sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Belugas são transportadas em condições deploráveis

Só pode ser o "Dia da Bruxas" mesmo para eu ser obrigada a me deparar com imagens tão deploráveis... Dez baleias belugas, sendo três machos e sete fêmeas, com idades em torno dos 3 anos (e com cerca de 3 metros de comprimento cada uma), foram transportadas da Rússia para o parque chinês Ocean Polar World em condições abomináveis depois de horas em trânsito em engradados de metal sem alimento ou água filtrada.

Sim, acredite... estas "manchas" mais claras são belugas,
as queridas e dóceis baleias brancas na água imunda

Dado que um voo entre a Rússia e a China pode durar de sete a doze horas, sem contar o tempo de trânsito em terra, as belugas passaram pelo menos vinte horas flutuando em seus próprios excrementos até chegar ao parque.


O transporte ocorreu nesta quarta-feira e agora, elas já estão "instaladas" neste local onde certamente morrerão em pouco tempo devido ao stress que viverão confinadas. Esta é a terrível realidade do transporte de animais vivos e da indústria de cativeiros! Elas chegaram ontem, e de agora em diante jamais verão a luz solar novamente...



Neste mesmo parque existem dez golfinhos obtidos da terrível matança de golfinhos na Baía de Taiji, no Japão.
Essas notícias vieram do site Cetacean News Network, que também já havia denunciado o péssimo transporte de outras baleias beluga em Belgrado, em "shows itinerantes". Sabe-se que belugas passaram 3 dias neste engradado de metal enferrujado até serem transferidas para uma instalação permanente.

Inacreditável: a cabeça branca neste caixote
ridículo é uma das baleias

E se alguém ainda não entender por que eu luto contra a indústria de cativeiros, talvez essas imagens expliquem o bastante!



P.S.: Não conhece a Baía de Taiji e a matança de golfinhos no Japão? Saiba o que é e por que ela existe neste link:




quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Antigo livro do SeaWorld ensina que Orcas são perigosas

O livro do alfabeto de 1979 do SeaWorld faz uma afirmação bem interessante. Diz ele:

"Orcas: elas podem te atacar,
mas algumas podem ser treinadas como a sua querida amiga Shamu."


Quem conhece Orcas sabe bem que esta afirmação é completamente absurda e sem base. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, Orcas na natureza não atacam seres humanos... Não há registros disso (a não ser por um ou outro "encontrão" no mar, não intencional, que pouca ou nenhuma lesão causou).
Quem fez com que as pessoas acreditassem que Orcas são perigosas foi a própria indústria de cativeiros, que apesar de as mostrarem como fofos bichinhos de estimação, devido a insanidade que desenvolvem por viverem confinadas, demonstram comportamentos agressivos em diversas ocasiões. O que acaba virando notícia de Jornal Nacional e faz com que o público as temam como ferozes predadoras (o que realmente são, para peixes e outros animais marinhos, não para humanos).

Entenda: Orca selvagem, em seu habitat, é um animal;
Orca de cativeiro é outro TOTALMENTE DIFERENTE!!!

Não sei se a intenção do SeaWorld neste livro era apenas mostrar quão "poderosos" eram por conseguirem domar uma Orca... Seja o que for, eles estavam bem certos do potencial risco de ataque a seres humanos, mesmo assim, sempre permitiram que seus funcionários estivessem na água com elas... Resultado disso? Mais de uma centena de ataques e agressões a treinadores (a maioria não veio a público) e três mortes causadas por suas Orcas: dois treinadores, Dawn Bracheau, no SeaWorld de Orlando, em 2010 (morta por Tilikum), e Alex Martinez, no Loro Parque, com uma Orca emprestada do SeaWorld, em 2009 (morto por Keto). Além de um civil, Daniel Dukes, também em Orlando, em 1999 (morto por Tilikum).
Já que raramente há sucesso em defender os animais pensando apenas no seu bem-estar, é necessário reconhecer o risco que há na interação de Orcas com pessoas em cativeiro... Envolvendo risco contra a vida humana, quem sabe as pessoas repensem e passem a exigir que Orcas não sejam mantidas em cativeiro?
De uma forma ou de outra, a afirmação não é verdadeira... E é uma pena que isso tenha sido ensinado a tantas gerações. É por isso que os leigos têm uma visão incorreta e ambígua sobre as Orcas: de que elas são muito perigosas, mas que estão felizes e contentes saltando nas piscinas do SeaWorld! Estranho, não?
Mais parece é que querem dizer: "aceitem as Orcas em cativeiro, porque as que estão no oceano podem ser muito perigosas... Melhor mantê-las em tanques!" Quando os fatos reais mostram exatamente o contrário.

Aproveitando o gancho da página do livro, explico aqui o por quê das Orcas serem chamadas de "baleias assassinas" (killer whales): Antigamente, elas eram, na verdade, chamadas de whale killers, ou seja, "assassinas de baleias", devido a seus hábitos alimentares (dado que alguns grupos de Orcas se alimentam de baleias). Não se sabe exatamente quando, nem por que, este nome se inverteu e deu uma conotação completamente equivocada: killer whale, ou seja, "baleia assassina". Tudo não passou de um erro de nomenclatura, e elas infelizmente pagaram o preço deste equívoco humano e tanto preconceito sofreram por décadas e décadas.




quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Baleias jubarte estão protegidas no Brasil

Os repórteres do Jornal Hoje acompanharam uma expedição de ambientalistas que pesquisam as baleias jubarte no Brasil. Elas acabam de sair da lista de animais ameaçados de extinção no país. Confira no vídeo acima imagens inéditas e sensacionais que revelam como se comportam esses animais.
É no litoral brasileiro que a vida das jubartes, que chegam a pesar 40 toneladas e a medir 16 metros, se renova. Durante séculos, baleias de todas as espécies foram implacavelmente caçadas. No século passado, uma grande frota de navios-fábrica perseguiu as sobreviventes em busca de sua carne. As jubartes quase desapareceram.
Em 1986, quando a Comissão Baleeira Internacional proibiu a caça comercial, havia menos de mil baleias dessa espécie no país. A estimativa é do Instituto Baleia Jubarte, que há 18 anos estuda e protege essas gigantes.
No Arquipélago de Abrolhos, na Bahia, fica o mais importante local de reprodução da espécie no Atlântico Sul. “É um ambiente de recife de coral, com águas rasas, aquecidas. São condições ideais para o filhote que acabou de nascer sem a presença de predadores", explica Milton Marcones, diretor de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte.
As jubartes passam o verão próximo às ilhas Sandwich e Geórgia do Sul. É lá que elas se alimentam até acumular uma grossa camada de gordura, que protege do frio e dá forças para enfrentar a viagem de mais de quatro mil quilômetros até o Brasil. Umas vêm acasalar, outras para ter seus filhotes.
Normalmente, as baleias ficam em pequenos grupos de dois ou três indivíduos. Quando se vê mais do que isso, provavelmente, são machos disputando a fêmea. Os machos batem as nadadeiras, saltam e até cantam para seduzir uma parceira.


O pesquisador João Paulo Gravina, que estuda o temperamento das baleias, decidiu usar um drone para captar imagens: "Olhando de cima, a gente pode ver os animais mudando de direção, as estratégias que eles usam em abrir nadadeira para poder frear bruscamente”.
Entre os flagrantes do pesquisador está uma imagem que mostra que, na disputa pela fêmea, um macho dá uma cabeçada em outro. É a lei do mais forte, mas quando a fêmea escolhe seu par, o outro macho aceita e segue seu caminho.
As baleias que têm os filhotes ficam na Bahia até o fim da temporada, são as últimas a partir. É pra que dê tempo do filhote crescer, desenvolver a musculatura, a habilidade para nadar e também acumular energia para ir para as áreas de alimentação. É a mãe, protegendo, cuidando do seu filhote.
As baleinhas nascem com até quatro metros e pesando uma tonelada, mamam até os 10 meses. A amamentação é diferente: as mães soltam no mar o leite, de alto teor de gordura.
O filhote percebe a mancha na água e engole. 
As jubartes são mãezonas e só se separam da cria um ano depois do nascimento, quando voltam a Abrolhos e o filhote já sabe se alimentar e conhece a rota de migração. Ele se torna, então, mais um adolescente capaz de sobreviver no oceano.



Fonte: G1 de 29 de outubro de 2014



P.S.: Assista às incríveis imagens da reportagem no link abaixo:






terça-feira, 28 de outubro de 2014

Orcas capturadas na Rússia mantidas em péssimas condições

Notícias perturbadoras vindas da Rússia revelam que duas orcas, Narnia (7 anos e 2,5 toneladas) e outro macho (5 anos e 1,5 tonelada) não identificado, ambos capturados da natureza em 2012 e 2013, respectivamente, estão atualmente sendo mantidas em condições precárias num tanque enferrujado e improvisado devido aos atrasos na abertura do novo Oceanário de Moscou, o VDNKh.
As orcas foram levadas a Moscou em dezembro de 2013 e já se passaram dez meses que estão numa instalação temporária, com todo o trabalho de construção em torno delas.


Entre 2012 e 2013, um total de sete orcas foram retiradas de suas famílias na natureza e enviadas para parques marinhos. Neste verão do hemisfério norte, mais quatro foram retiradas do oceano na região. Acredita-se que três estão atualmente em Vladivostok e mais duas já foram levadas para um novo parque marinho na China. Um porta-voz do FEROP - Far East Russia Orca Project ("Projeto Orca do Extremo Oriente Russo") disse: "Precisamos de uma legislação para tratamento de animais marinhos em cativeiro. Todo país civilizado tem um, menos a Rússia."


Assista ao vídeo com imagens das Orcas divulgado ontem:



Em 2012, o blog já tinha divulgado a história da captura da Orca Narnia e feito uma campanha para assinatura de uma petição para que ela fosse libertada (mesmo que isso infelizmente não tenha surtido efeito): http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2012/10/vamos-ajudar-libertar-orca-narnia.html. Antes disso, em 2011, também já tinha alertado para o forte risco de Orcas serem capturadas da natureza na Rússia... Dado que, lamentavelmente, o governo havia dado permissão para tal. Era uma esperança que isso não se concretizasse, pois os resultados eram previstos. E aí estão eles para quem quiser comprovar... Triste demais! http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/2011/03/previsao-de-novas-capturas.html.



P.S.: As imagens foram obtidas no site "The Dodo", que também contém uma denúncia sobre o caso.




quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Foto mostra Tilikum logo após sua captura

Quem poderia imaginar tudo o que esta pequena Orca iria "viver" e sofrer ao longo dos intermináveis anos de cativeiro longe de tudo e de todos que eram importantes pra ela?
Esta foto foi tirada logo após a captura e o primeiro transporte de Tilikum. Ele está branco por conta da camada de lanolina aplicada na pele para hidratar e possibilitar o transporte num ambiente fora da água. Imaginem só quão desconfortável deve ser este transporte... fora da água e possivelmente pelos ares, ou seja, com toda aquela condição imposta de pressurização e sons ensurdecedores para aqueles que possuem ouvidos milhares de vezes mais sensíveis que os humanos e com o biosonar que capta sons que humanos nem sabem que existem. Se para muitos de nós isso já é desconfortável, imagine para um animal fora de seu meio e involuntariamente. Pobre Tilikum...






terça-feira, 14 de outubro de 2014

Orca morta na Escócia tinha engolido lixo

O eterno problema do lixo nos oceanos... Nenhuma criatura infelizmente está a salvo disto!
Em agosto passado, uma Orca encalhou e morreu numa praia da Escócia (North Uist). Apesar de possivelmente esta não ter sido a principal causa da sua morte (claro que também só piorou a situação), a equipe do Scottish Marine Animal Strandings Scheme ("Projeto Escocês para Animais Marinhos Encalhados") fez uma necrópsia e encontrou restos de materiais de pesca em seu estômago. A Orca, um macho, estava em más condições físicas e não se alimentava há alguns dias. Uma das fotos mostra o desgaste dentário assimétrico, o que indica que talvez ele andava tentando se alimentar sugando peixes menores para sobreviver.


Outros exames seriam feitos no animal, além de terem conseguido preservar o esqueleto para exibição no Museu que mantém, mas não consegui mais atualizações sobre o caso.
De qualquer forma, fica o velho alerta que o blog faz sobre o cuidado que temos que ter com o nosso lixo. Ele deve ser mantido a todo custo longe dos oceanos, pois é nocivo demais para todos esses incríveis animais que amamos e admiramos (sem contar a nós mesmo, os humanos).





P.S.: As fotos foram obtidas na página do Facebook do Scottish Marine Animal Strandings Scheme.