terça-feira, 26 de setembro de 2017

Orca à vista!

E mais uma vez recebemos a ilustre visita de Orcas em nosso litoral. Desta vez foi na praia do Recreio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira. Eram pelo menos sete Orcas, sendo uma delas, um filhote. Acredita-se que seu principal alimento seja arraias e provavelmente estavam a procura delas. O vídeo abaixo mostra uma delas:



No último dia 11, outras três Orcas também foram vistas por banhistas, na Barra da Tijuca: um filhote, uma fêmea e um macho que, de acordo com o Professor José Lailson do Maqua, da UERJ, visita nosso litoral de 1997



Imagens captadas pelo Rede Globo nesta manhã

Não há quem não se encante em poder observar Orcas, especialmente aqui no Brasil, onde não aparecem sempre e onde não há pesquisa e acompanhamento específico da espécie. Portanto, fiquem de olho, cariocas, é possível que continuem aparacendo para alegria de todos!




quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Novo estudo culpa tempestades solares por encalhe em massa de baleias

Li sobre a relação entre tempestadas solares e o encalhe e mortes de baleias a semana passada em sites do exterior e separei para traduzí-las e postar aqui no blog, mas acabei não tendo tempo hábil, portanto, como achei interessante e importante, vou aproveitar a reportagem da BBC divulgada pelo G1 e compartilhar com vocês:



Tempestades solares, responsáveis pelo fenômeno conhecido como aurora boreal, podem ter sido responsáveis pelo encalhe de 29 cachalotes (um tipo de baleia) em praias do Atlântico Norte no ano passado.
É o que diz um estudo de cientistas da Universidade de Kiel, na Alemanha, para quem perturbações magnéticas podem ter interferido no senso de direção das baleias e desviado o grupo para águas rasas.
Todas as cachalotes morreram. Na autópsia, cientistas ficaram intrigados com o fato de que, em sua maioria, o organismo dos animais não exibia sinais de desnutrição ou doenças. E que os cetáceos eram jovens.
Por isso, muitas teorias sobre as possíveis causas do encalhe circularam pelo meio científico. Houve quem falasse em envenenamento ou mesmo em um acidente durante busca por alimento.
Cachalotes vivem em águas profundas e de temperatura quente para moderada. Muitos grupos vivem perto do arquipélago português de Açores. Quando atingem idade de 10 a 15 anos, porém, jovens machos migram para o norte, em direção à região polar, atraídos pela grande quantidade de lulas em águas mais frias.
A viagem normalmente passa pelas costas de países europeus. No entanto, em um espaço de apenas um mês, os animais apareceram em praias alemãs, holandesas, britânicas e francesas.
Questão magnética
Os cientistas da Universidade de Kiel dizem que a chave para entender o mistério é a possibilidade de as cachalotes navegarem com auxílio do campo magnético da Terra.
O campo não é uniforme e varia de intensidade em diferentes regiões, algo que as baleias aprenderam a "ler" da mesma forma que humanos veem contornos em mapas.
Mas a percepção pode ter sido alterada por grandes tempestades solares. Essas explosões de massa do sol emitem radiação e partículas que, ao atingir a atmosfera da Terra, produzem o fenômeno conhecido como aurora boreal.
Tempestades mais intensas podem até danificar satélites. E alguns cientistas dizem ter evidência de que a atividade solar pode ter impactos no senso de direção de pássaros e abelhas.
A equipe comandada por Klaus Vanselow estudou a conexão entre encalhes de baleias e duas grandes tempestades solares ocorridas em dezembro de 2015. Elas produziram espetáculos de luzes vistos não apenas em países mais ao norte, como a Noruega, mas até na Escócia.
No entanto, também causaram distúrbios temporários de até 460 km no campo magnético de uma área entre as Ilhas de Shetland, no extremo norte do Reino Unido, e a Noruega, afirma Vanselow.
Isso pode ter confundido as baleias transitando pela região. Até porque a equipe de cientistas de Kiel suspeita que cachalotes usem o campo magnético da costa da Noruega como orientação.
"A região da aurora boreal é a que mais tem distúrbios geomagnéticos na superfície da Terra", explica Vanselow.
"Cachalotes são animais imensos e podem nadar no oceano por dias na direção errada por causa desse tipo de efeito, para só depois corrigir o curso. Mas se isso ocorre na área entre a Noruega e a Escócia, elas podem ficar presas (em águas mais rasas)."
Inexperientes
O cientista alemão acredita que, por ter crescido perto dos Açores, uma área com mínimo impacto de tempestades solares, as cachalotes têm pouca experiência com o tipo de evento que ocorre nos polos.
Apesar de a teoria ser difícil de provar, outros cientistas dizem que ela é plausível.
"É difícil dizermos que foi a causa definitiva (para os encalhes), mas pode ter sido uma das razões", diz Abbo Van Neer, biólogo da Universidade da Alemanha que fez a autópsia das 16 baleias que apareceram na costa alemã.
A Nasa (agêncial espacial dos EUA), por exemplo, também tem feito estudos sobre o impacto de tempestades solares em cetáceos ao redor do mundo, e um grupo de cientistas ligados ao projeto publicará nas próximas semanas um estudo sobre encalhes na região de Cape Cod, na costa leste americana, e tempestades geomagnéticas.
"A teoria tem credibilidade, pois estamos falando de um potencial mecanismo que pode confundir os animais", afirma Antti Pulkkinen, chefe do projeto da Nasa.
"Mas não acho que o estudo prova tudo. Nossa análise sugere que não há um único fator que contribua para isso (os encalhes)".




Fonte: G1 de 5 de setembro de 2017.



terça-feira, 12 de setembro de 2017

Após 2 meses de estranha ausência Orcas Residentes do Sul reaparecem

Elas finalmente voltaram! Pela primeira vez em mais de dois meses, as Orcas Residentes do Sul retornaram às águas do chamado Salish Sea, regiões costeiras que incluem a porção sudoeste da província canadense da Colúmbia Britânica e a parte noroeste do estado de Washington dos Estados Unidos. E por que isso é tão relevante? Porque o normal é que elas passem um longo período todos os anos, que compreende de março a setembro, na região por conta da abundância do salmão (chinook, seu principal alimento) nesta época do ano. E isso estranhamente não ocorreu este ano. Essa famosa população de Orcas, citada frequentemente por aqui, foi nomeada Residente pelo Dr. Mike Bigg, pioneiro no estudo sobre Orcas na década de 1970, justamente por sua frequente ocorrência nesse habitat. Por isso, o fato chamou a atenção dos pesquisadores.
Durante esta ausência, por várias vezes pensaram que elas estavam de volta, mas acabavam sempre concluindo que se tratava de Orcas Transeuntes. Somente a semana passada, dia 04, Mark Malleston (da equipe do Center for Whale Research) confirmou que baleias avistadas a oeste do Farol de Sheringham eram realmente as Residentes!
A primeira delas a ser identificada foi a J19, que parece ter se tornado a líder do pod depois da morte da J2, a famosa Granny (já divulgado por aqui) no final de 2015. Aos poucos foram aparecendo os demais pods, o K, e em seguida o L, que estava um pouco mais para trás. Quando passaram em frente ao Center for Whale Research, que fica em Sam Juan Island, seus fotógrafos já haviam feito 3500 registros e conseguido identificar e documentar as 24 Orcas do pod J, as 18 do pod K e 22 do pod L. Faltaram apenas 13 Orcas do pod L, mas isso não gerou preocupação por pertencerem ao que podemos chamar “outra parte da família” liderada por outra matriarca.

Orca Residente L113 exibindo plena forma no último dia 4.
Imagem da Melisa Pinnow do Center for Whale Research

Todas as Orcas observadas naquele dia aparentaram boas condições de saúde, apenas relataram que as mais jovens poderiam ter crescido mais neste período, provavelmente por má nutrição por conta da notável escassez de salmão desses últimos anos.