Enquanto o governo russo não se decide sobre como atuar com relação à "prisão de baleias", como foi chamada desde novembro quando imagens de drones denunciaram o problema ao mundo, Orcas e belugas seguem presas em condições pavorosas, conforme detalhado por veterinários de organizações não governamentais. Os cetáceos, a maioria filhotes, estão praticamente morrendo congelados e não há perspectiva real de soltura até o momento.
A convite das autoridades russas, em visita ao local, veterinários revelaram que os funcionários da "prisão" precisam ficar constantemente quebrando o gelo que se forma na superfície dos cercados para possibilitar que os animais venham a superfície para respirar. As belugas estão "acostumadas a viver no gelo", diz à National Geographic Dmitry Lisitsyn, chefe da Sakhalin Environment Watch, "mas não estão acostumadas a ficar aglomeradas em um espaço de 12 por 10 metros com pessoas acima delas usando ferramentas a todo momento". Quinze das belugas são filhotes.
"É ainda pior para as Orcas", completou ele, pois embora elas estejam condicionadas a viver em águas frias, normalmente migram para o sul durante o inverno. Várias Orcas apresentam lesões de pele e em torno de suas barbatanas dorsais que podem ter sido causadas pelo congelamento devido à exposição ao frio prolongado, infecções bacterianas ou fúngicas decorrente da água estagnada, ou mesmo por conta de um conjunto desses fatores.
Há dez dias, três ONGs, incluindo a Sakhalin Watch, entraram com uma ação contra três agências do governo, alegando que, sob a lei russa, elas são obrigadas a confiscar animais silvestres de origem ilegal e devolvê-los ao seu habitat. "O estado é o dono legítimo dos animais e deve devolvê-los à natureza". Pedidos de soltura e ofertas de apoio para esse processo também foram realizados pelo ambientalista francês Jean-Michel Cousteau e três outros líderes do Keiko/Free Willy Project, que, com sucesso devolveram Keiko às águas islandesas.
De acordo com uma reportagem da National Geographic, uma das quatro empresas que reivindica a propriedade dos animais, Bely Kit, diz que capturou as Orcas e as belugas de forma legal e pretende vender os animais a aquários na Rússia e no exterior ainda este ano. A empresa não os libertaria na natureza a menos que fosse ordenado pela justiça.
Duas das outras empresas, a Afalina e a Oceanarium DV, disseram à imprensa local que também estão de acordo com a legislação. A quarta empresa, Sochi Dolphinarium, não respondeu ao contato da imprensa.
Somente na última quinta-feira, 7 de fevereiro, a repercussão do caso na mídia internacional fez com que as autoridades russas tomassem medidas para por fim ao sofrimento das baleias. “Os investigadores tomarão de imediato medidas abrangentes para devolver todos os mamíferos marinhos ao seu habitat”, anunciaram em comunicado, garantindo que as empresas respondam por crime de maus tratos aos animais. No entanto, essas medidas ainda não estão claras.
Seja como for, é preciso que algo seja feito e logo... Antes que seja tarde demais. Alguns sites de notícias informaram que na última visita dos veterinários, três das Orcas não foram vistas e não sabem dizer se morreram. Vejam quão terríveis são as imagens abaixo. É possível observar o comportamento agitado das belugas, as fortes vocalizações entre todos os animais, bem como a dificuldade de locomoção das pequenas Orcas:
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