Um estudo publicado a semana passada mostra níveis extremamente altos de contaminantes em Orcas na Noruega. Os pesquisadores identificaram novos tipos de retardadores de chama que se acumulam nos tecidos das Orcas e são transmitidos para os filhotes que estejam amamentando.
— O estudo traz uma nova visão sobre como os predadores de topo são afetados por contaminantes desconhecidos. — escreveram os autores do estudo — Pouco se sabe sobre a presença ou a movimentação de novos contaminantes ainda não regulamentados nesses animais. O objetivo do presente estudo foi conduzir uma primeira triagem tanto de substâncias mais antigas quanto das mais novas em vários tecidos de Orcas na Noruega, além de investigar a partição de tecido e a transferência materna.
A gordura analisada foi coletada de oito Orcas, tecidos musculares de mais cinco delas e, o rim, o fígado, o coração e o baço de uma recém-nascida entre os anos de 2015 e 2017. Além dos retardadores de chama, os especialistas detectaram substâncias chamadas de perfluoroalquil (PFAS) em Orcas adultas. As PFAS têm sido frequentemente associadas a efeitos reprodutivos e endócrinos em animais selvagens.
Também foram encontrados na gordura de sete das oito Orcas avaliadas bifenilos policlorados (PCBs) em níveis que excedem o limite proposto para efeitos toxicológicos em mamíferos marinhos. Lembrando que a fabricação de PCBs foi proibida em 1979.
Foto: Felix Odell |
Predadores importantes como as Orcas são considerados espécies sentinela para a saúde do ecossistema marinho, e, infelizmente, muitas populações estão em risco devido aos efeitos nocivos dos poluentes que persistem na natureza, como já citado diversas vezes aqui no blog também sobre as Orcas do Pacífico.
— Os níveis de poluentes nos principais predadores nos dão não só uma indicação da saúde do ecossistema, mas também da persistência de produtos químicos, mobilidade passiva no ambiente e biotransporte ativo com animais em migração. Esses resultados são relevantes para o monitoramento ambiental contínuo de contaminantes no Ártico.
O estudo chamado de High Levels of Legacy and Emerging Contaminants in Killer Whales (Orcinus orca) from Norway, 2015 to 2017 foi publicado pelos pesquisadores Clare Andvik, Eve Jourdain, Jan L. Lyche, Richard Karoliussen e Katrine Borgå na Society of Environmental Toxicology and Chemistry dia 18 de 2021 e pode ser lido no link abaixo:
https://setac.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/etc.5064
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