quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Disputa por Ikaika

Dois parques estão travando uma batalha internacional pela custódia de uma baleia Orca.
Ikaika, um macho de oito anos nascido no SeaWorld, está “emprestado” ao Marineland, parque na cidade de Niagara Falls no Canadá, desde novembro de 2006, com o propósito de procriação.
O SeaWorld, parque dos Estados Unidos, quer o animal de volta e alega preocupações com sua “saúde física e psicológica”. O Marineland se recusa a entregar Ikaika, pois acredita que o Sea World sozinho não tem o direito de desfazer o contrato assinado pelas duas empresas. No início deste mês de julho, um juiz de Ontário ordenou que o Marineland devolvesse o animal, mas o parque se recusou e já recorreu da decisão.
O SeaWorld possui o maior número de Orcas em cativeiro no mundo, sendo 19 delas em seus parques em Orlando, San Diego e San Antonio, uma baleia no Zooloógico de Barcelona, na Espanha, e mais cinco emprestadas ao Loro Parque, nas Ilhas Canárias. Já o Marineland, tem apenas duas, incluindo Ikaika.
O Marineland considera essa disputa "infeliz" e gostaria que Ikaika permanecesse, conforme acordado originalmente entre as duas partes. Já SeaWorld diz que já planeja sua transferência muito em breve e afirmou em declaração que "assim como a maioria das instituições que trabalha com animais, o SeaWorld participa regularmente de empréstimos para reprodução", menciona ainda que "mantemos o interesse permanente no bem-estar dos nossos animais e não hesitaremos em agir a favor deles se sentirmos que uma instituição parceira não esteja cumprindo suas obrigações com relação aos cuidados veterinários, reprodutivos e de treinamento". Ambas se recusaram a falar mais alegando o litígio.
De acordo com os registros legais, o SeaWorld e o Marineland assinaram o contrato em 16 de novembro de 2006 prevendo a reprodução, a pesquisa, a educação e a exibição pública de Ikaika no Marineland, e, em troca, o Marineland enviou quatro baleias beluga ao SeaWorld.
O contrato iria expirar em 31 de dezembro de 2010, mas incluía disposições de renovações anuais automáticas desde que nenhuma das partes se opusesse.  O SeaWorld, no entanto, notificou o Marineland em dezembro que pretendia rescindir o contrato. Como o Marineland discordou e se recusou a entregar Ikaika, o SeaWorld entrou na justiça, alegando preocupações com o tratamento recebido por ela no parque (preocupações que o SeaWorld se recusa a discorrer a respeito...). Também não quiseram divulgar para onde levariam Ikaika. Sabe-se apenas que uma Orca macho, chamado Sumar, morreu no parque de San Diego em setembro (uma das três baleias mortas no parque no ano passado, conforme publicado pelo blog anteriormente).
O Marineland, por sua vez, argumenta que não deveria ser permitido que o SeaWorld rescindisse o contrato e também entrou na justiça para uma batalha ainda maior. O parque canadense cita um acordo mais amplo de apoio a mamíferos entre as duas empresas e conversas entre os presidentes dos dois parques que sugerem que os contratos de empréstimo devem perdurar até que o parque que recebeu o animal não tenha mais condições de zelar por ele.
Ikaika é filho de Tilikum e Katina, nascido no dia 25 de agosto de 2002. Seu nome foi escolhido por votação e significa “forte” na língua havaiana.
Várias fotos de Ikaika podem ser vistas neste link: http://flickrhivemind.net/Tags/ikaika/Recent

Não podemos esquecer (o que já citei em outros posts) que o valor de um macho fértil em cativeiro atualmente é inestimável dado que tanto os parques dos Estados Unidos quanto do Canadá são proibidos de capturar e exibir animais selvagens. Eles precisam ter nascido em cativeiro. Também não permitem a captura de animais de suas águas (mesmo que não fosse proibido, não conseguiriam lidar com a má publicidade de ações de captura como essas).

E, por fim, como todos sabem, a grande estrela desses parques são as Orcas... Elas representam uma indústria bilionária em todo o mundo... Não é difícil compreender o real motivo dessa disputa.

Pobre Ikaika...




terça-feira, 26 de julho de 2011

Boicote da CBI ao Santuário no Atlântico Sul

Na última reunião anual da Comissão Baleeira Internacional realizada entre os dias 11 e 14 de julho de 2011, países favoráveis à caça de baleias, liderados pelo Japão, recusaram-se a votar a criação de um santuário de cetáceos no Atlântico Sul. A votação foi proposta pelo Brasil e pela Argentina, mas os delegados japoneses, seguidos pelos islandeses e por diversos representantes de países do Caribe e da África, deixaram a sala de negociação quando o presidente propôs a votação.
Os dois países sabiam que não tinham a maioria necessária para ganhar, mas queriam colocar a questão em votação. Como isso não foi possível, foi solicitado que os membros da CBI chegassem a um consenso até o próximo ano, caso contrário a próxima reunião será iniciada com esta votação. O representante do Japão, Joji Morishita, demonstrou preocupação alegando que “É provável que a votação prejudique a boa atmosfera estabelecida e podendo desencadear uma avalanche de votos para o próximo ano, atrapalhando o progresso que fizemos”.
Já Roxana Schteinbarg, do Instituto para a Conservação das Baleias, sediado na Argentina, afirmou que “As populações (de baleias) do Atlântico Sul estiveram entre as que mais sofreram com a caça comercial em larga escala”, informou ainda que “cinquenta e quatro espécies vivem nas águas onde é proposto o santuário". O Brasil também acredita na atração de turistas com a área de proteção estabelecida.
A reunião também foi marcada por diversos atrasos durante os quatros dias e fez com que assuntos previstos importantes não chegassem a ser discutidos, como o perigo de colisão desses animais com embarcações e a diminuição da poluição não só física como sonora dos oceanos.
Definiram apenas a implantação de novos regulamentos para prevenir os escândalos de compra votos famosos no passado e a aprovação de uma resolução que censura a Sea Shepherd Conservation Society, por colocar a segurança em risco durante as suas missões de combate aos baleeiros japoneses.
“A má vontade é normalmente inimiga da conservação”, alertou Wendy Elliott, líder da delegação da organização WWF. “Várias espécies de baleias e golfinhos estão à beira da extinção e a conservação deve estar na frente da reunião da CBI do próximo ano, para o bem das baleias e da própria comissão”.

P.S.: Pesquisei imagens sobre caças de baleias e golfinhos na internet para postar aqui no blog (apenas com intuito de informar e ilustrar a monstruosidade dessa caça), mas confesso que são tão desagradáveis e revoltantes que prefiro deixar aqui somente o registro das informações sobre a reunião. Aproveito para parabenizar o Brasil e a Argentina pelo belo gesto... Sendo por interesse devido ao potencial turístico ou não, esses incríveis animais e o equilíbrio da vida nos oceanos, agradecem...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Comissão Baleeira Internacional

A Comissão Baleeira Internacional (CBI), do inglês, International Whaling Commission (IWC), é uma organização internacional instituída pela Convenção Internacional para a Regulação da Atividade Baleeira, firmada em Washington, em 2 de dezembro de 1946, com o propósito de "prever a conservação judiciosa" das baleias e, "por conseguinte, de tornar possível o desenvolvimento ordenado da indústria baleeira".
Desde o final dos anos 1970, porém, os governos que parecem opor-se em grande medida à caça comercial à baleia passaram a ser maioria na Comissão. Como resultado, a CBI adotou em 1986 uma moratória à caça comercial, que ainda não foi levantada, e criou em1994 o Santuário da Baleia do Oceano Antártico. Com isso, o papel da CBI tem sido questionado, com um grupo antibaleeiro de países que defende a continuação indefinida da moratória e a instituição de novos santuários, e outro grupo pró-baleeiro que propõe o fim da moratória e a volta das quotas anuais.
Estrutura e membros
A CBI é o único organismo autorizado a agir no âmbito da Convenção Internacional para a Regulação da Atividade Baleeira e a implantar os objetivos econômicos e ambientais previstos naquele tratado. No desempenho de suas funções, a comissão revê e revisa periodicamente o Regulamento da Convenção, controla a prática da caça à baleia ao proteger cercas espécies, transformar determinadas regiões em santuários, estabelecer limites ao número e tamanho das baleias caçadas, prescrever estações abertas e fechadas e áreas para a atividade baleeira, bem como métodos e intensidade da caça e tipos de equipamento a ser empregados. Nos termos da Convenção, a CBI possui a atribuição de adotar regulamentos para dispor sobre a conservação, o desenvolvimento e a utilização ótima dos recursos relativos à baleia.
A sede da CBI encontra-se em Impington, Inglaterra. A comissão possui três comitês principais: Científico, Técnico e de Finanças e Administração.
A participação na CBI não é restrita aos Estados envolvidos na atividade baleeira. O número de membros dobrou desde 2001, com uma média anual de adesões de quase seis Estados por ano no período 2002-2008. A comissão conta com 89 membros: África do Sul,Alemanha, Antígua e Barbuda, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Belize, Benim, Brasil, Bulgária, Cambodja, Camarões, Chile, República Popular da China, Colômbia, República do Congo, Costa Rica, Costa do Marfim, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca (que também atua em nome das ilhas Faroé e da Gronelândia), Dominica, Equador, Eritreia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Gabão,Gâmbia, Grécia, Granada, Guatemala, República da Guiné, Guiné-Bissau, Hungria, Islândia, Índia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Quênia, Coreia do Sul, Kiribati,Laos, Lituânia, Luxemburgo, Mali, Ilhas Marshall, Mauritânia, México, Mônaco, Mongólia, Marrocos, Nauru, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega,Omã, Países Baixos, Palau, Panamá, Peru, Portugal, Reino Unido, Romênia, Rússia, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Marinho, Senegal, Ilhas Salomão, Suriname, Suécia, Suíça, Tanzânia, Togo, Tuvalu, Holanda, Polônia, Reino Unido e Uruguai.
Tradicionalmente, a CBI se reúne todos os anos, em geral em Maio ou Junho. As reuniões compõem-se de um representante com poder de voto por Estado-membro, que pode se fazer acompanhar por especialistas e assessores. O regimento interno da comissão permite que Estados não-membros e organizações internacionais participem das reuniões na qualidade de observadores. As organizações não-governamentais que mantenham escritórios em mais de três países também podem participar das reuniões anuais.

A última reunião ocorreu neste mês de julho de 2011.


Fonte: Wikipedia e Site da IWC (http://www.iwcoffice.org/)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Aniversário de J2 "Granny"

No dia 02 de julho postei o convite do aniversário de 100 anos de Granny, a Orca mais velha dos oceanos que se tem registro.
A comemoração, organizada pelo Center for Whale Reasearch contou com a presença de amantes de Orcas, pesquisadores e voluntários. Fizeram uma linda festa e um excelente trabalho de conscientização da população. Há muito se fala dos problemas enfrentados pelos grupos de Orcas que habitam a região, incluindo a escassez de alimentos e a poluição.
Ken Balcomb, do Center for Whale Reasearch, explicou a ciência que estima a idade das baleias nos oceanos e voluntários do Orca Network, Killer Whale Tales e The Salish Sea Association of Marine Naturalists também estavam presentes.
Granny, apareceu às 8 horas da manhã seguinte às comemorações, com um lindo salto para alegrar a todos!




Fotos e demais informações sobre a comemoração podem ser vistas nestes links:
http://blog.seattlepi.com/candacewhiting/2011/07/06/granny-j2-the-whales-100th-birthday-poignant-and-inspirational/


http://www.orcawatcher.com/2011/07/j2-granny-celebrating-100-years.html


P.S.: A imagem de Granny é de Astrid van Ginneken.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Orcas e a Hostilidade em Cativeiro II

Alguns dizem que no dia em que a treinadora do Sea World Dawn Bracheau foi morta por Tilikum, as Orcas não estavam se comportando conforme o esperado. Estavam tão agitadas e pouco colaborativas que tiveram que terminar o show antes do previsto.
Quatro meses depois (em junho de 2010), um triste incidente ocorreu novamente, mas entre as próprias Orcas, durante um show. De acordo com relatos dos presentes, assim que Kalina iniciou o show (ela que era a maior Orca fêmea do grupo), outra fêmea chamada Kayla, entrou no tanque principal com velocidade, deixando Kalina muito agitada.
Em seguida, Kayla colidiu com Kalina no centro do tanque, causando uma briga que se estendeu por vários segundos (houve grande movimentação na água e vocalizações).
Logo depois, Kayla voltou para a piscina de trás deixando Kalina nadando em círculos sozinha. Ela não obedecia aos treinadores e se recusava a ouvi-los até que um deles veio falar com a plateia, interrompendo o show.
Os treinadores tentaram encaminhar Kalina para a piscina de trás (onde já estavam todas as outras), mas ela se recusou.
Depois de algum tempo, ela resolveu obedecer e se aproximou dos treinadores, mas mesmo assim foi encaminhada para o mesmo tanque em que estava Kayla (o que incomodou alguns presentes).

Tudo indica que esses incidentes são comuns, mas poucos são observados por espectadores, por isso não se tornam públicos.
Nesse caso, infelizmente, os resultados são claros...
Na imagem ao lado é possível visualizar o terrível machucado que Kayla provocou em Kalina. Se a pancada tivesse sido um pouco mais para baixo, Kalina provavelmente teria perdido a vista...
O vídeo abaixo mostra os minutos após o incidente. Fica claro que Kalina não estava colaborando Enquanto isso, um dos treinadores explica o que ocorreu, comenta como deveria ter sido o show (mencionando que em 99,9% dos shows tudo ocorre exatamente como previsto) e que essas coisas podem acontecer. O treinador comenta ainda que respeitam esse tipo de comportamento por considera-lo uma forma de expressão e que, se ela não quisesse colaborar com o show, não haveria problema.


P.S.: Kalina, como já descrito no post anterior “A Morte de uma Orca em Cativeiro”, do dia 17 de maio de 2011, foi a primeira Orca a nascer e sobreviver em cativeiro. Faleceu com 25 anos em 2010 de forma "inexplicada" e inesperada. Li que fariam uma necropsia para descobrirem a causa, mas não encontrei fontes que tenham divulgado o resultado... Infelizmente.

sábado, 2 de julho de 2011

Vamos Comemorar o 100º Aniversário de “Granny”

Hoje, dia 02 de julho de 2011, estamos comemorando o aniversário de 100 anos de J-2, mais conhecida como "Granny" (vovó, em inglês)! Granny é uma Orca fêmea do Pod J, residente nas águas do noroeste do pacífico.
De acordo com o estudo "Orca Survey" desenvolvido pelo "Center for Whale Research" (Centro de Pesquisas de Baleia) em 1976, foi definido, com base na sua aparência, que Granny teria nascido em 1911. Claro que ninguém sabe exatamente a data de seu nascimento, mas provavelmente ela é a Orca mais velha dentro de todos os pods da região (J, K e L).
Essa comemoração também marca 100 anos de interação entre Orcas e humanos no ecossistema conhecido como "Salish Sea" (área formada pelos canais em torno do sul da Ilha de Vancouver e Puget Sound entre o Canadá e os Estados Unidos).

O Center for Whale Research e o Orca Network (uma organização sem fins lucrativos que busca o crescimento da consciência sobre baleias do noroeste do Pacífico e da importância de provermos a elas um habitat seguro e saudável), convidaram a população para uma comemoração no Parque Estadual Lime Kiln. Pediram ainda que as pessoas fizessem chapéus com barbatanas em homenagem à Granny e trouxessem lanches para fazerem piqueniques… Terá música, um centro de atividades para crianças (que será comandado pelo "Killer Whale Tales" (Contos sobre baleias Orca), que é um programa de educação ambiental desenvolvido por Jeff Hogan, que se utiliza de contos baseados na ciência para inspirar crianças a defenderem as Orcas e seu hábitat) e ainda uma conversa com Ken Balcomb, Diretor do Centor for Whale Research, maior autoridade da região neste assunto. Muito divertido!… (Pena que muito longe do Brasil, senão eu certamente estaria por lá).


O site do Orca Network diz:
"Convidamos a todos que venham ao Parque Estadual de Lime Kiln para comemorar o século de vida estimado de J2 e para saber mais sobre os obstáculos que ela, bem como todas as Orcas residentes do sul, estão enfrentando na sua luta por sobrevivência num mundo de transformações"
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Vamos celebrar a vida das Orcas Selvagens que vivem livres nos Oceanos!