terça-feira, 31 de julho de 2018

Baleia resgatada há 15 anos reaparece no litoral de SC com filhote albino

Uma baleia-franca que tinha sido resgatada havia 15 anos em Laguna, no Sul catarinense, reapareceu no litoral do estado com um filhote albino. A mãe e o filhote foram vistos no litoral na temporada passada, mas descoberta de que era a mesma fêmea foi feita este ano pelo Projeto Baleia Franca.
Em 2003, a baleia entrou no canal dos molhes e ficou presa em um banco de areia na Lagoa Santa Marta. Ela foi rebocada até o mar 30 horas depois. Segundo os pesquisadores, ela deve ter desmamado e se perdido da mãe.



Calosidades
Os pesquisadores conseguem distinguir as baleias da espécie franca pelas calosidades que elas têm na cabeça. São calos mesmo, uma pele mais grossa, e em cada uma as manchas são diferentes. Por isso, elas são são como impressões digitais desses animais.
Porém, em 2003 não foi possível fazer uma foto aérea da cabeça do animal encalhado. Mas a baleia tinha uma outra particularidade que chamou a atenção dos pesquisadores: uma mancha cinza no corpo, que não é muito comum.
Quando a bióloga do projeto Karina Groch pegou o material da temporada passada para analisar, descobriu que o filhote resgatado em 2003 voltou em 2017 com um filhote albino. O nome escolhido para a nova mamãe foi "Sunset", pôr do sol em inglês, porque o resgate ocorreu em um fim de tarde.
Como a baleia foi resgatada em 31 de julho, o projeto quer que essa data se torno o Dia Nacional da Baleia Franca. "A ideia depois é oficializar, propor que seja feito um projeto de lei e um decreto que institua oficialmente no Brasil esta data", afirmou a bióloga.

Mais filhotes semi-albinos
Esses animais vêm todo ano para o litoral catarinense. As baleias costumam aparecer entre julho e novembro para dar à luz e amamentar os filhotes. Neste ano, muitos exemplares já foram vistos, especialmente na região de Imbituba.
Duas baleias-francas com filhotes semi-albinos já apareceram nesta temporada no litoral catarinense. Uma dupla foi vista nesta terça em Imbituba, no Sul.



FONTE: G1 de 31 de julho de 2018.

domingo, 29 de julho de 2018

Baleias jubarte estão se aproximando do litoral norte de São Paulo

As baleias jubarte estão se aproximando em um número anormal no litoral norte de São Paulo e pesquisadores não sabem exatamente o porquê. Só nos últimos 30 dias, mais de 50 foram vistas ao largo de Ilhabela, criando um misto de euforia e preocupação entre ambientalistas, por causa do alto risco de colisão com barcos e redes de pesca na região.
Os números são de Julio Cardoso, ambientalista e fundador do Projeto Baleia à Vista, que há 15 anos monitora a presença de cetáceos – baleias e golfinhos – nas águas de Ilhabela e São Sebastião. “É um comportamento inédito. As jubartes estão descobrindo a região”, diz. Entre 2004 e 2015, ele passou mais de 2,3 mil horas no mar e topou com apenas seis jubartes. De 2016 até agora, já foram 66, e a temporada está só começando. “O aumento é real e significativo”, garante.
As jubartes do Atlântico Sul têm um comportamento migratório bem conhecido: elas passam o verão se alimentando nas águas geladas da Antártida e depois sobem em direção aos trópicos, para passar o inverno descansando, namorando e cuidando da família nas águas quentes e confortáveis da região dos Abrolhos, entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. Mas elas não sobem pela costa Normalmente, só se aproximam do litoral do Rio de Janeiro para cima, e por isso quase nunca são vistas (ou eram vistas) em São Paulo.
Especialistas acreditam que essa nova presença no litoral paulista esteja associada a dois fatores. O primeiro é o aumento da população de jubartes, que vem crescendo no Brasil a uma taxa de 12% ao ano, segundo dados de monitoramento do Projeto Baleia Jubarte (PBJ).
Em 2015, ano do último censo do projeto, a estimativa era de 17 mil baleias, comparado a pouco mais de 2 mil em 2001; e a expectativa é de que esse número passe dos 20 mil agora, segundo o coordenador de Pesquisa do PBJ, Milton Marcondes.
Como há mais baleias no mar, faz sentido que haja mais avistamentos, argumenta ele. Mas o que estaria as induzindo a se aproximar mais da costa nesses últimos anos? É aí que entra o segundo fator.
Pesquisas indicam que houve uma diminuição da quantidade de krill (o principal alimento da jubartes) nas águas da Antártida entre 2015 e 2016, causada por fatores climáticos. E foi justamente nesses anos que a “anomalia” de baleias começou na costa brasileira.
Em 2015, segundo Marcondes, as jubartes chegaram um pouco mais cedo em Abrolhos e foram embora muito antes do que o normal – em setembro, em vez de outubro ou novembro. Em 2016, uma grande parte das baleias nem chegou à Bahia, e houve um “boom” de encalhes no litoral paulista (26, comparado a uma média de 2 ou 3 em anos anteriores).

Alimentação
A hipótese, portanto, é que as baleias tenham chegado à costa brasileira ainda com fome, por causa da redução da oferta de alimento na Antártida, agravada pelo aumento populacional da espécie. “Quando a população era de 3 mil jubartes, tinha alimento para todo mundo. Agora, se há uma oscilação na disponibilidade de krill, tem baleia que vai passar fome”, avalia Marcondes.
Nesse caso, elas estariam se aproximando da costa atraídas pelas águas mais frias do Sul e Sudeste, onde a oferta de alimentos para elas é bem maior do que nas águas quentes de Abrolhos.
Resta saber se isso é uma anomalia passageira, ou uma nova tendência que veio para ficar. “Acho que a observação de baleias vai ser cada vez mais frequente em São Paulo”, aposta Marcondes.
Cardoso também acha que elas vieram para ficar. O comportamento, segundo ele, é claramente de animais que estão se alimentando. Anteriormente isoladas, elas agora aparecem em grupos. “Não são baleias perdidas. Elas estão vindo para cá com um propósito.”

Riscos
O aumento da presença de baleias no litoral paulista pode ser bom para o turismo e a educação ambiental, mas também oferece riscos, tanto para os cetáceos quanto para as pessoas. O risco de colisão com embarcações é grande, e é comum as baleias se enroscarem em redes de pesca, resultando em risco de vida para elas e em prejuízos econômicos para os pescadores.
“Vamos ter de aprender a conviver com as baleias e minimizar esses conflitos”, diz Julio Cardoso, do Projeto Baleia à Vista. As jubartes não são a única espécie em risco. Nesta semana ele fotografou uma baleia franca com filhote, e a mãe tinha uma rede de pesca enroscada na cabeça. Baleias bryde e orcas também ocorrem na região.



FONTE: Site rapidonoar de 25 de julho de 2018.



sábado, 28 de julho de 2018

Orca carrega filhote morto há 4 dias

Há quatro dias...

Sim, há QUATRO dias uma Orca "carrega" seu filhote morto
pelas águas do Noroeste americano...




Foi com imensa tristeza que o Center for Whale Research (uma das principais entidades de pesquisa sobre Orcas e demais cetáceos na região do estado de Washington, nos EUA) comunicou o nascimento e a morte de um filhote de Orca Residente do Sul perto de Victoria, Colúmbia Britânica, no Canadá, em 24 de julho.
A recém-nascida foi vista viva e nadando com sua mãe, identificada como J35, e demais membros do pod J perto de Clover Point, na costa de Victoria, no meio da manhã. Uma equipe do Center for Whale Research estava na área do Estreito de Haro e registrou o nascimento assim que ocorreu.
No entanto, quando outra equipe foi ao encontro do grupo para efetuar mais registros, o filhote já estava morto... Seu pequeno corpo estava afundando e a mãe ficava repetidamente o impulsionado para a superfície e o empurrado com a testa em meio ao mar agitado. Ela continuou fazendo isso até o por do sol do mesmo dia...
Uma moradora da ilha San Juan, local para onde o pod se deslocou com o filhote, contou o que viu: “Quando o sol estava se pondo, um grupo de cinco ou seis fêmeas se reuniu no centro da enseada formando um pequeno círculo, permanecendo na superfície em um harmonioso movimento circular por quase 2 horas. Quando foi escurecendo, pude observá-las ainda nesse movimento que parecia ser um ritual, uma cerimônia. Elas ficaram centralizadas bem abaixo do círculo formado pela luz da lua, mesmo quando se moviam. Estava muito escuro para ver se o filhote ainda estava sendo mantido na superfície. Foi triste e especial testemunhar esse comportamento. Sinto muito pela J35 e seu lindo bebê.”
Ao final do dia 25, J35 ainda estava empurrando o filhote morto pelas águas canadenses...
É comum ver Orcas e golfinhos carregando seus filhotes mortos por até uma semana, prova incontestável de carinho e de um vínculo materno incrivelmente forte.
A orca recém-nascida não receberá uma designação alfanumérica como membro da população das Residentes do Sul (também chamadas pela sigla em Inglês SRKW – Southern Residents Killer Whales) porque não sobreviveu tempo suficiente para demonstrar sua viabilidade.
Lamentavelmente, aproximadamente 75% dos recém-nascidos nas últimas duas décadas após a designação dessa população como espécie ameaçada não sobreviveram e 100% das gestações nos últimos três anos não produziram descendentes viáveis. Elas já receberam destaque em órgãos governamentais de pesquisa e controle como espécie com ameaça iminente de extinção.
Vários grupos se manifestaram esta semana alegando que a perda deste filhote exalta a urgente necessidade de ações para salvá-las.
O governador de Washington, Jay Inslee, assinou uma ordem executiva em março, ordenando que agências estatais tomassem medidas imediatas para ajudar as Orcas, além de ter formado uma equipe que está se reunindo desde maio para analisar a situação e apresentar recomendações até o final deste ano.
“A morte desse filhote é um lembrete devastador da urgência que enfrentamos ao salvar esses animais tão especiais”, escreveu o porta-voz do governador, Jaime Smith, por e-mail.
Até a noite de ontem, relatos da região dão conta de que a J35 continua carregando o filhote, mesmo demonstrando imenso cansaço. Sua respiração quando vem à tona está mais longa e profunda, e tudo indica que está sendo alimentada pelos outros membros do pod já que ela não parou para pegar nenhum peixe.
Pesquisadores que acompanham sua luta já disseram que não desistirão enquanto ela também não desistir...