Uma pena esta ter que ser a primeira postagem do ano, mas infelizmente a notícia tem que ser dada. Mais uma vez a batalha contra o cativeiro de uma Orca tão amada é perdida.
Na última sexta-feira, um tribunal de apelação de Miami rejeitou o pedido do PETA - People for the Ethical Treatment of Animals para soltura da Orca Lolita que vive há quase meio século aprisionada. Por 3 votos a 0, alegaram que a conclusão de que as condições do cativeiro da Lolita representam uma ameaça de sérios danos à ela não se sustenta. A decisão apenas confirmou o que já havia sido definido anteriormente ao recurso, cujo processo se estende desde julho de 2015, dois meses depois que o National Marine Fisheries Service classificou a família de Orcas a qual Lolita pertence como espécie ameaçada de extinção (conforme já publicado no blog anos atrás).
O PETA disse que poderá entrar com novo recurso já que a decisão ignora o atual sentimento público referente ao sofrimento de Orcas mantidas em cativeiro. "Esta decisão sentencia esta Orca altamente inteligente, extremamente solitária e sofrida a uma vida de danos físicos e psicológicos, confinada a uma minúscula área de concreto sem família, amigos ou liberdade", disse Jared Goodman, Diretor de Direito Animal do PETA.
Os críticos levantaram 13 objeções ao seu cativeiro, incluindo o pequeno tamanho do tanque, a falta de companhia de outra Orca desde a morte há 38 anos do Hugo, o estresse e as lesões causadas pelos golfinhos com quem ela mora atualmente e o tratamento inadequado por parte do pessoal da Seaquarium.
Um ponto importante (e pouco divulgado) sobre esta triste decisão é que o Tribunal acredita que aceitando este conceito “expansivo” sobre o que seria considerado danos ao animal em questão poderia afetar a regulamentação que garante o tratamento humanizado de animais de cativeiro usados para exibição e pesquisa. Ou seja, é possível concluirmos que uma decisão pela soltura poderia abrir precedentes para muitos processos envolvendo outros animais, o que provavelmente não agradaria muitos e geraria diversas polêmicas.
Lolita, capturada em 1970, tem cerca de 6 metros de comprimento e pesa cerca 3,5 toneladas e tem sido uma das principais atrações do parque.
O Seaquarium não comentou a decisão.
A triste notícia e que nos faz diminuir cada vez mais as esperanças para que Orcas como a Lolita possam viver tranquilas em santuários veio após nove dias que Bob Barker, ex-apresentador do programa “The Price Is Right” e defensor dos direitos dos animais, pediu a liberdade da Lolita em um vídeo publicado pelo PETA no Twitter.
Lolita, como já mostrado aqui no blog nunca se esqueceu de sua família. Um vídeo mostra sua reação após décadas de cativeiro reagindo aos sons emitidos por Orcas de seu pod. É de arrepiar. Acredito que se os juízes que definiram seu futuro tivessem assistido a tais imagens talvez tivessem tomado outra decisão.
P.S. para novos leitores: Apesar de ser contra cativeiros de Orcas, o blog não defende que elas sejam simplesmente “soltas” no mar, mas que, quando possível (considerando dezenas de fatores como saúde, habilidades, espécie, local, comunicação, etc.), e desde que respeitando uma série de pré-requisitos estabelecidos pelos maiores especialistas do mundo na área, elas possam ser adaptadas para uma vida em santuários construídos em enseadas. E, nos casos em que fosse possível, reabilitadas para soltura junto a seus familiares.
P.S.: Há muito sobre a Lolita aqui no blog. Faça uma busca no campo ao lado e saiba mais!
Alguma notícia mais atualizada sobre a Lolita?
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