Em tempos nunca antes imaginados de isolamento social, quando a maioria absoluta de nós sentiu a angústia, o medo, as inseguranças do desconhecido, e pelo fato de termos tido que nos afastar da nossa rotina diária, trabalho, escola, da nossa família e amigos, e de tudo que considerávamos “normal”, mesmo que no conforto do nosso lar, pudemos sentir na pele quão ruim é viver afastado de tudo e de todos. Talvez este seja um momento mais que propício para não só nos colocarmos no lugar do próximo “humano”, mas também dos animais. E dos milhões que em todo o mundo foram retirados de seu habitat, colocados em ambientes artificiais e desprovidos de tudo que lhes era normal e importante, apenas para nós humanos podermos apreciá-los no momento que “quiséssemos” (e para alguns, faturar). Estamos nessa pandemia há pouco mais de quatro meses e já sentimos as consequências... emocionais e físicas do confinamento... Nossa saúde e nosso ânimo deterioraram... Sabemos bem quanto deixamos de viver nesse período mesmo sabendo que o fizemos por um bem maior... pela saúde de todos... E, mais uma vez, lembrando, por apenas pouco mais de quatro meses... Ou seja, como nunca, talvez consigamos sentir no coração, nem que seja por um segundo, o que representam estes CINQUENTA ANOS!
Segue tradução da legenda (caso não esteja visualizando o vídeo, clique no seguinte link - https://youtu.be/KuoA2WvYZ7I ):
"Em 8 de agosto de 1970...
Uma família de Orcas brincava nas águas do estado de Washington, nos Estados Unidos, até que foram perseguidas até uma enseada. Seus captores as encurralaram usando explosivos ensurdecedores. Os filhotes foram separados das mães, capturados por redes e retirados do oceano. Um deles, fêmea, foi levado para o Miami Seaquarium, na Flórida. Eles a chamaram de Lolita. Ela acabou virando colega de tanque da Orca Hugo, que havia sido capturado na mesma região dois anos antes. Ambos se apresentaram juntos por alguns anos neste pequeno tanque. O Hugo se machucava repetidamente batendo a cabeça nas bordas do tanque. No dia 4 de março de 1980, ele morreu de aneurisma cerebral durante uma dessas ocorrências. Seu corpo foi jogado numa aterro. A Lolita nunca mais viu outra Orca. Ela circula seu tanque desde então, privada das conexões sociais tão comuns de sua espécie. Sua vida se resume a desempenhar truques para o público dia após dia. Depois dos “shows”, ela apenas boia impossibilitada de fazer qualquer outra coisa que não seja rodear as paredes do tanque.
A Lolita está completando 50 anos de cativeiro. Os chamados de sua família e as sensações do oceano não passam de uma lembrança remota. Sua existência no Miami Seaquarium é vazia e distante da verdadeira majestade e da beleza que uma Orca possui. É dessa forma que ela e outras Orcas deveriam viver?
A Lolita também é conhecida por Tokitae, que significa “belo dia, lindas cores” na costa noroeste do Pacífico.
É hora de ela viver a visão de seu nome. É hora de ela descansar num santuário.”
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