Carinhosamente chamado pelos socorristas de Toa, o filhote de Orca que passou treze dias separado de seu pod sob cuidados de diversos voluntários e equipes de resgate, não resistiu e morreu nesta sexta-feira na Nova Zelândia.
Representantes do Whale Rescue informaram que a morte correu após repentina piora no seu estado de saúde, mesmo após os esforços por parte dos veterinários de plantão no local. Toa, conforme informado em postagem anterior, tinha entre quatro e seis meses de idade e teve que ser monitorado 24h por dia desde que foi encontrado por um adolescente encalhado numa praia.
|
Imagem: 1 News |
No dia anterior, Toa havia sido transferido de volta para um cercado na baía após ter permanecido por alguns dias num tanque em terra devido às más condições climáticas que pioraram as condições da água da baía por conta da poluição. Essa decisão foi tomada porque o Toa estava com ferimentos nas nadadeiras peitorais e caudal, além de uma vista inflamada, problemas que poderiam melhorar mais rapidamente se estivesse em ambiente marinho e de maior profundidade.
No início desta semana, a bióloga marinha da Massey University, a Professora Karen Stockin, disse em entrevista que estavam fazendo todo o possível para priorizar sua sobrevivência, mas que havia uma obrigação ética de considerar todos os aspectos de sua vida. Por sorte (como sempre defendeu o blog), a opção de cativeiro nunca seria considerada pelos neozelandeses. Num realista depoimento, ela afirmou: “Num contexto internacional, um animal assim tão jovem, teria apenas duas perspectivas: uma vida inteira em cativeiro ou, tristemente, a eutanásia e, compreensivelmente, ambas as opções não são aceitáveis para nós na Nova Zelândia, que estamos fazendo tudo ao nosso alcance para tentar chegar num final feliz, mas o tempo está se esgotando.”
E foi o que ocorreu: o tempo se esgotou... Mas felizmente, da maneira mais natural possível. A natureza seguiu seu curso. Mesmo que ele suportasse mais alguns dias e fosse reunido ao pod, não se sabe como o estresse sofrido e o prolongado contato humano poderia afetá-lo. De fato, foi uma situação sem precedentes na história.
Apesar do Toa ter apresentado boa saúde durante todo este período, por volta das 19:30 de ontem, começou a apresentar sinais de que não estava bem, diminuindo a movimentação e a respiração. Chegaram a considerar a eutanásia, mas em menos de uma hora, ele faleceu.
Hoje, ao final da tarde, Toa foi enterrado ao por do sol em Ngāti.
Em comunicado, Ian Angus, representante do Departamento de Conservação, disse: “A vida do Toa pode ter chegado ao fim, mas sua história permanece”.