quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Orcas avós auxiliam na sobrevivência de seus netos

Pesquisas mostram que Orcas avós que já passaram da menopausa melhoram as chances de sobrevivência de seus netos. Acredita-se que isto ocorra, pois, por já serem incapazes de gerarem filhotes, podem concentrar suas energias e recursos no auxílio dos pequenos.
Em tempos de escassez de alimentos, a equipe de pesquisa descobriu que as Orcas-avós tinham um papel importante na alimentação dos filhotes, e que elas, por serem mais experientes, desenvolvem um papel importante de liderança para o pod também na busca de alimentos.
Um dos autores do estudo, o Dr. Dan Franks, do Departamento de Biologia da Universidade de York, disse: “O estudo sugere que as avós reprodutoras não são capazes de fornecer o mesmo nível de apoio que as que não se reproduzem mais. Isso significa que a evolução da menopausa aumentou a capacidade da avó de ajudar seus netos. A morte de uma “avó pós-menopausa” pode ter repercussões importantes para o seu grupo familiar. Esta ocorrência deve ser tratada com a importância devida ao avaliar o futuro dessas populações.” Ele afirmou ainda que, “À medida que a oferta de salmão declinar, é provável que as avós se tornem ainda mais importantes para essas populações”.
A equipe desta pesquisa foi composta por cientistas das Universidades de York e de Exeter, ambas no Reino Unido; do Center for Whales Research, dos EUA, e da Fisheries and Oceans, do Canadá. Foram analisados os dados coletados ao longo de 36 anos nas duas populações de Orcas acompanhadas pelo Center for Whales Research e pelo Fisheries and Oceans que vivem na costa noroeste do Pacífico do Canadá e nos EUA.
O principal autor da pesquisa, Dr. Stuart Nattrass, da Universidade de York, acrescentou: “As descobertas ajudam a explicar fatores que estão impulsionando a sobrevivência e o sucesso reprodutivo das baleias, que são informações essenciais, dado que as Orcas Residentes do Sul, uma das populações em estudo, estão na lista de animais ameaçados e em risco de extinção. Acreditamos que quando as avós reprodutoras estão apoiando seus próprios filhotes, seus padrões de movimento e atividade são restritos e não são capazes de fornecer apoio e liderança da mesma maneira que as fêmeas na pós-menopausa, ou seja, elas teriam menos tempo”. Ele acrescentou ainda que “atualmente, estamos realizando estudos observacionais com drones para estudar diretamente o comportamento de ajuda entre membros do pod”.





quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

50 anos da captura da Corky

"Conte. 50. Cinqüenta. Nos dedos da sua mão. Leva um tempo. Pense nisso. Pense em cada um representando um ano perdido na vida da Corky: 365 dias circulando e girando e girando e girando em torno de seu tanque até ficar tonta, longe de todos os sons que fizeram dela uma Orca, um ser com uma incrível percepção de som e espaço; afastada de uma linhagem familiar que se estende por gerações que vão além da última Era Glacial; inimaginavelmente privada de tudo o que ela e suas semelhantes dependem para existir.
Na semana passada, fui com a Helena à Pender Harbor, em Sunshine Coast, ao norte de Vancouver, para encontrar o Sonny Reid, pescador que capturou Corky no dia 11 de dezembro de 1969. Nós não nos víamos desde aquela época. Temos a mesma idade. Ele lembrava de mim mais alto. Um homem atarracado e resignado, Sonny viveu a vida toda em Pender Harbor. A captura das Orcas foi acidental; ele ganhou dinheiro, mas não muito; ele pescava salmão e arenque antes de ambas as pescas fracassarem. Ele está aposentado agora e como vendeu o barco não pesca mais, mas vagueia até o porto no Madeira Park quase todos os dias e se lembra das capturas como se fossem ontem. Ouvi dizer que ele havia mudado de ideia sobre o tema. Nosso encontro foi calmo e a conversa tranquila. Para mim, o momento mais pungente foi quando perguntei a Sonny quando ele havia mudado de ideia. Ele ficou pensativo por um momento e depois me disse que aconteceu no cais em que estávamos, quando as Orcas estavam sendo transferidas para caminhões para serem levadas. Ele as ouviu chorar. Naquele momento, ele entendeu o que havia feito e desejou poder devolvê-las. Mas não podia, é claro.

Agora, há outra chance para Corky. Um santuário está sendo preparado para ela em Double Bay, na ilha Hanson, não muito longe do OrcaLab e de Dong Chong Bay, onde Springer foi devolvida à família em 2002. Lá, a Corky será tratada por pessoas que conhece bem, funcionários do SeaWorld. Ela vai nadar na água do oceano novamente e, embora ainda esteja confinada, sua família poderá visitá-la. O que acontecerá após o reencontro é desconhecido. É claro que existem desafios à frente, sendo o principal deles a cooperação do SeaWorld, o que é possível e o que acredito que irá acontecer.

Enquanto a Corky entra no seu 51º ano longe da família e do oceano em que nasceu, acenderemos uma vela para ela. Convidamos você a fazer o mesmo."


Paul Spong, Orca Lab

11 de dezembro de 2019



terça-feira, 17 de dezembro de 2019

População de baleia jubarte sobe de 450 para 25 mil

A proibição da caça a baleia em várias partes do mundo deu certo. Uma nova pesquisa mostra que a população de baleias jubarte – que estavam em extinção – saltou de 450 para 25 mil no Atlântico Sul nas últimas décadas. O levantamento internacional foi feito em co-autoria por Grant Adams, John Best e André Punt, da Escola de Ciências Aquáticas e daPesca da Universidade de Washington, nos EUA.
No litoral do Brasil, mais precisamente, elas saltaram de 400 para 17 mil em 60 anos, de acordo com o Senso 2019 do Projeto Baleia Jubarte, uma ONG que existe desde 1988 e sobrevoa o Oceano Atlântico para fazer a contagem dos mamíferos.



Motivo
A quantidade dessas baleias – chamadas cientificamente de Megaptera novaeangliae – aumentou graças a medidas de proteção implementadas na década de 1960, quando os cientistas perceberam que as populações estavam em declínio.
Anos depois, na década de 1980, a Comissão Internacional da Baleia emitiu uma alerta de repressão a caça, oferecendo mais salvaguardas a elas. O resultado é que essa nova estimativa de 25 mil animais está próxima dos números que existiam antes da época em que era permitido caçar baleias no Atlântico. “Fomos agradavelmente surpreendidos pelo retorno. Estudos anteriores não sugeriram que as baleias jubarte nessa região estavam indo bem ”, disse John Best ao portal Good News Network.

O estudo
O estudo, publicado no mês passado na revista Royal Society Open Science , rejeita avaliação anterior realizada pela Comissão Internacional da Baleia, entre 2006 e 2015, que indicava que a população havia recuperado apenas cerca de 30% de seus números anteriores à exploração. Desde que a avaliação foi concluída, novos dados vieram à tona, fornecendo informações mais precisas sobre capturas, genética e histórico de vida. O estudo incorporou registros detalhados da indústria baleeira no início da exploração comercial, enquanto as estimativas atuais da população são feitas a partir de uma combinação de pesquisas aéreas e navais, juntamente com técnicas avançadas de modelagem. Os autores preveem que o modelo construído para este estudo possa ser usado para determinar a recuperação da população em outras espécies em mais detalhes também.

A recuperação
O autor principal Alex Zerbini, do Instituto Conjunto para o Estudo da Atmosfera e do Oceano da Universidade de Washington, diz que essas descobertas são uma notícia boa, um exemplo de como uma espécie em extinção pode voltar da quase extinção. “As populações de animais selvagens podem se recuperar da exploração se o manejo adequado for aplicado”, disse Zerbini , que concluiu o trabalho no laboratório de mamíferos marinhos do NOAA Alaska Fisheries Science Center.
O estudo também analisa como o renascimento das jubarte do Atlântico Sul pode ter impactos no ecossistema. As baleias competem com outros predadores, como pinguins e focas, pelo krill – uma espécie de camarão – sua principal fonte de alimento.



Fonte: Site Só Noticia Boa