Os repórteres do Jornal Hoje acompanharam uma expedição de ambientalistas que pesquisam as baleias jubarte no Brasil. Elas acabam de sair da lista de animais ameaçados de extinção no país. Confira no vídeo acima imagens inéditas e sensacionais que revelam como se comportam esses animais.
É no litoral brasileiro que a vida das jubartes, que chegam a pesar 40 toneladas e a medir 16 metros, se renova. Durante séculos, baleias de todas as espécies foram implacavelmente caçadas. No século passado, uma grande frota de navios-fábrica perseguiu as sobreviventes em busca de sua carne. As jubartes quase desapareceram.
Em 1986, quando a Comissão Baleeira Internacional proibiu a caça comercial, havia menos de mil baleias dessa espécie no país. A estimativa é do Instituto Baleia Jubarte, que há 18 anos estuda e protege essas gigantes.
No Arquipélago de Abrolhos, na Bahia, fica o mais importante local de reprodução da espécie no Atlântico Sul. “É um ambiente de recife de coral, com águas rasas, aquecidas. São condições ideais para o filhote que acabou de nascer sem a presença de predadores", explica Milton Marcones, diretor de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte.
As jubartes passam o verão próximo às ilhas Sandwich e Geórgia do Sul. É lá que elas se alimentam até acumular uma grossa camada de gordura, que protege do frio e dá forças para enfrentar a viagem de mais de quatro mil quilômetros até o Brasil. Umas vêm acasalar, outras para ter seus filhotes.
Normalmente, as baleias ficam em pequenos grupos de dois ou três indivíduos. Quando se vê mais do que isso, provavelmente, são machos disputando a fêmea. Os machos batem as nadadeiras, saltam e até cantam para seduzir uma parceira.
O pesquisador João Paulo Gravina, que estuda o temperamento das baleias, decidiu usar um drone para captar imagens: "Olhando de cima, a gente pode ver os animais mudando de direção, as estratégias que eles usam em abrir nadadeira para poder frear bruscamente”.
Entre os flagrantes do pesquisador está uma imagem que mostra que, na disputa pela fêmea, um macho dá uma cabeçada em outro. É a lei do mais forte, mas quando a fêmea escolhe seu par, o outro macho aceita e segue seu caminho.
As baleias que têm os filhotes ficam na Bahia até o fim da temporada, são as últimas a partir. É pra que dê tempo do filhote crescer, desenvolver a musculatura, a habilidade para nadar e também acumular energia para ir para as áreas de alimentação. É a mãe, protegendo, cuidando do seu filhote.
As baleinhas nascem com até quatro metros e pesando uma tonelada, mamam até os 10 meses. A amamentação é diferente: as mães soltam no mar o leite, de alto teor de gordura.
O filhote percebe a mancha na água e engole.
As jubartes são mãezonas e só se separam da cria um ano depois do nascimento, quando voltam a Abrolhos e o filhote já sabe se alimentar e conhece a rota de migração. Ele se torna, então, mais um adolescente capaz de sobreviver no oceano.
Fonte: G1 de 29 de outubro de 2014
P.S.: Assista às incríveis imagens da reportagem no link abaixo:
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