Contrariando um pouco a tranquilidade que Jean-Michel Cousteau* tentou nos passar no vídeo que publiquei ontem, de fato, as duas Orcas e as seis primeiras belugas retiradas da prisão de baleias russa foram soltas no oceano... Sim, "apenas" soltas, ou melhor, jogadas!
Simplesmente, as despejaram no oceano após percorrerem os 1.800 km em seis dias de transporte em condições precárias e sem qualquer preparo de readaptação e/ou acompanhamento. Não havia qualquer estrutura preparada para recebê-las. O que pode parecer reação de alegria por parte das duas Orcas num vídeo divulgado não passa de comportamento de puro estresse. Não há nem como calcular o nível de cansaço físico e mental em que se encontravam... Sem dúvida estavam exaustas, confusas e muito traumatizadas.
Simplesmente, as despejaram no oceano após percorrerem os 1.800 km em seis dias de transporte em condições precárias e sem qualquer preparo de readaptação e/ou acompanhamento. Não havia qualquer estrutura preparada para recebê-las. O que pode parecer reação de alegria por parte das duas Orcas num vídeo divulgado não passa de comportamento de puro estresse. Não há nem como calcular o nível de cansaço físico e mental em que se encontravam... Sem dúvida estavam exaustas, confusas e muito traumatizadas.
Como todo o processo de libertação não foi registrado em vídeo (veio à público apenas alguns trechos), não há como saber quantas das oito baleias foram realmente soltas. Também não há como saber quantas delas sobreviveram ao transporte tão longo. Em um dos vídeos é possível observar grande quantidade de sangue no colchão de apoio, ou seja, algumas já saíram do transporte com ferimentos.
As pobres baleias foram despejadas perto do local onde as belugas foram capturadas e, aparentemente, nenhum esforço foi feito para ajudar as Orcas a encontrar o caminho de casa.
Depois de serem alimentadas por pessoas por cerca de um ano, em cercados precários, onde quase morreram congeladas, as baleias abandonadas, que perderam suas famílias e membros de seu pod durante a captura, agora terão que se defender sozinhas. Dentre as recomendações dos especialistas em reabilitação, estava a condição de serem libertadas todas juntas após um mínimo de dez dias de reabilitação no local de soltura para que pudessem descansar e reconhecer o antigo ambiente. Muitas das belugas eram bem bebês quando capturadas. O que será delas agora?
Tags via satélite foram implantados nas baleias para que possam ser monitoradas. Mas me pergunto se, caso venha a ocorrer algo negativo com elas, será que divulgarão?
Era um grande sonho que essas baleias fossem devolvidas ao mar, mas do jeito que esta primeira soltura foi feita, ficam muitas dúvidas sobre se conseguirão sobreviver.
* O The Whale Sanctuary Project que divulgou o vídeo publicado ontem aqui no blog e que se envolveu amplamente nos apelos de soltura, inclusive oferecendo seus especialistas para auxiliar em todo o processo, em nota no Facebook, disse que está se informando sobre a exata forma como tudo ocorreu e que assim que possível divulgará uma declaração comentando. Até o momento da publicação desta postagem, a nota ainda não tinha sido divulgada.
Assista aos vídeos da soltura na página "Free Russian Whales" através do link: https://www.facebook.com/freerussianwhales/?tn-str=k*F