Uma das coisas mais gratificantes que me ocorreram desde que iniciei o blog em 2011 foram os inúmeros e-mails que recebi de leitores para agradecerem pela iniciativa e para dividirem comigo o amor que sentem por Orcas. Fiquei feliz de saber que o sentimento especial que sinto por essas magníficas criaturas não era só meu, mas de incontáveis apaixonados por todo o Brasil. Interessante foi ter constatado que 99% deles disseram ter se apaixonado por Orcas com o inesquecível filme "Free Willy".
Na verdade, contando um pouquinho sobre mim, em 1993, quando "Free Willy" foi lançado, eu estava com treze anos de idade e já cultivava este estranho amor há cerca de oito anos. Comigo, tudo começou quando eu tinha apenas cinco anos de idade ao assistir a um outro filme, aliás, nada atrativo (um verdadeiro trash da década de 80) chamado "Orca, a baleia assassina". Não foi pela história em si, mas pela presença encantadora desse animal querido... Aos cinco anos de idade, pouco sabendo sobre qualquer coisa da vida, apenas me apaixonei pela imagem, pela força e, principalmente, neste primeiro momento, pelos sons que elas emitiam. Foi como um passe de mágica, de repente, elas passaram a significar o mundo para mim. Eu as defendia com todo coração (dos desavisados que as chamavam de "assassinas" - que mesmo no contexto do filme, haviam total razão para serem) e passei a buscar toda e qualquer informação que podia sobre elas... Mesmo antes de saber ler e escrever. Foi algo realmente inexplicável! Para todos a minha volta qualquer coisa relacionada com Orcas era imediatamente associada a mim... (e é até hoje, claro).
Mais tarde, quando soube que um filme sobre uma Orca seria lançado, e melhor, com a música tema do meu cantor favorito, tudo se parecia mais com um sonho do que com a realidade. Na minha cabecinha infantil, parecia que tudo tinha sido feito especialmente para mim. Foi muita alegria! Jamais me esquecerei que no dia da estreia, eu estava lá, no primeiro horário que o filme seria exibido no pequeno cinema da minha cidade do interior, às 15 horas, eu, uma das minhas irmãs e uma amiga dela, com o cinema praticamente vazio. Confesso ter sentido uma pontinha de raiva (lê-se, inveja) do ator protagonista, mas aos poucos ele foi me conquistando. Ao final do filme, foi tanta emoção traduzida naquela história e naquela canção que minha irmã literalmente me arrastou para fora da sala de cinema aos prantos! Voltei mais duas vezes ao cinema no mesmo final de semana para assistir ao filme novamente.
Hoje, ao ouvir esta música no rádio, fui tomada por uma saudade imensa e uma sensação de reencontro com aquela menina de treze anos que deixou o cinema em lágrimas de tanta emoção e que dizia que seu grande sonho era um dia se tornar "cuidadora de Orcas". Talvez, esse sonho tenha se tornado realidade...
E este sentimento eu só poderia compartilhar com vocês, leitores queridos, que se identificam com o que o que carrego no coração... Espero que gostem e matem um pouco da saudade que sentem também:
A organização The Dodo, um site de notícias sobre proteção da vida animal, rebateu os novos comerciais do Sea World, grupo americano de parques aquáticos famosos pelos seus shows com orcas e outras criaturas marinhas.
O Sea World sempre foi alvo de críticas, leves ou pesadas. As denúncias se tornaram mais frequentes e barulhentas desde o lançamento do documentário "Blackfish", de 2013, que falava sobre treinadores que morreram assassinados nos parques do grupo e o tratamento inadequado das orcas.
Grupos de proteção ambiental e especialistas sempre apontaram fatos como a baixa expectativa de vida dos cetáceos, a deformidade das nadadeiras dorsais, o estresse da vida em cativeiro e a destruição dos laços afetivos e familiares.
O parque, claro, sempre negou tudo. Nessa semana, foram lançados alguns vídeos como parte de uma campanha para melhorar a sua imagem perante a população e rebater essas denúncias.
No site da empresa, eles explicam o motivo dos novos vídeos.
O slogan é "The Truth Is In Our Parks and People" ("A verdade está em nossos parques e pessoas"), ou seja, a verdade está "aqui" e não "lá" (os críticos, o documentário).
No vídeo "How Long Do Killer Whales Live?", um veterinário do parque fala sobre o tempo de vida das "baleias assassinas". Ele diz que, em cativeiro no Sea World, elas vivem tanto quanto aquelas que estão livres.
The Dodo rebateu o comercial, citando que todas as orcas fêmeas, com exceção de uma, morreram antes dos 40. E apenas dois machos passaram dos 35. Na vida selvagem, machos vivem até os 60 anos e fêmeas vivem de 50 a 100 anos.
The Dodo continua a criticar o comercial, quando citam a orca fêmea Corky:
"Apesar de viver em um tanque com orcas que não são de sua família, Corky é chamada por eles de 'matriarca'. Mas, se ela tivesse permanecido na natureza, ela estaria de fato nadando com membros de sua família. Ela poderia até viver mais algumas décadas, possivelmente mais de 103 anos, como é o caso de uma orca apelidada de 'Granny' que foi encontrada na costa de Washington em 2014".
E dizem, de maneira irônica, o que o Sea World deveria ter dito no comercial: "Nossas orcas têm amplas chances de se reproduzir e trazer mais lucro. Por exemplo, Corky deu a luz sete vezes em cativeiro. Kiva, sua cria que durou mais, viveu apenas 46 dias".
Ainda há outros dois comerciais. Um sobre a nadadeira dorsal das orcas e outros sobre as marcas de feridas de dente que muitas orcas apresentam.
O Sea World diz que as nadadeiras dorsais colapsadas - vistas na maioria das orcas do parque - são perfeitamente normais, já que são "como nossas orelhas, flexíveis e de diferentes formatos". Mas cientistas entrevistados para o documentário garantem que apenas 1% das orcas na natureza apresentam essa deformidade.
Sobre as marcas de dentes, o veterinário diz que elas mordem o roçam umas às outras como forma de interação. Já os outros cientistas dizem que as feridas dos animais dos parques são mais frequentes e danosas, causadas por brigas e comportamentos agressivos - segundo eles, por conta do espaço pequeno, do estresse do cativeiro e da convivência de animais que não fazem parte das mesmas famílias.
Não é a primeira vez que o parque bate de frente com o documentário e seus críticos, como mostra o artigo "The Truth About Blackfish", que chama "Blackfish" de "propaganda, não documentário".
Parque e produtores do filme também já rebateram críticas um dos outros, em um debate que certamente está longe de acabar.
Veja o trailer do documentário "Blackfish":
Fonte: Exame.com de 25 de março de 2015.
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Notas da autora do blog sobre os três vídeos do SeaWorld:
- Vídeo 1 - sobre o tempo que Orcas vivem: Inacreditável a falta de decência deste Veterinário. Eu aposto e ganho que ele nunca viu uma Orca na natureza, nem foi estudá-las por lá. Porque se tivesse feito isso, teria aprendido com pesquisadores bem mais velhos que ele, que dedicaram a vida toda ao estudo de Orcas na natureza, que essas informações não estão corretas. Sim, a taxa de mortalidade em cativeiro é imensamente maior que no oceano... Só os SETE filhotes mortos de Corky já elevam a estatística e contrariam o que ele disse.
Sim, tenho certeza que os cuidados médicos das Orcas no SeaWorld são intensos, afinal, ao menor sinal de qualquer doença, elas são obviamente entupidas de antibióticos (eu já desconfiava que as coisas fossem assim, mas agora tive certeza com ele mostrando os exames de sangue preventivos no vídeo). Mas para que tenham saúde? Não! Para que fiquem vivas, pois são imensamente valiosas! Esses veterinários devem receber fortunas para mantê-las vivas e ativas.
Que as pessoas que trabalham no parque as amam? Claro! Quem não as amam? Quem não gostaria de estar perto delas todos os dias? Isso eleva o ego de qualquer um... Mas não as respeita pelo que realmente são. Qualquer um, após ver Orcas na natureza fica com o coração partido de visitar o SeaWorld.
- Vídeo 2 - sobre a nadadeira dorsal tombada: Mais uma vez, inacreditável afirmação... Realmente ele nunca viu Orcas na natureza. Sim, ele está certo sobre a estrutura interna da nadadeira dorsal, é isso mesmo. Mas está comprovado (e isso ele omitiu no vídeo) que a flacidez é resultado da falta de exercícios. No oceano, uma Orca navegaria por centenas de quilômetros diariamente, teria que vencer as marés, caçar, interagir com outros animais, etc. E num tanque? Fazer truques durante os shows e boiar na superfície? Sem dúvidas!
Não vou nem entrar no mérito que o tédio que enfrentam também pode causar a queda da nadadeira dorsal, porque seria apenas mais uma hipótese.
Antigamente, eu observava isso apenas em Orcas macho porque são bem maiores e possuem um formato específico (como as famosas nadadeiras de Keiko (Willy) e Tilikum) , mas agora tenho visto isso nas fêmeas também.
Bom, se ele acha que este é um fenômeno natural e você leitor ainda está em dúvida, veja esta foto que bati no oceano Pacífico. São várias Orcas fêmeas e machos... Consegui contar pelo menos dez... Como estão as nadadeiras dorsais?
- Vídeo 3 - sobre as marcas de mordidas: É óbvio que Orcas na natureza têm marcas de mordidas... Não só de Orcas como de outros animais, isso é resultado natural no mundo selvagem que busca a sobrevivência. Porém, não podemos atribuir esta mesma naturalidade a uma piscina de concreto onde membros de diferentes famílias são obrigados a conviver, sem que seja respeitado qualquer hierarquia ou dominação. Afinal, eles não sempre defendem que no SeaWorld elas estão "protegidas"? Na natureza, quando necessário, Orcas se defendem e fogem do agressor, e como isso é possível no tanque? Simplesmente não é! E óbvio que quanto mais estressadas (e naturalmente elas são estressadas ou você já conheceu algum animal de circo que não seja?), mais agressivas ficarão entre si. Não negue isso, prezado Veterinário!
Desculpe-me mas essas propagandas são patéticas... Engraçado que quando a Gabriela Cowperthwaite estava gravando o documentário "Blackfish" e quando o David Kirby estava escrevendo "Death at SeaWorld", ambos informaram o SeaWorld e pediram que dessem entrevistas ou que se posicionassem com relação as acusações que estavam recebendo, e qual foi a resposta do parque? Nenhuma! Simplesmente consideraram que ambas as obras seriam besteiras sensacionalistas que jamais afetariam a imagem do parque. Mas agora, depois de toda repercussão e óbvia queda de faturamento estão fazendo qualquer negócio para se defender. E os desavisados ou cegos pelo suposto amor que sentem por animais continuam acreditando. Lamentável!
Hoje está sendo lançado nos Estados Unidos o livro do ex-treinador do SeaWorld, John Hargrove, Beneath the Surface: Killer Whales, SeaWorld and the Truth Beyond Blackfish ("Sob a Superfície: as Orcas, o SeaWorld e a Verdade além de Blackfish") - ainda sem tradução para o Português.
Desde sua primeira visita ao SeaWorld ainda garoto, John sonhava trabalhar com Orcas. Seu sonho acabou virando realidade e ele se tornou treinador sênior de Orcas por mais de 14 anos. Com o aumento do amor que sentia e do conhecimento que obtinha sobre elas, ele foi concluindo que o trabalho que realizava no SeaWorld estava fazendo mal para elas e era inaceitavelmente perigoso para ele e seus colegas treinadores. Segundo ele, Orcas são muito grandes e inteligentes para serem mantidas em cativeiro e passou a ver os shows diários no "Shamu Stadium" onde as Orcas fazem truques como uma "parte do esquema corporativo ganancioso que explora tanto as Orcas quantos os treinadores".
Ele se desligou do parque em 2012 e apareceu no documentário "Blackfish", que critica as práticas do parque após a morte da treinadora Dawn Brancheau por uma Orca em 2010. Nesse livro, John aborda tanto suas próprias experiências com as baleias quanto o caso pelo qual tais interações em cativeiro deveriam acabar.
Para quem tiver interesse, a versão em Inglês (física ou para Kindle) já está a venda na Amazon internacional. Uma versão em Português ainda não está prevista.
Uma baleia foi encontrada morta na areia da praia do bairro Mar do Norte, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos do Rio, no final da manhã desta quarta-feira (18). A primeira análise feita pelo Centro Tecnológico Ambiental da cidade apontou que o animal, que pode ser da espécie Jubarte, morreu de causas naturais e que as correntes marítimas levaram o corpo do animal até a praia.
Técnicos da Secretaria do Ambiente do município retiraram amostras de vísceras e outras partes do animal para análise e investigação detalhada da origem, espécie e causas da morte. A previsão é que a baleia seja retirada até o final do dia e encaminhada para o aterro sanitário da cidade.
Se eu apenas contasse aqui no blog o que ocorreu neste passeio para observar baleias muita gente não acreditaria. E com razão! Quais são as chances de você estar observado baleias, mesmo que bem de pertinho e com um barco pequeno, e receber uma "rabada" de uma delas bem na cabeça? Eu diria que zero! Mas não... Isto realmente ocorreu com uma garota chamada Chelsea há poucas semanas, em Los Cabos, no México. Pelo que pude identificar, trata-se de uma baleia-cinzenta adulta... E gigantesca, claro!
Por sorte, a garota ficou bem e agora também se diverte com o vídeo publicado na Internet por seus colegas de passeio. Assista e surpreenda-se:
O parque americano SeaWorld comunicou em balanço contábil na semana passada que teve perda de receita no último trimestre do ano anterior. Um milhão de turistas deixaram de visitar o parque, causando uma diminuição de 7,4 milhões de dólares na receita, ou o equivalente a 3%, comparado a 2013.
Em 2014, sua receita de 1,377 bilhões caiu em 82 milhões, ou 6%, comparado a 2013.
Grande parte disso, para quem acompanha o blog, sabe que provém do público ter tido acesso a informações sobre a dura realidade por trás dos cativeiro, exibidas no documentário "Blackfish". Mas infelizmente, isto ainda está longe de significar esperança para os animais que lá vivem...
Bons ventos finalmente chegaram à população de Orcas Residentes do Sul. Depois do nascimento da pequena J50 divulgado aqui no blog no início do ano, mais duas Orcas nasceram, uma no pod J e outra no L.
J19, de 36 anos teria dado à luz um filhote na primeira semana de fevereiro, que foi identificado com J51. O filhote já estava com uma semana de vida quando foi avistado pela primeira vez. Sua irmã mais velha, de dez anos, J14, tem sempre sido vista ao seu lado auxiliando a mãe com seus cuidados.
Já o filhote do pod L, identificado com L121, foi visto pela primeira vez em no dia 25 de fevereiro, com sua provável mãe, L94, também chamada de Calipso. Pesquisadores já reportaram que ele mostra ter "muita energia".
Abaixo é possível ver imagens divulgadas por centros de pesquisas que identifica os 3 novos filhotes:
Que sejam mais que bem vindos e tenham uma vida longa, próspera e livre!
Apenas para atualizar sobre a notícia da baleia jubarte que
foi encontrada num mangue no Maranhão
que postei na semana passada.
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A baleia da espécie jubarte que encalhou na manhã desta segunda-feira (23), em uma região de mangue na cidade de Turiaçu, a 152 km de São Luís, não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde desta terça-feira (24). A imagem foi enviada por uma internauta que não quis se identificar.
De acordo com informações do superintendente de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente Rafael Carvalho, uma equipe do Corpo de Bombeiros da cidade de Pinheiro, a 129 km de Turiaçu, teria encaminhado o mamífero para o alto-mar, mas devido o seu estado debilitado, ela acabou voltando para região de mangue, onde morreu.
Ao G1, a coordenadora nacional do Centro de Mamíferos Aquáticos Fábia Luna afirmou que o caso da baleia encalhada no Maranhão estava sendo acompanhado e que a função do órgão é principalmente orientar nos primeiros socorros do animal. Ela afirmou que a maioria dos mamíferos, quando chega à terra firme ou em área de mangue, é porque já estava debilitado.
Outros fatores citados pela coordenadora estão ligados a fatores externos, como acidente causado por alguma embarcação, pesca mal sucedida, ou a idade avançada do animal. “É muito raro uma baleia deste porte encalhar numa região de mangue, mas quando isso acontece, na maioria dos casos, a motivação deste animal foi causada por fatores externos, que estão muito mais vinculados as ações do homem doque com o próprio habitat do animal”, explica.
A baleia tinha aproximadamente 15 metros de comprimento e, segundo informações da bióloga e presidente do Instituto Ecos de Gaia Nayara Valle, até o momento, não havia nenhum registro de um animal deste tamanho que tivesse encalhado antes.