quarta-feira, 24 de maio de 2023

Golfinhos em cativeiro: Las Vegas transfere seus últimos, SeaWorld Abu Dhabi é inaugurado

Se podemos sentir uma certa esperança de um lado, de outro vamos no sentido contrário!

De acordo com um comunicado de imprensa, os últimos três golfinhos de cativeiro mantidos no hotel The Mirage, em Las Vegas, nos EUA, foram transferidos para o Coral World Ocean Park, na ilha caribenha de São Tomás. Em fevereiro, outros três deles foram devolvidos ao SeaWorld, já que tinham sido emprestados para o hotel. Toda esta movimentação ocorreu porque em menos de um ano, nada menos que quatro golfinhos morreram no local.

Las Vegas, no entanto, passa a não ter mais golfinhos em cativeiro, pelo menos no momento.

Imagem: Ethan Miller/Getty Images


Em contrapartida, seguindo na contramão do Ocidente que, lentamente, porém positivamente, tem cada vez mais se questionado sobre a realidade da manutenção de golfinhos em cativeiro e até dado pequenos passos para seu fim, quem inaugurou ontem seu "SeaWorld" foi Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes. De acordo com as informações compartilhadas pelo The Dolphin Project, o novo parque não possui Orcas, mas conta com 24 golfinhos-nariz-de-garrafa que estarão envolvidos com "apresentações musicais e inspiradoras", segundo divulgado, ou seja, mais e mais para o propósito do entretenimento. 

Convenhamos, um país com recursos financeiros praticamente infinitos, com tanta tecnologia a seu favor, com capacidade reconhecida de construir o mais fantástico parque temático do mundo e ser referência mundial, podiam ser exemplo e não usarem animais, não é mesmo?

Imagem: Site Blooloop


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Confesso que parte do meu sumiço do Blog e demais redes sociais neste último ano foi muito pelo desânimo que me abateu. Hoje há diversas pessoas abordando o tema (inclusive de maneira muito mais moderna e dinâmica do que eu em redes como o Instagram, e etc.), mas quem me acompanha sabe que estou há mais de uma década tratando do assunto e buscando desesperadamente a conscientização... No entanto, é comum ver até amigos próximos continuando a levar seus filhos a parques temáticos e para nadar com os golfinhos no intuito de "realização de um sonho". Sinto como se eu estivesse há mais de dez anos nadando contra a maré... Às vezes cansa! Perdoem-me por isso!

Bom, mas vou levantar a poeira e me apoiar em alguns importantes pontos também bem lembrados pelo The Dolphin Project esta semana (já que sua equipe tão intensamente engajada com certeza se abate muito mais por estas questões de desânimo de tempos em tempos do que eu): "É importante manter em mente que mais de 80 dolfinários foram fechados nos últimos anos; além de que cada vez mais países seguem proibindo a manutenção de cetáceos em cativeiro! Está nas mãos de todos nós continuarmos a pressão para a mudança para que estes cativeiros cheguem ao fim no mundo todo!"

E vamos em frente dizendo NÃO AOS CATIVEIROS, dando exemplo, compartilhando informações sobre o tema e não financiando esta indústria injusta e dolorosa para estas criaturas que tanto amamos!



terça-feira, 23 de maio de 2023

Ataques de Orcas a embarcações: Estariam elas ensinando aos filhotes?

Vocês devem se lembrar de que, desde 2020, ataques atípicos a embarcações têm sido provocados por Orcas na região do Estreito de Gibraltar. Em alguns casos, levando-as a pique. A revista Marine Mammal Science chegou a publicar um estudo sobre o tema no ano passado.

No último dia 4, mais um ataque envolvendo três Orcas resultou no naufrágio de um iate. O capitão Werner Schaufelberger contou que tentou manter a calma e desligar o motor na esperança de que elas desistissem, mas não foi o que ocorreu. Segundo ele, enquanto duas delas, menores, balançavam o leme, uma Orca maior batia fortemente a lateral do iate. Chegaram a parar por um tempo, mas depois retornaram com, desta vez, as menores tentando bater na lateral também danificando o leme. Após pedidos de socorro, tripulantes saíram ilesos, mas o iate afundou enquanto era rebocado para Barbate, na Espanha.

Como sabemos, não há registros de ataques de Orcas a humanos na natureza e, estes incidentes, até o momento, parecem dirigidos a barcos à vela e tendem a ocorrer de maneira semelhante: Elas batem no leme aproximando-se pela popa até o barco parar de se mover.

Alfredo López Fernandez, Biólogo da Universidade de Aveiro, representante do Grupo de Trabalho com Orcas do Atlântico e coautor do estudo publicado em 2022, disse que a maioria desses encontros foi inofensiva. Em mais de 500 eventos de interação registrados desde 2020, três embarcações afundaram e estima-se que as Orcas ataquem uma a cada cem embarcações que navegam no local.

Imagem: SWNS

Uma coisa é fato, não há dúvidas de que esse comportamento seja proposital, só não temos certeza da sua motivação. Há indícios de que possa ser um comportamento defensivo baseado no trauma que uma das Orcas sofreu, a fêmea chamada White Gladis (já mencionada no Blog anteriormente). Há alguns anos, ela se feriu após uma colisão com um barco durante pesca ilegal.

Embora o Biólogo Alfredo López Fernandez não acredite que as Orcas estejam ensinando os filhotes, ele acredita que estes imitem o comportamento porque o percebem como algo que possa ser vantajoso ou importante por alguma razão. Há quem diga que seja uma moda passageira por pura diversão, como a Bióloga e Pesquisadora da Universidade de Washington, Deborah Giles, que disse que, por serem curiosas e brincalhonas, estariam se divertindo e não sendo agressivas.

Ainda tenho muitas dúvidas sobre todos estes casos... Orcas são inteligentíssimas e possuem estrutura cerebral extremamente complexa... Não acho que já possamos chegar a alguma conclusão.





terça-feira, 31 de maio de 2022

Orca que passou semanas perdida no rio Sena é encontrada morta perto de Rouen

Uma orca que se desorientou e entrou no Sena pelo Canal da Mancha, onde o rio francês deságua, foi encontrada morta nesta segunda-feira (30) entre Le Havre e Rouen, na região noroeste da França. O cetáceo estava perdido na água doce desde o início de abril e não conseguiu retornar ao mar, apesar das tentativas feitas por especialistas para salvar o animal marinho.  Depois de ser alertada por um navio cargueiro norueguês, que avistou a orca, a ONG Sea Shepherd France informou no Twitter ter localizado o cadáver do mamífero às 11h48 no horário de Paris, 6h58 no horário de Brasília. O cetáceo será rebocado para a realização de uma autópsia. A associação Sea Shepherd France confirmou a morte da orca. "Estamos atualmente com ela para evitar que seja atingida por um navio, o que comprometeria a autópsia", indicou a ONG no Twitter. "Estamos esperando que a equipe mobilizada pelo Estado a recupere", acrescenta a mensagem.

"O animal estava deitado de lado, o que não era um bom sinal", disse Gérard Mauger, vice-presidente da GECC, uma associação com sede em Cherbourg e encarregada de estudar e preservar os mamíferos marinhos no Canal da Mancha. Mauger relatou os danos sofridos pela orca: "Parecia mais um fantasma de orca, tanto a sua pele estava machucada", contou. "Ela deve ter agonizado, tinha pedaços de pele que caíam do corpo, não havia mais nada a fazer", descreveu o francês, que havia observado a orca na noite de sábado (28). Há suspeitas de que ela tenha contraído uma micose.

O grupo de trabalho de especialistas encarregados de monitorar o cetáceo havia decidido, no domingo (29), praticar uma eutanásia, após várias tentativas frustradas de guiá-lo até o mar. Os estímulos sonoros usados para alcançar este objetivo não deram resultado. "Tudo estava pronto para a eutanásia" quando ela foi encontrada morta, disse Mauger.

A orca será agora rebocada para as margens do Sena, "onde serão instalados equipamentos capazes de içá-la, para permitir que veterinários e biólogos realizem uma autópsia e recolham amostras, visando analisar o máximo de informações possíveis para tentar estabelecer as causas de sua deriva, e da morte da orca", disse a prefeitura de Rouen. A autópsia deve nos permitir "compreender melhor a patologia, uma micose muito específica e as causas da morte", declarou Mauger.



Fonte: UOL de 30 de maio de 2022.


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Orca sobe o Rio Sena e é observada bem debilitada

Uma Orca, de cerca de 4 metros de comprimento, foi vista sozinha no dia 16 de maio na foz do Rio Sena, entre o porto de Le Havre e a cidade de Honfleur, na Normandia, França. Desde então, ela seguiu subindo o rio por dezenas de quilômetros e ontem foi observada a oeste da cidade de Rouen. No entanto, as imagens captadas da Orca revelam claros problemas de saúde.

"Sua nadadeira dorsal está dobrada, o que é um sinal de debilidade para as orcas. Ela perdeu muito peso e parece estar em más condições", disse Nicolas Ampen, do Escritório Francês de Biodiversidade na Normandia, à televisão TF1. Segundo as autoridades, nenhuma tentativa de resgate está sendo considerada sob risco de estressá-la ainda mais. O ideal, para que tivesse alguma chance, seria que retornasse ao oceano o quanto antes.

Imagem: REUTERS/Pascal Rossignol

Imagem: REUTERS/Pascal Rossignol

Em maio de 2021, uma Baleia Cinzenta se perdeu no Mediterrâneo, a milhares de quilômetros de distância de seu habitat no Oceano Pacífico, e cruzou a costa francesa por dias até desaparecer e não ser mais encontrada pelos Biólogos.

Vamos aguardar por mais notícias, mesmo que a situação não seja muito promissora.



quinta-feira, 31 de março de 2022

Grupo grande Orcas é registrado pela primeira vez em Algoa Bay, na África do Sul

Não é nada comum encontrar Orcas em Algoa Bay, no Cabo Oriental, África do Sul, então imagine a alegria de um grupo de turismo ao observar pelo menos 12 delas.

Os registros e os detalhes foram publicados pela empresa de turismo ecológico Raggy Charters, sediada em Port Elizabeth, no início do mês.

Dizia a publicação: "Inicialmente, vimos dois machos com longas nadadeiras dorsais, quando olhamos ao redor do nosso catamarã “My Bru”, elas começaram a aparecer por toda a baía. Nós as acompanhamos e observamos todo tipo de interação e comportamentos, como demonstram as fotos". O grupo era composto por pelo menos 4 machos, 2 filhotes e 6 fêmeas de Orcas Transeuntes Tipo A, contou a equipe da Raggy Charters, que oferece passeios de observação de baleias, golfinhos e pinguins africanos em Algoa Bay.

As fotos abaixo foram publicadas pela empresa em sua página no Facebook:









Há mais informações sobre Orcas em outras regiões da África do Sul aqui no blog, incluindo detalhes sobre a predação de tubarões-brancos, bem como um pouco da história das famosas "Port e Starboard". Faça uma pesquisa ao lado para saber mais! 


segunda-feira, 28 de março de 2022

Orcas Transeuntes são registradas atacando jubarte em Tofino

A "The Whale Centre", uma operadora de turismo de Tofino, Distrito da Ilha de Vancouver, no Canadá, relatou no início deste mês a observação de um comportamento jamais visto com Orcas na região.

Tudo aconteceu na quarta-feira, 9 de março, quando uma equipe do "The Whale Center" saiu para observar baleias comuns na costa de Tofino nesta época do ano, mas encontrou Orcas Transeuntes, as também chamadas das Orcas de Bigg. À medida que o grupo se aproximava, observaram muita agitação na água, e, em seguida, conseguiram ver que as Orcas estavam atacando uma baleia Jubarte juvenil. “Nós nunca tínhamos documentado isso antes”, diz um comunicado da operadora, que atua na região há mais de 35 anos. “As Transeuntes T036 e T049C e possivelmente mais delas, estavam atacando uma pequena baleia Jubarte.”

Em um post no Facebook, o "The Whale Center" informou que a Jubarte tinha marcas de arranhões em toda a cauda, corpo e nadadeiras e que estava sangrando.

Tentando escapar, a pequena Jubarte nadou em direção à embarcação da operadora, enquanto as Orcas seguiram adiante, por fim, deixando-a. “Por caçarem em grupo, as Orcas podem abater presas muito maiores do que elas mesmas e, normalmente, atacam filhotes de até um ano ao invés de adultos”, comentou a empresa. “Já observamos Orcas Transeuntes atacando Baleias-Cinzentas, mas esta foi a primeira vez que as vimos atacando uma Jubarte.”

A imagem abaixo foi publicada na página do Facebook da operadora:





domingo, 27 de março de 2022

Fóssil demonstra que Orcas não têm longo histórico de predação de baleias

Indícios mostram que um ancestral de 1,4 milhão de anos das Orcas e das Falsas Orcas se alimentava de peixes pequenos, sugerindo que seus descendentes se adaptaram para caçar presas maiores, como outros golfinhos e baleias, há pouco tempo.

“Trata-se de um fóssil extraordinário que vai nos ajudar a compreender a origem desta dieta que é única entre os cetáceos”, disse Giovanni Bianucci, da Universidade de Pisa, na Itália. “É difícil precisar o momento exato em que essa mudança ocorreu, mas esses cetáceos parecem ter evoluído para uma dieta que inclui mamíferos marinhos há menos de um milhão de anos.”

As Orcas (Orcinus orca) e Falsas Orcas (Pseudorca crassidens) são as únicas espécies vivas de cetáceos que se alimentam de outros mamíferos marinhos. O momento em que evoluíram para isso não está claro porque fósseis de cetáceos são extremamente raros, contou Giovanni. A forma como este fóssil chegou nas mãos dos pesquisadores é ainda mais surpreendente porque veio de um colecionador particular que havia encontrado um esqueleto de uma falsa orca da época do Pleistoceno na ilha grega de Rodes, em 2021. O espécime foi doado ao Museu Stamatiadis de Mineralogia e Paleontologia na ilha.

Análises do espécime revelaram que o fóssil era novo para a ciência e foi nomeado de Rododelphis stamatiadisi em homenagem a Rhodes e ao colecionador Polychronis Stamatiadis.

Os cientistas observaram que o fóssil do R. stamatiadisi tinha um corpo de cerca de 5 metros de comprimento, que é semelhante à falsa orca de hoje, mas tinha dentes menores. Além disso, seus dentes não tinham os sulcos profundos encontrados nas Orcas e nas falsas orcas atuais que são adaptações importantes para triturar ossos duros de mamíferos. Isso sugere que a espécie provavelmente caçava presas menores, inclusive, porque foi encontrado em seu interior restos fossilizados do peixe chamado Verdinho (Micromesistius poutassou), espécie ainda existente.

Encaixando o R. stamatiadisi na genealogia dos cetáceos, Giovanni Bianucci e seus parceiros determinaram que o animal compartilhava um ancestral comum com as falsas orcas modernas e que esse ancestral descendia da mesma linhagem que as orcas.

Significativamente, os primeiros membros do grupo das Orcas também parecem ter caçado pequenas presas em vez de golfinhos e baleias. O grupo inclui uma espécie de 4 milhões de anos (Orcinus citoniensis) encontrada fossilizada na Itália no século 19, que também não tinha dentes para mastigar mamíferos. As descobertas indicam que as Orcas e as falsas orcas evoluíram para este tipo de alimentação durante a segunda metade do Pleistoceno, cerca de 1,3 milhão de anos atrás.

A descoberta é importante, alegou Giovanni, porque pode ajudar a derrubar uma teoria popular de que Misticetos, ou seja, baleias de barbatana, como as baleias azuis e jubarte, tornaram-se gigantescas em tamanho para evitar o ataque de Orcas. As baleias de barbatana já eram enormes há cerca de 3 milhões de anos, ou seja, muito antes do pesquisador acreditar que as Orcas e as falsas orcas começaram a caçá-las.

Abaixo, uma representação artística de como seria o Rododelphis stamatiadisi, por Rossella Faleni:



 



sexta-feira, 30 de julho de 2021

Cappuccino é visto e pode estar morrendo

Notícia triste. "Cappuccino" (K21), Orca macho Residente do Sul, de 34 anos, pode estar morrendo. Ele foi observado ontem e está muito magro, com a nadadeira dorsal totalmente colapsada, sem conseguir acompanhar seu pod.

De acordo com relatos, ele quase não está se movendo e está sozinho.

Os órgãos de proteção aos animais da região já foram contatados pela equipe de observação de baleias que fez o avistamento ontem para que possam acompanhá-lo.

O K21 é macho mais velho da população de Orcas Residentes do Sul que hoje conta com apenas 74 Orcas.

Confesso que dou esta notícia com um especial pesar... Ainda mais por ver sua nadadeira no estado que está. Há dez anos, pude observá-lo de perto... bem de perto! Ele certamente se destacava em meio ao pod... Com sua nadadeira dorsal gigante e forte que, felizmente, mesmo que de maneira amadora (que sou), pude registrar com extrema emoção e alegria.

As imagens abaixo são do "Adventures by HIP".






E esta (de 2011) é minha...



Não tenho mais palavras...

As imagens são muito dolorosas...


segunda-feira, 26 de julho de 2021

DUAS Orcas brancas são vistas juntas no Japão

Se já consideramos uma sorte extrema encontrar uma Orca branca, imagine duas? E juntas!

Foi o que ocorreu neste final de semana num passeio de observação de Orcas no Estreito de Kunashirskiy, entre as ilhas do norte de Hokkaido e Kunashir, no Japão.

As Orcas possuem idades diferentes e somente a mais velha já tinha sido observada antes (há cerca de dois anos). Foi a primeira vez que duas Orcas brancas foram registradas juntas.

Foto: Rina Nagashima / Magnus News

Foto: Rina Nagashima / Magnus News

Foto: Rina Nagashima / Magnus News

Foto: Rina Nagashima / Magnus News


Como já explicado no Blog outra vezes, não se trata de animais albinos (que seriam totalmente brancos e teriam os olhos vermelhos por não produzirem melanina), mas de animais leucísticos, por isso é possível ainda identificar as tradicionais manchas brancas das Orcas em cima dos olhos, da cela, no peitoral; além das cicatrizes em tons mais escuros. 

Segundo informações do jornal britânico Daily Mail, pesquisadores reconhecem ao menos cinco Orcas brancas vivas hoje no mundo e o aumento no número desses animais pode ser preocupante dado que as populações de Orcas em algumas regiões são bem pequenas, e, nesse caso, teriam a variedade genética comprometida. Dependendo dos genes carregados pelos indivíduos restantes, isso poderia acentuar algumas características que antes eram consideradas geneticamente raras.

Problemas genéticos podem dificultar a capacidade de um animal sobreviver na natureza, ameaçando acelerar o declínio da espécie. Embora não se saiba exatamente o que leucismo acarreta para a saúde das Orcas é fato que elas se tornem mais visíveis, o que poderia atrapalhar na captura de alimentos. Mas como elas são animais muito sociais, e as imagens junto ao pod comprovam isso, caso alguma delas tivesse dificuldade de se alimentar, certamente teria o apoio dos demais membros da família.

P. S.: Você sabia que uma Orca leucística já foi capturada e levada para um cativeiro no Canadá em 1970? Saiba dos detalhes na postagem do blog de 2019 que pode ser acessada no link abaixo:

http://v-pod-orcas.blogspot.com/2019/06/visitas-especiais-costa-noroeste-do_17.html



sexta-feira, 23 de julho de 2021

Morre Toa, filhote de Orca resgatado na Nova Zelândia

Carinhosamente chamado pelos socorristas de Toa, o filhote de Orca que passou treze dias separado de seu pod sob cuidados de diversos voluntários e equipes de resgate, não resistiu e morreu nesta sexta-feira na Nova Zelândia.

Representantes do Whale Rescue informaram que a morte correu após repentina piora no seu estado de saúde, mesmo após os esforços por parte dos veterinários de plantão no local. Toa, conforme informado em postagem anterior, tinha entre quatro e seis meses de idade e teve que ser monitorado 24h por dia desde que foi encontrado por um adolescente encalhado numa praia.

Imagem: 1 News

No dia anterior, Toa havia sido transferido de volta para um cercado na baía após ter permanecido por alguns dias num tanque em terra devido às más condições climáticas que pioraram as condições da água da baía por conta da poluição. Essa decisão foi tomada porque o Toa estava com ferimentos nas nadadeiras peitorais e caudal, além de uma vista inflamada, problemas que poderiam melhorar mais rapidamente se estivesse em ambiente marinho e de maior profundidade.

No início desta semana, a bióloga marinha da Massey University, a Professora Karen Stockin, disse em entrevista que estavam fazendo todo o possível para priorizar sua sobrevivência, mas que havia uma obrigação ética de considerar todos os aspectos de sua vida. Por sorte (como sempre defendeu o blog), a opção de cativeiro nunca seria considerada pelos neozelandeses. Num realista depoimento, ela afirmou: “Num contexto internacional, um animal assim tão jovem, teria apenas duas perspectivas: uma vida inteira em cativeiro ou, tristemente, a eutanásia e, compreensivelmente, ambas as opções não são aceitáveis para nós na Nova Zelândia, que estamos fazendo tudo ao nosso alcance para tentar chegar num final feliz, mas o tempo está se esgotando.”

E foi o que ocorreu: o tempo se esgotou... Mas felizmente, da maneira mais natural possível. A natureza seguiu seu curso. Mesmo que ele suportasse mais alguns dias e fosse reunido ao pod, não se sabe como o estresse sofrido e o prolongado contato humano poderia afetá-lo. De fato, foi uma situação sem precedentes na história.

Apesar do Toa ter apresentado boa saúde durante todo este período, por volta das 19:30 de ontem, começou a apresentar sinais de que não estava bem, diminuindo a movimentação e a respiração. Chegaram a considerar a eutanásia, mas em menos de uma hora, ele faleceu.

Hoje, ao final da tarde, Toa foi enterrado ao por do sol em Ngāti.

Em comunicado, Ian Angus, representante do Departamento de Conservação, disse: “A vida do Toa pode ter chegado ao fim, mas sua história permanece”.