pedra à frente: “Dinamarca defende as baleias das Ilhas Faroé”.
A polícia diz que está tratando o assunto como um ato de vandalismo, mas que não tem ideia de quem foram os responsáveis.
A caça à baleia é permitida junto à costa das Ilhas Faroé, um arquipélago que pertence à Dinamarca.
A estátua da “Pequena Sereia”, figura de um conto do famoso autor dinamarquês Hans Christian Andersen, encontra-se em cima de uma rocha, junto ao mar. Já foi alvo de várias tentativas de vandalismo, incluindo dois casos de decapitação.



Fonte: Site Renascença de 30 de maio de 2017.

P. S.: A caça às baleias piloto nas Ilhas Faroé é uma das mais brutais e sangrentas. Alegando tradição, a matança ocorre com ganchos de metal e conta com a participação de crianças ainda bem pequenas. Segundo a tradição, as mortes fortalecem as crianças.